Após o Rito da Maioridade do seu Clã, Conan parte para Aesgard. Ele tinha que terminar essa parte de sua vida para dar rumo ao futuro. Mas nessa província gelada ele tem uma grande surpresa. Na verdade, três grandes surpresas que marcam sua passagem para a maioridade.
Publicado Originalmente em Março de 2007
A Era Moriana
Conan, O Bárbaro
Atali
Conan, O Bárbaro
Atali
Conan criado por
Robert Ervin Howard
E melhorado por
Marcelo Moro
Robert Ervin Howard
E melhorado por
Marcelo Moro
Saiba, ó Príncipe, que entre os anos quando os oceanos tragaram a Atlântida e as reluzentes cidades, e os anos quando se levantaram os Filhos de Aryas, houve uma era inimaginável, repleta de reinos esplendorosos que se espalharam pelo mundo como miríades de estrelas sob o firmamento. Nemédia; Ophir; Brithúnia; Hiperbórea; Zamora, com suas lindas mulheres de negras cabeleiras e torres de mistérios e aranhas; Zíngara, com sua cavalaria; Koth, que fazia fronteira com as terras pastoris de Shem; Stygia, com suas tumbas protegidas pelas sombras; Hirkânia, cujos cavaleiros ostentavam aço, seda e ouro. Não obstante, o mais orgulhoso de todos era Aquilônia, que dominava supremo no delirante oeste. Para lá se dirigiu Conan, o cimério, de cabelos negros, olhos ferozes, espada na mão, um ladrão, um saqueador, um matador, com gigantescas crises de melancolia e não menores fases de alegria, que humilhou sob seus pés os frágeis tronos da terra. Nas veias de Conan corria o sangue da antiga Atlântida, engolida dezenas de milhares de anos antes de sua época pelos mares. Ele nasceu num clã que reivindicava uma região a noroeste da Ciméria. Seu avô foi membro de uma tribo do sul que havia fugido de seu próprio povo por causa de um feudo de sangue e, depois de uma longa migração, refugiou-se entre os povos do norte. O próprio Conan nasceu num campo de batalha, durante uma luta entre sua tribo e uma horda de vanires.
Ciméria
Nosso herói, após se entender com Korval [1] sobre a sabotagem que ele tinha feito no seu rito da maioridade, decidiu que era hora de mudar de ares e conhecer a civilização, mas antes disso, tinha um lugar para passar.
As montanhas geladas de Aesgard.
Conforme Rion havia lhe falado, à tarde, fazia parte do rito a passagem pelas montanhas armado apenas de uma espada, e como Conan começou o rito, achou que devia terminá-lo, mesmo achando uma bobagem tudo isso.
O importante era como ele se sentia por dentro. E por dentro ele já estava pronto a muito tempo. Esse momento era, para ele, mera formalidade com os anciões da tribo e uma alegria que ele queria dar a seu pai.
Juntou uma trouxa de comida, sua espada e uma manta de urso para se aquecer e partiu, duas horas após resolver o problema com seu ex-arqui-inimigo Korval.
Caminhou até o dia amanhecer em direção às montanhas.
Com o dia claro à sua frente, percorreu mais alguns quilômetros até achar um abrigo onde pudesse descansar, e aproveitou para comer e cochilar um tempo.
Quando acordou já era noite novamente, mas com céu claro, o que lhe encorajou a continuar a jornada até achar uma caverna onde pudesse se abrigar até o dia seguinte.
O frio que permeava a noite não era para se brincar, e uma proteção se fazia impreterível no momento. Passar uma noite dessas ao relento era brincar com a morte.
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Khitai
Reino distante da Ciméria, Khitai é conhecida pela habilidade dos seus guerreiros com espadas curtas e outras armas brancas.
Além é claro, de seus combatentes homem a homem.
Tendo seu rei instalado em Paikang, capital a oeste de Shu Chen, sua principal província.
Shu Chen ficava ao norte de Khitai, situada no golfo próximo a Lemúria.
Vivendo em estado de alerta permanente, devido à selvageria da região, e evitando os ataques dos Piratas Lemurianos, a província prospera na região, devido ao comércio ali instalado.
Comércio esse que chama a atenção de muitos ladrões.
Grande e pequenos.
Os estabelecimentos locais mostram suas mercadorias lado a lado, com suas barracas instaladas nas praças locais.
E, principalmente, de um ladrãozinho que age nas sombras.
Sporr tem 11 anos de idade.
Sorrateiro.
Esperto.
Ligeiro.
Ele só rouba alimentos, para alimentar sua família. Tem a aspiração de um dia entrar para o exército Khitanês, e batalhar pelo mundo, podendo nutrir sua família.
Dar um lar para sua mãe.
Sua família nesse momento era ele e sua mãe acamada.
Mas ainda faltam cinco anos para poder ingressar no mesmo. Apesar da agilidade de um gato, ele é pequeno para a idade, o que o faz parecer ainda mais novo.
Mas isso não será impedimento, quando ele realmente quiser ir viajar pelo mundo.
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Montanhas geladas de Aesgard
A neve fria permeia as costas desse filho da Ciméria. Pé ante pé, ele vaga na escuridão, amaldiçoando o tempo que sem aviso nenhum, mudou.
- Crom me amaldiçoe.
Escuridão total. Não é possível enxergar além de um palmo diante do nariz, totalmente congelado. A pele de urso se mostra incapaz de aplacar o frio noturno e, sem visão, não há esperança de achar uma caverna que sirva de abrigo, até que num momento, caminhando a esmo na escuridão ele acha algo.
Uma árvore.
Obviamente, Conan achou a árvore da pior maneira, batendo com seu rosto nela, mesmo assim, gostou da idéia. Apesar da escuridão, dentro da floresta que vislumbrava não caia tanta neve, o que atenuava o frio.
Mas não o suficiente.
O frio implacável ainda entrava nos ossos de Conan. Sua espada não podia ser tocada, pois o gelo ali incrustado queimava a pele.
Nada parecia diminuir o frio. O guerreiro amaldiçoava o momento que escolheu ir para o norte terminar o rito. Ela já havia abandonado mesmo a aldeia. Por que deveria fazer uma idiotice dessas?
Nada justificava o ato de se embrenhar um lugar inóspito, gelado e desgraçado como aquele.
- Crom, me amaldiçoe – murmurava Conan a cada passo, como se o mantra aliviasse o frio em suas pernas, onde não havia pele para proteger.
- Crom, me amaldiçoe – continuava – e faça essa maldita floresta ter abrigo e comida.
Adentrando a floresta em busca de abrigo, logo veio sua salvação.
Ou seria a perdição?
O que Conan escutou na dava margem para dúvidas. Ele estava encontrando encrenca pela frente. Mas essa encrenca podia salvar suas vida.
Salvaria sua vida com certeza, só depende do número que o bando era composto.
- Lobos – murmura Conan ao ouvir os grunhidos espreitando na mata – Crom os amaldiçoe.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU
O uivo lupino era o que faltava para o jovem guerreiro se certificar de que não estava sozinho na mata. Já não bastava o frio, agora tinham os lobos.
E quantos seriam?
O toque no cabo da espada era gélido e queimava a palma da mão. Mesmo a proteção das tiras de couro que o envolviam, o aço queimava ao toque. Conan não tinha tempo de pensar, pois logo os lobos atacariam, visando sua carne quente e cheia de vida.
Tão logo quanto desembainhou sua espada o primeiro lobo atacou.
Pela frente.
Mal Conan teve tempo de arrancar a espada do primeiro lobo o restante da alcatéia atacou. Com uma fúria avassaladora, ele irrompeu ao meio da matilha, obrigando-os a uma divisão.
- CROM.
Conan erguia e baixava sua espada como se estivesse manejando um machado para cortar lenha. A cada descida, um lobo era cortado nas costas ou uma cabeça era decepada. No calor da batalha, ele esquecera totalmente o frio que costeava todo esse ambiente.
Logo ele notou que a dificuldade diminuía, conforme ia matando os lobos. Os mais novos fugiam da briga.
- COVARDES, VENHAM E MORRAM NO FIO DA MINHA ESPADA.
Ao ver a matança impetrada por sua espada, o guerreiro tirou a faca da cintura e logo retirou todo o couro dos lobos e jogou por cima do seu couro de urso. O frio já ficaria mais tão implacável e Conan ainda teria carne para muitos dias.
Dois lobos emprestaram suas peles para proteger as pernas de Conan.
Amarrando suas presas, ele parte novamente, visando uma proteção que não aparecia.
- Mitra, amaldiçoe essa maldita floresta. Esse maldito tempo também.
Ao raiar do sol, o dia prometia uma limpidez total, sem nuvens no céu e neve nas suas costas. Ainda dentro da floresta, Conan colheu alguns galhos e assou a carne dos lobos, para facilitar a digestão.
Após a refeição, o Cimério deita para descansar, protegido pela baixa altura da árvore que ele se encostou. Jogou algumas peles no chão para se proteger do gelo que estava ali e deitou. No fechar dos olhos teve a impressão da mata se mexer, e temendo nova investida de lobos empunhou sua espada e não se mexeu.
Qual não foi sua surpresa, do meio da mata uma belíssima mulher seminua apareceu. Tão ou mais alta que Conan, a mulher, de uma brancura nunca vista antes em sua pele balançava seus longos cabelos brancos que desciam até a cintura. Lindos e penetrantes olhos azuis terminavam sua descrição, e sua vestimenta nada mais era que pele que recobriam somente seus seios e seu quadril. Conan vislumbrava aquele corpo com uma ânsia de possuí-lo, tamanha beleza da mulher.
Conan então se levanta e fica de frente para a mulher, que olha para ele de cima a baixo, e num sorriso malicioso sai correndo pelo caminho que viera.
O guerreiro ainda se mantém paralisado por alguns segundos, mas logo sai correndo atrás dela. Atravessando a mata e caminhando pela neve ainda espessa da noite anterior.
- ESPERE – gritou Conan.
Ele não conseguia compreender como aquela mulher sobrevivia naquele frio e, ainda por cima, como ela conseguia correr naquela neve. Por mais que ele se esforçasse, em nenhum momento ele conseguia diminuir a distância para ela. E ela ainda parava para olhar se estava sendo seguida e sorria para Conan, que estava enfeitiçado por aquele sorriso.
Algo no meio de suas pernas latejava pela ânsia de alcançá-la logo. E isso lhe dava forças para correr na neve fofa.
- Agora eu vou te pegar – pensou Conan ao avistar o lugar que ela estava se dirigindo.
Uma fenda na montanha.
Essa fenda separava as montanhas na cadeia de Blue Mountains, que por sua vez era o marco que separava Aesgard de Vanahein.
Com certeza ela devia estar perdida sem saber para onde ir, e naquela fenda não haveria neve para retardar seu avanço. Ele sabia que corria mais depressa que ela se não houvesse atrapalho.
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[1] - Visto na ultima edição.
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+ comentários + 3 comentários
Muito legal esse capítulo! Lembro de ter visto algo com esse lance da garota em meko ao gelo, mas a sua história ficou muito bem feita!
A apresentação dos personagens como esse jovem ladrão ficou muito boa também!
Meus parabéns e até mais!!
Valeu JR...
Esse jovem será um importante personagem na Era Moriana, inclusive despois de derrotar o ... ops, quase soltei um spoiler.
"Aguarde e confie"...
abraço
ah, moro, derruba logo esse spoiler aí!! ra variar, li, me amarrei e passei pra meu tio. cê deve um encadernado prele, lembra? mwhahahahaha!
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