Na LCD: Mega Review de Lost

Então amigos... Lost chegou ao fim! Depois de seis temporadas, muitas perguntas, e John Locke quebrando tudo, os garotos perdidos da ilha encantada chegaram à jornada final.

Ainda me lembro do anúncio de estreia na Globo e como não tinha acesso a banda larga, fui obrigado a assistir na TV mesmo. Desde então, tenho acompanhado a tão amada e criticada série, seus mistérios e devaneios.

Sendo esta a minha série favorita, me senti na obrigação de escrever sobre o fenômeno que foi LOST. Farei aqui uma review geral e sucinta de cada temporada, algum comentário sobre os personagens principais e o aclamado (e odiado) final da série.

A Série

Se você é um daqueles que ainda não sabe o que é Lost (se é que exista alguém assim), eu te explico.

Após uma turbulência, vários sobreviventes caem em uma ilha junto com os destroços do avião. Acontece que a Ilha não era comum, todos que tinham alguma doença são curados instantaneamente, árvores são arrancadas a noite, crianças são raptadas, pessoas morrem atacadas por algum tipo de monstro, ursos polares correm de um lado para o outro. Sim, é uma loucura.

Logo os sobreviventes percebem que precisam se unir para lugar contra o que vier, e cuidar uns dos outros. Mas a ilha tem seus próprios desígnios e o destino cuida de separar os lados.

Entre mistérios e tormentos do passado, os sobreviventes vão tentando desvendar os segredos da ilha misteriosa.

Os Personagens

Lost dispara na frente de muitas series por causa da profundidade de seus personagens. Todos cheios de muita fibra, e mesmo que alguns sejam odiados por muitos, eles tem o seu espaço e respeito.

No principio ficava claro o embate entre dois líderes do grupo: Jack Shephard e John Locke. Homem da ciência e homem de fé, respectivamente. E foi assim até o final, até que as posições se trocaram e Locke se tornou o famigerado monstro da fumaça. Ou vice-versa, bem... Não importa, o final cagou tudo mesmo.

A série seguia sempre relacionando os mistérios da ilha com algum evento relevante no passado dos personagens, como se cair na ilha fosse algo arquitetado misteriosamente pelo destino. Assim, cada episódio tinha um protagonista diferente, com direito a flashbacks de sua história.

Os Mistérios

Logo de cara, no episódio piloto, já aparece um monstro misterioso arrancando árvores e estraçalhando um zé qualquer. Era o monstro da fumaça, que começou de uma forma e terminou de outra. Well, os roteiristas nãos souberem o que fazer com ele no final, mas a gente vai chegar lá...

Além do monstro da fumaça, tinha Os Outros. Um grupo misterioso de nativos da ilha que raptava crianças. Argumento que até a terceira temporada funcionou bem pra caramba. Eles davam um toque todo especial a série. Todos liderados pelo Benjamim Linus, um mentiroso duma figa que atormenta a série até o fim. Ótimo personagem que foi cagado no final também.

A ilha também tinha poderes “mágicos”. Como bolsões eletromagnéticos, poder de cura, dentre outras maluquices que não passaram nem perto de serem explicadas. Eles tentaram, mas foi vergonhoso.

Também havia a Iniciativa Dharma, uma pesquisa liderada por um tal de Hanso nos anos 70. Aí apareciam computadores velhos, escotilhas, laboratórios, ursos polares, entre outras bugingangas e bizarrices. O motivo disso tudo? A série acabou e ninguém ficou sabendo direito o que era a tal Dharma.

Tava tudo bem, até que...

Até a metade de Lost, tudo estava numa boa, espetacular, supimpa, legalzão. As coisas estavam no eixo, não havia nada solto. Mas vamos lá...

1º Temporada

Os camaradas caíram na ilha, Jack salvou todo mundo e todos ficaram na praia até encontrarem uma lagoinha lá. Os outros assustam todo mundo e Claire, a grávida, é capturada por um deles.

Sayid tortura o Sawyer. Tem uma louca no meio da selva procurando a filha. E Hugo começa todas as frases com “Dude”.

John Locke, que era paralitico, volta a andar quando cai na ilha e começa a dar um de monge da ilha e diz pro Jack ter fé. Locke encontra uma escotilha, um navio com dinamites, um avião pendurado no penhasco, o avião cai em um cara, Locke explode a escotilha. Fim.

Putz! Que série fantástica. Mistérios. Drama. Confrontos. Frases memoráveis. Uhul!

2º Temporada

Tinha um cara vivendo dentro da escotilha. Um tal de Desmond. O melhor personagem da série. Ele ficava apertando um botão a cada 108 minutos por motivos que os roteiristas não quiseram revelar. Revelaram, mas foi meia boca pra caramba.

Desmond, que finalizava todas as frases com “brotha”, procurava seu grande amor Penny, filha de um tal de Widmore.

Todo mundo fica feliz por ter casa, comida e roupa lavada na escotilha. Um tal de Henry Gale aparece do nada. Todo mundo fica desconfiado, Sayid tortura o sujeito. John Locke bate uns papito com ele.

Aparecem outros 20 personagens da parte de trás do avião que caiu no outro lado da ilha. Todo mundo morre no final.

No final, Henry Galé revela ser Benjamin Linus. O líder dos Outros.

“Fantástico! Quase caí da cadeira. Quero logo a terceira temporada!”

3ª Temporada

Os outros eram nada mais do que uns carinhas vivendo na ilha, brincando de casinha. Aparece um monte de coisa da iniciativa Dharma, mas nada muito significativo. Benjamim Linus e John Locke ficam disputando pra ver quem lidera os outros.

Ben leva Locke até uma cabana e lá tem um cara invisível chamado Jacob... Aqui as coisas começam a declinar. Pois o que era bom, racional, e explicável, começou a tomar uma forma mística. Então subiu um calafrio na espinha do fã, que pensou:

“Eles não vão conseguir explicar tudo isso.”

“Eles não vão conseguir explicar tudo isso! Eles não vão! Não! Nâoooooo!”

“Vou parar de ver essa merda.”

Então a audiência caiu, muita gente parou de ver por aí mesmo. Viram que os caras tavam mais preocupados em jogar mistérios do que resolver a trama.

Em uma jogada fanfarrona, os produtores responderam:

- Calma gente! Está tudo dentro do planejado, a gente sabe pra onde estamos indo. A série vai ter um fim sim...

E tudo será explicado. A série terminará na sexta temporada.

Com data marcada para o fim, os fãs foram enganados. Pensaram que as coisas teriam uma explicação e que o mundo não iria mais acabar sem que soubessem o mistério revelado.

Ilha móderfóquer. J. J. Abrams fanfarrão.

4ª Temporada

Como eles não podiam enrolar muito se não a galeria ia desistir que nem aconteceu na terceira temporada, enxugaram tudo em 14 episódios. Aí os caras despirocaram de vez. O que antes poderia ser explicado com aqueles lances de ciência fantástica, sem ter que recorrer ao místico, foi por água abaixo.

Temos personagens fora da ilha em flashforwards, um cara que conversa com mortos, um físico doidão, gente movendo a ilha, gente prevendo o futuro. Foi uma bagunça que nem eu sei direito.

Simplesmente começaram a jogar coisas sem sentido nos episódios. Ah vá pa merda, caras!

Só não foi pior que a quinta temporada...

5ª Temporada

Viagem no tempo! Ficaram pulando de ano em ano, sem muito sentido. Não tem explicação. A ilha muda de lugar e ninguém sabe por que ela precisava ser mudada. Bem Linus mata John Locke. Vira um balaio-de-gato. Mais tenebroso que banguelo comendo frango.

Aí, os mistérios e o ritmo da primeira e da segunda temporada foram pro espaço. Bicaram a iniciativa Dharma, esqueceram os porquês da escotilha, sumiram com a Claire do nada. Aah... Eu ainda tinha esperanças nessa época.

No último episódio, aparecem o tal do Jacob e o seu rival. Quando tudo parecia perdido, vimos uma luz. As coisas seriam explicadas na próxima temporada. Saberíamos finalmente quem é o Jacob, que até então era intitulado apenas como ‘dono da ilha’. Quem era o monstro da fumaça, que atormentava todo mundo. Por que a ilha era especial. Etc, etc, e blá blá...

- Sério? Vamos descobrir tudo isso? – Gritou o fã no fundo da sala.

- Que nada!

6ª Temporada

E agora o Grand Finale... Você vai descobrir o porquê de tudo!

Besteira.

Não descobrimos nada. Foi a pior temporada de todas as seis. Temos episódios muito, mas muito medianos. O monstro da fumaça vira o John Locke e Jack vira o homem de fé.

Os caras simplesmente bicaram tudo! Ignoraram a ilha e todos os seus mistérios. O único episódio que realmente foi bom é o que explica por que o Richard não envelhece. Ali sim tivemos um bom argumento. Mas o resto...

A explicação da origem do monstro da fumaça não foi uma explicação de origem. Responderam uma pergunta com outra pergunta, pois jogaram uma luz no coração da ilha e dela saiu o monstro de fumaça quando Jacob jogou o irmão na luz. Uaaaaaau! É a enrolação suprema. O monstro da fumaça é um Pokémon que ficava escondido na luz da ilha e tomou a alma do irmão sem nome do Jacob.

A realidade paralela não tinha nada a ver com a bomba de hidrogênio. Então pra que a explosão da bomba de hidrogênio? Para voltar os losties ao tempo certo e parar com a fanfarronice de viagem no tempo.

E os números? Os números que fizeram o Hurley ganhar na loteria, que o Desmond ficava digitando no computador, dentre outras coisas. Só disseram que eram os números dos candidatos a serem o novo Jacob. E no final, o Jacob simplesmente diz que podia ser qualquer um.

Foi uma bagunça sem fim. Enganaram todo mundo até o fim.

Então, isso é tudo pessoal...

Foi legal acompanhar as temporadas de Lost. As primeiras duas temporadas foram fantásticas, a terceira caiu na falta de criatividade e as outras três foram escritas com pressa e com fome. Embora toda essa brincadeira de mau gosto que os roteiristas fizeram com a galera, eu ainda gosto de Lost e estou meio que não acreditando que teve o fim que teve. Eles tinham tudo para fazer a coisa mais genial da TV, e avacalharam.

Não foi de tudo um tempo perdido pra quem viu, mas se for começar a ver agora, tem coisas melhores por aí.

Se querem saber o verdadeiro final de Lost... Clique aqui.

por Renan Duarte
"Ocelot"