Qualquer um que passasse por aquele beco fétido pensaria isso ao ver o menino púbere junto ao lixo. Pela sujeira em sua roupa e a cor dos sacos de lixo, mal se podia distinguir uma coisa da outra. E ninguém poderia também imaginar que aquele jovem já tinha sido uma estrela.
Seu nome é Richard Grayson, e ele havia estado sob a luz dos holofotes mais vezes que conseguia se lembrar. Ele e sua família eram famosos, ou tinham sido, até seus pais serem assassinados.
Os Grayson Voadores.
O pequeno Grayson sabia desde muito criança todos os truques de equilíbrio: andar na corda bamba, malabarismos, voar de um trapézio para outro. E todos concordavam que ele parecia um pequeno pássaro nas alturas.
Porém seus pais estavam mortos e aqueles que considerou sua família em outros tempos o tinham abandonado. Ele não entendeu e se revoltou quando o pessoal do circo o deixou para trás. Richard os conhecia do momento de seu nascimento. Todos os chamavam de Dick, Dick Grayson.
Era como se todo o mundo que ele conhecia tivesse virado as costas para ele. E, nesse momento, Dick estava faminto.
Já tinha revirado todo aquele lixo e encontrado algumas batatas fritas, mas nada que aplacasse sua fome juvenil.
As ruas de Gotham eram perigosas e aliciadoras, e com suas habilidade de equilíbrio, que para as outras crianças pareciam mágicas, estavam chamando a atenção. Até aquele momento duas gangues já o tinham chamado para fazer parte de suas fileiras.
Entrar para uma gangue era garantia de um teto, comida e, principalmente, amigos. Dick precisava de algo para se espelhar, um grupo para se inserir, como qualquer adolescente.
Se não fossem as vozes de seus pais na sua cabeça dizendo para que fosse um garoto bom e justo, ele já teria aceitado. Mas talvez, outras vozes estejam ficando mais altas. Do seu estômago, por exemplo.
Dick pensava na vida como uma corda bamba. Podemos nos manter equilibrados no caminho certo da lei ou caímos. Porém o garoto sempre gostou da sensação de cair, logo, o que isso fazia dele?
Ele era muito velho para os orfanatos que procurou e uma vez um assistente social o tentou seduzir. Dick saiu correndo mais que depressa do abrigo onde isso aconteceu. Não apenas as habilidade do jovem rapaz chamavam a atenção, mas sua beleza também. Grandes olhos azuis em um rosto másculo e quadrado. Impressionante mesmo pra sua jovem idade. O cabelo bem preto emoldurava o rosto que parecia uma pintura.
Mas, e agora?
Quando todas as opções se foram, quando a criança não sabia mais para que lado e seguir e o crime parecia a única saída, algo aconteceu.
Uma sombra passou sob a cabeça do menino assustado.
Primeiro ele achou que era um morcego grande, mas algo em seu coração dizia que não. Era ELE!
A notícia já tinha se espalhado nas ruas, existia um homem morcego que fazia justiça, o Batman.
Agora Dick sabia que ele era real. E teve uma iluminação.
O Batman não andava na corda bamba da moralidade, e nem caía. Ele voava sobre ela.
Agora Dick sabia! Ele seria como o Batman!
Não perca, na próxima edição: "A Primeira Gaiola"
+ comentários + 6 comentários
curti mto o conto Ana!!!
Estréia sensacional no UNF!
Quando pensamos no Robin, geralmente nos prendemos em tipos caricatos ou em idéias de um personagem de segundo escalão.
Mas nas mãos da Ana, eu acredito que ele mostrará seu potencial como personagem, como herói. Basta ler este primeiro capítulo introdutório.
Já dá pra sacar que esse Dick Grayson vai amadurecer bem rápido. Estou ansioso para acompanhar a vida deste novo Robin.
Parabéns, Ana. Seja bem vinda!
poisé. pena que foi rápido. só serviu pra deixar a gente com a boca cheia d'água...
Antes de mais nada, seja bem vinda ao UNF Ana, finalmente estreando heim?
O seu Robin me surpreendeu um pouco, ele em nada lembra o nosso mais querido buchada DC, mas um jovem real, pelo qual eu sei que vou torcer...
Só achei bem curto o texto, mas como você mesma disse que era mais uma introdução, te perdôo dessa vez...hehehe...
Meus parabéns, mais uma vez seja bem vinda, um abração e até mais!
Bem legal! =]
Eu gosto de textos curtos, como já disse o amigo Nery uma vez "é pá-pum!", diversão na certa.
Parabéns, gostei. Aguardando os próximos...
Abraços.
mwhahahahahahahahahaha!!!
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