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Na Biblioteca: O Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil

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Resolvi fazer aqui um review desse livro que, creio eu, passará despercebido de muitas pessoas. Hoje, com tanta modinha por aí, só vemos nas livrarias vampiros, maçons e 2012 (não que eu não acredite em 2012!). Então certo dia vi uma capa bem ilustrada e colorida. Mas como a capa não faz o livro, por mais bonita que seja, venho falar do tema do livro: a história que não se ensina na escola.

O Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch.
Por Anderson Oliveira

Vamos começar pelos exemplos que estão na orelha do livro:

Zumbi (dos Palmares) tinha Escravos.

Santos Dumont não inventou o Avião.

João Goulart favorecia Empreiteiras.

A origem da Feijoada é Europeia.

Aleijadinho é um Personagem Literário.

Antes de entrar em guerra o Paraguai era um País rural e Burocrático.

Quem Mais Matou índios foram os índios.


Dividido em temas, o autor Leandro Narloch (jornalista, já foi repórter da Veja e editor das revistas Aventuras na História e Superinteressante) apresenta de forma clara e direta fatos que pouca gente conhece e os professores jamais citam nas salas de aula. Contradizendo o senso comum, mostra verdades inconvenientes de um país ansioso por uma identidade própria, que durante os anos inventou heróis e vilões, folclores e tradições.

Citando alguns exemplos sem expor muito o livro, posso falar do capítulo que trata dos índios. Sempre vistos como selvagens pacíficos massacrados pelos invasores europeus, a história mostra outra situação. Primeiro que o sentido de “índios” não existia para os nativos brasileiros, que eram divididos em inúmeras tribos e culturas. Para um Tupinambá, um Caiapó era tão estrangeiro quanto um português. E entre essas tribos diferentes haviam guerras de tempos em tempos.

É ridículo pensar que uma dúzia de portugueses, depois de meses de viagem, famintos, desnutridos e numa terra estranha, pudessem dominar milhares de índios, fortes e com seus arcos em riste, conhecedores da terra e, muitas vezes, canibais. O que os portugueses fizeram foram se aliar a um dos lados da guarra que já existia.

E por aí o livro segue com mais revelações, todas amparadas por documentos históricos, como cartas e outros registros categoricamente listados na bibliografia no final do livro.

Uma leitura obrigatória para quem sempre discordou da história ensinada na sala de aula, para quem gosta de desafiar o senso comum ou mesmo só para quem gosta de curiosidades. Os patriotas irão esperniar, os políticos e politicamente corretos também. Principalmente os comunistas...

O único defeito que posso encontrar no livro é que ele é meio curto. Acho que ainda poderia ter muita coisa a ser esclarecida. Mas mesmo assim vale a pena.

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