Hora de acompanhar o derradeiro encontro de Elizabeth “Psylocke” Braddock com seu mentor, o guardião da Aurora Rubra, Gomurr!
Ultimate UNF
Psylocke
Por Pedro Caldeira
Covil
Litoral inglês
Em pé, olhando para o horizonte, admirando a linha que divide o céu do mar.
Em pé, sem se importar com o tremor no chão, que faz subir uma nuvem de areia.
Em pé, quando uma borboleta rosa faz-se em seu rosto, que antes estava para baixo.
O ruído estrondoso e os grãos cerrados revelam um pagode não muito alto, nem muito largo.
Psylocke se vira para trás e enxerga Gomurr, encostado na porta de acesso, segurando um grande sino.
- Entre.
A mutante caminha lentamente, retirando o casaco de peles e o calçado, que ficaram no tapete amarelo com a imagem de um deus qualquer bordado.
No interior do pagode, livros, uma mesinha e um carpete. Psylocke se ajoelha e senta sobre os pés.
- Não quis interromper suas férias, Psylocke.
- Agora é tarde, Gomurr. Quer dizer que roubaram a Aurora Rubra.
- Exatamente.
- Quem?
- Ofídios, como falei.
- Deixe de mistérios, Gomurr. Se a coisa tá complicada como você mesmo me disse, abra logo o jogo.
O velho homem pega um livro sobre a mesa, abre exatamente no meio e o joga ao chão, em frente à Psylocke.
- A ação foi muito rápida. Não sei como eles chegaram aqui e mais rápido ainda como me renderam e adquiriram o poder.
- Por que você não evitou?
- Me paralisaram, Psylocke. Era como um veneno. Só consegui me mexer horas depois.
- Como sabe que foram ofídios, Gomurr?
- Pelo cheiro.
- Está desconfiando de alguma coisa?
- Só de uma coisa: esses seres com um poder como a Aurora serão capazes de realizar as maiores maldades.
- Cabe a mim, impedir. Né?
O velho sorri, puxando alguns fios da barbicha branca.
- Como vou fazer isso? Eu conheço o poder da Aurora Rubra.
- Você tem poderes.
- Eu não sou um exército.
- Não se preocupe. Algo também me diz que você não está sozinha.
Subterrâneo
Uma caverna repleta de cobras em forma de pedra. Alguns focos de fogo sobre armações esverdeadas. Ao fundo, mas na direção central da entrada, um trono, também em pedra, mas com detalhes verdes. No encosto, a cabeça de uma naja, que tinha como olhos duas pedras amarelas.
Espalhados pelo salão central, seres híbridos, mistura de homens e serpentes, faziam a guarda e outras tarefas.
Todos eles pararam o que faziam quando uma mulher robusta caminhava na direção do trono.
As únicas coisas que poderiam ser vistas eram braços espichados e a calça como couro de cobra.
- Chamem Coral. – e se aproxima do trono
Um ser híbrido corre para uma passagem estreita.
- Finalmente meu corpo se adequou a esta temperatura.
Novamente um corredor se forma na multidão dos novos soldados.
Passando por entre eles, um homem forte, com uma capa, e sobre a cabeça, o que chama de coroa: a mesma naja.
- Saia daí, Anaconda.
Os seres abaixam a cabeça e retornam às suas obrigações anteriores. A mulher se levanta, forçando os músculos, enquanto o homem, mal-humorado, senta no trono de pedra.
- Onde estão Sucuri e Mamba Negra?
- Fazendo o que lhe foi ordenado, Coral.
- Já fomos procurados pelos outros, a respeito da Aurora Rubra?
- Não. É como se eles não tivessem interesse nisso. Ou achassem que é melhor que este poder fique com a gente.
- Muito estranho. Eles jamais permitiriam isso. Nem que ficasse tudo simples, calmo.
- Quando vamos colocar nosso plano em prática, Coral?
- Assim que Sucuri e Mamba Negra retornarem, Anaconda. Vamos ter paciência porque não sabemos quem vamos enfrentar.
Litoral inglês
Quem olhasse de fora ia pensar que se tratava de uma oração. Mas não era. Psylocke e Gomurr conversavam quase que telepaticamente, ao tempo em que as folhas do livro passavam por conta própria.
- Existe uma coisa que talvez possa neutralizar o poder da Aurora, Psylocke.
- Isso vai facilitar. Onde está?
- O problema é esse. Eu não sei a localização. O que tenho são pistas.
- Isso vai dificultar.
- Seu irmão teve que fazer uma escolha.
- Eu sei a historia do Capitão Britânia, Gomurr. Como não saber do meu irmão?
- Espere que eu termine. Ele teve que escolher entre o Livro do Saber e a Espada do Poder.
- Já entendi, Gomurr. A Espada do Poder.
As folhas da publicação param de passar na página onde estão gravuras do Livro e da Espada.
- Não vai ser tarefa fácil, Psylocke. Algo como dizem vocês, ocidentais: uma busca a uma agulha num palheiro.
- Por onde eu começo?
- Stonehenge.
Psylocke se levanta, reverencia o mestre e quando ele se volta para pegar o livro, a mutante some.
Gomurr, ainda cabisbaixo, sorri. Mas abre os olhos ao descobrir que alguém, usando o poder da Aurora, participou da conversa. Ewm seguida, o mestre sussura:
- Isso, ofídio. Faça exatamente o que eu penso. Quero apenas que você esteja preparado para se cansar, até o confronto com minha aprendiz...!
+ comentários + 3 comentários
História curtinha, mas bem legal, dá um gostinho do que vem por aí!
No aguardo!!
valeu, cara! vou compensar na próxima, com mais fôlego. saludos!!
Como disse o João, é curtinha, mas é muito boa essa história! Quero ver a Betsy lutando agora, hein cara? Hahaha, brinks!
Ótimo! Parabéns!
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