Últimas Publicações:

Antares # 10.




Após conhecer Rawsterior, Antares ainda estava decidindo qual seria seu próximo passo, quando alguém resolve colocar mais alguns obstáculos em seu caminho.
Um obstáculo que revelará a verdade sobre um grande acidente do passado, ocorrido a muitos anos atrás da Terra.

Após uma noite mais curta que as terrestres, por volta de apenas quatro horas, os raios de três Sóis tocavam a superfície do planeta Xandrizar e um sonolento Jonathan se dirigia até a ponte de comando da nave.

Thar estava dormindo, ainda exausta por causa da vigília enquanto Vanyarin e Jon se encontravam com Rawsterior, o que demorou por causa da luta na qual os três havia se metido para poder sair do Zarcareon.

- Vocês podiam ter, ao menos me avisado... Humpf...

Após dizer isso ela se fechou em seus aposentos.

Através dos vidros, Jon percebeu que, não muito longe da nave, Vanyarin treinava, fazendo com que o rapaz não desgrudasse os olhos de seus movimentos e, claro, de seu corpo.

Ela empunhava suas duas espadas, girando-as com graça acima de sua cabeça, mas concluindo os movimentos com determinação em golpes que, com certeza, seriam mortais se usados num combate real.

Ao mesmo tempo ela mantinha os pés firmemente apoiados no chão, mas trocando-os de lugar com uma velocidade espantosa, o que deixaria qualquer inimigo desconcertado.

Logo em seguida ela alçou voo, cortando o ar com suas lâminas, enquanto os raios dos Sóis refletiam em sua armadura, o que parecia aumentar o efeito hipnótico sobre o jovem terrestre.

- Ela é espetacular não? - Além da frase, a mão de Rawsterior pousando em seu ombro fez com que Jonathan despertasse. - Mortal e graciosa ao mesmo tempo... A mãe dela ficaria orgulhosa...

Aquele comentário fez o jovem abaixar a cabeça, lembrando com tristeza de toda dor que fora causada por conta daquela situação, prometendo para si mesmo mais uma vez que faria de tudo para quebrar aquele círculo vicioso.

- Antes que você se afogue em culpa, saiba que nem você, nem seu pai poderiam ter antecipado o momento em que trocariam de lugar... Nós erramos por não termos nos preparado melhor... Deixamos nos levar pelas emoções e acabamos todos com algum tipo de perda.

Ao falar aquilo ele olhou para o braço enegrecido que, como ele havia explicado a Jon, era feito de uma material especial, que mantinha dentro de si o poder de uma estrela, dando-lhe uma capacidade singular.

Essa capacidade, no entanto ele não revelou qual seria.

- Rawsterior... - Jon erguia a cabeça, tentando parecer mais confiante. - Você vai vir com a gente? Tenho certeza de que juntos a gente poderia...

- Vou ser sincero garoto... Não sei se é uma boa ideia...

Enquanto os dois conversavam, muito longe dali, alguém os observava nada contente com o rumo dos acontecimentos.

- Não... Esse rapaz, com certeza, será o meio para que eu me encontre com ela... Por isso precisa de uma equipe poderosa ao seu redor... Acho que posso dar uma ajuda nesse sentido.

Em resposta às palavras do misterioso ser, num local ermo do universo, algo que lembrava um amontoado de sucata, todo amassado para formar um tipo de cápsula, viajava ao sabor dos ventos cósmicos quando, de repente, estremeceu de forma violenta, desaparecendo em seguida.

De volta a Xandrizar, Jon começava a se afastar de Rawsterior, decidindo retomar aquela conversa outra hora, talvez com a ajuda de Vanyarin, quando os alarmes da nave começaram a tocar.

- Que merda é essa? - Jonathan, assim como Rawsterior, tentava proteger seus ouvidos com as mãos.

- Aproximação de algo perigoso!! - Thar-Tae, parecendo surgir do nada, passou rapidamente por seu amado, indo até o console principal da nave, desligando os alarmes e acionando seus sensores. - Tem um tipo de meteoro, que parece ter surgido do nada segundo os sensores, indo direto prá cidade... Pela velocidade e tamanho dele o estrago vai ser imenso!

- De onde ele está vindo?!! - Jonathan acionava seus poderes, ao mesmo tempo que suas roupas desapareciam, dando lugar ao uniforme do Antares, ao mesmo tempo em que um brilho no céu chamava sua atenção. - Esquece! Já vi!

Sem mais nenhuma palavra ele se transformou num raio de energia, que atravessou o casco da nave, indo direto na direção do meteoro, percebendo assim que o alcançou, que não se tratava apenas de uma rocha, mas de um amontoado de metal retorcido.

Antares usou seus poderes para desviar a rota do objeto, acompanhando-o até que este caísse numa área desabitada, onde aparentemente todo o lixo da cidade era acumulado.

“Isso tá pior que na Terra” Foi o pensamento do herói, enquanto agradecia a seus poderes pelo campo de força, que barrava o óbvio mau cheiro que se desprendia do local.

Ele flutuou até se aproximar do objeto, usando os sensores de sua roupa para enviar informações para a Avô, assim Thar poderia analisá-lo, tentando descobrir sua origem e talvez o motivo de ele ter caído em Xandrizar, justamente quando Antares e seus amigos estavam no planeta.

“Não acredito em coincidências...” enquanto ele esperava os resultados da análise, começou a circundar o objeto, se surpreendendo quando viu uma inscrição que ele entendeu perfeitamente, sem precisar do tradutor universal.

“Chernobyl.”

- Jon... - A voz de Thar-Tae ressoou nos ouvidos de Antares. - Você não vai acreditar de onde isso veio...

- Deixa eu adivinhar... Planeta Terra. O meu Planeta Terra.

- Como você...

A frase da Svitariana foi interrompida, quando uma explosão tomou conta de praticamente toda a extensão daquele lixão, o que fez Antares voar longe, dando graças não só pelo campo de força, mas também por não haver mesmo ninguém vivo ali perto.

Uma luz esverdeada iluminava o marco zero da explosão, mas o mais impressionante é que ele não vinha dos destroços, mas de uma figura humanoide, que parecia ter dificuldade em permanecer de pé.

- Não... - A criatura olhava para suas brilhantes mãos, o desespero em sua voz, que começara como um sussurro, parecia crescer de intensidade, deixando claro seu desespero, as palavras sendo traduzidas para Antares, pelo seu uniforme, que identificou aquela língua como sendo russa. - Não... NÃÃÃÃÃÃOOOO!!!!!!!! RRRRAAAAAARRRRR!!!!

Conforme o grito preenchia o ar, o brilho verde se expandiu, causando nova destruição e obrigando Antares a reforçar seu campo de força, ao mesmo tempo em que o jovem percebia do que se tratava aquela energia.

“Radiação... Aposto que é a mesma do incidente em Chernobyl... Mas, cacete... O que esse cara tá fazendo aqui? Quem é ele? Será que veio mesmo da Te...”

Os pensamentos foram interrompidos, quando a onda de energia pareceu recuar, enquanto aquele que Antares agora reconhecia como um humano, provavelmente terráqueo, caía de joelhos.

- O-onde estou? O que está acontecendo? Como eu vim parar aqui e... AAAARRRGGGHHH!!!

O corpo dele se convulsionou e uma nova onda de radiação se expandiu dele, fazendo com que Antares novamente precisasse reforçar suas defesas.

“Saco... Preciso me aproximar dele, mas se continuar assim...”

- Jon? Estou preparando a Avô para irmos até onde você es...

- Não venham!! Essa radiação matou muita gente na Terra! Não sei se ela poderia afetar vocês, mas não quero arriscar! Fiquem Aí!!

- Mas...

- Sem “mas” Fiquem aí e pronto!!

A radiação ia oscilando atingindo ora picos altíssimos, ora quase se desfazendo, conforme o estranho parecia se cansar, o que fez Antares ter esperanças de que poderia se comunicar com o homem em breve, resolvendo assim aquela situação bizarra.

Se possível se, um combate desnecessário.

- Hum... - Longe dali o responsável por aquela situação não parecia nada contente. - Se tudo correr de forma tão fácil... Preciso preparar algo que possa fazer esse jovem crescer mais em poder e controle... Acho que já sei o que fazer... - Um momento de concentração foi o suficiente para enviar sua consciência até onde ele queria. - Hrúcarë... Ouça seu mestre, desperte e ouça minhas palavras...

Em outro ponto do universo algo que lembrava um imenso casulo negro, flutuando livre pelo espaço, começou a se mover, como se algo estivesse tentando sair.

Primeiro foi uma garra negra, depois algo que lembrava uma enorme asa e após uma segunda garra se juntar à primeira, forçando uma saída, um par de olhos vermelhos iluminaram a escuridão do espaço.

Uma criatura saiu do casulo, fechando os olhos como que se concentrando e então, pouco a pouco, marcas avermelhadas começaram a brilhar, espalhando-se por todo o lado esquerdo de seu corpo, brilhando quase tanto quanto seus olhos.

Hrúcarë havia terminado sua metamorfose.

Ficou ainda mais poderoso, ele sentia a nova energia tomando-o, junto à uma sede se sangue e destruição.

“Mestre... Eu ouço e obedeço..”

No instante seguinte ele abriu os olhos e mergulhou na imensidão do espaço, sabendo aonde ir e o que fazer.

De volta a Xandrizar, Antares tentava se comunicar com o estranho homem à sua frente, prestando mais atenção em sua aparência, agora que a luz esverdeada começava a diminuir.

Era realmente um terráqueo, com o corpo um pouco magro, a pele estava verde e brilhante, assim como a radiação que emanava dele, a cabeça estava completamente sem cabelos, mas o que acabou chamando a atenção de Antares foi algo que pareceu surpreender o estranho.

Ele tentou levar a mão esquerda até seu rosto e, com um terror crescente estampado no rosto, percebeu que havia apenas um toco na ponta de seu braço.

Sua mão havia sido arrancada.

- NNNÃÃÃÃÃÃÃOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!

Quando a radiação recomeçou a se expandir, Antares agiu antes, criando uma esfera de energia ao redor do estranho, se esforçando ao máximo para não surgir nenhuma fenda.

Os dois ficaram durante alguns minutos medindo forças, até que finalmente o cansaço venceu o estranho, que acabou por desmaiar, desativando assim a radiação, que desceu a níveis mais seguros.

- Thar... - Antares agora erguia o estranho, ao mesmo tempo em que se comunicava com sua companheira. - O uniforme transmitiu os dados da radiação? Vamos precisar de uma câmara para mantê-lo isolado, mas que ainda assim nos deixe cuidar dele...

- Vai estar pronto assim que vocês chegarem...

Horas mais tarde o estranho despertou dentro de algo que lembrava um pequeno domo, cujas paredes de metal refletiam a luz esverdeava que o corpo dele emanava.

- Olá... - Ele se assustou, mas assim que olhou para sua direita, percebeu o homem de uniforme, que ele tinha achado ser parte de um sonho, afinal de contas o que acontecera não podia ser verdade. - Podemos conversar? Como é o seu nome?

- A-Alexei... - Não tendo certeza de que podia confiar no outro e nem se aquilo não fosse ainda o sonho, ele se limitou a falar apenas o primeiro nome, seguido de algumas perguntas, procurando entender aquela situação tão estranha. - O-onde estou? O que aconteceu comigo?

- Eu esperava que você pudesse nos contar...

- Eu... Minha memória está... Confusa...

Ainda assim Alexei se apresentou como um funcionário da usina de Chernobyl, que fora para o trabalho como todos os dias, seguindo uma rotina massacrante até o dia 26 de Abril, quando ele começou a sentir um estranho calor vindo de seu peito, no exato momento do teste de um mecanismo de segurança.

As lembranças começaram timidamente, mas pouco a pouco elas jorravam em seu cérebro, à medida que ia relatando o que acontecera.

Os técnicos ao seu redor desmaiaram enquanto sua dor aumentava, fazendo-o alucinar, pelo menos foi a explicação que ele encontrou para o que vira.

- E o que foi que você viu?

- Parecia loucura, mas depois de tudo o que está acontecendo... Já faz mais sentido... Um homem loiro atravessou a parede e veio na minha direção... Ele falou outra língua, inglês eu acho... A última coisa que eu lembro de ter visto foi um brilho nos olhos dele... Depois uma dor aguda e mais nada...

- Alexei... Você sabe em que ano estamos?

- 1986, é claro...

- Hã... É bom que você está sentado... Na verdade, estamos em 2010...

Foi nesse momento que o domo se mostrou verdadeiramente bem construído, pois diante daquele comentário, os níveis de radiação de Alexei começaram a subir até se tornarem perigosos, mas as paredes pareceram absorver tudo.

Em seguida Antares começou a atualizar o outro sobre a história oficial do que acontecera em Chernobyl, bem como uma grande resumo da história humana desde o ano de 86.

Ainda assim foram mais de três horas de conversa, com Antares mais falando e Alexei se esforçando para digerir tudo aquilo.

- Daí eu acabei vindo para o espaço e enfrentando esse monstro, o Hrúcarë... Então paramos nesse planeta para tentar conseguir ajuda do mestre de Vanyarin e...

- Jon? Desculpa interromper...

- Oi Thar! Venha conhecer o Alexei... - O rosto da garota deixava clara sua preocupação e então Antares interrompeu as apresentações. - O que aconteceu?

- Recebemos um pedido de socorro...

- De quem? - Ele se ergueu de imediato, imaginando o pior. - Seu pai?

- Não! Ainda bem que não... Foi o Tyssuir-Zaak...

Poucos minutos depois eles estavam seguindo para as coordenadas indicadas pelo comunicador do Centurião, Rawsterior e Alexei iam junto, mas nenhum dos tripulantes da Avô imaginava o que os esperava.

Mais morte e destruição.

Conclui a seguir.
Compartilhe este artigo: :

+ comentários + 2 comentários

18 de setembro de 2010 às 10:54

Ótimo capítulo! Esperando pelo próximo! E eu quero ver o Chernobyl em ação hehehe. Muito bom!

22 de setembro de 2010 às 11:27

:o fiquei curiosa sobre essa "real" versão do que ocorreu em Chernobyl o.o
Adorei os acontecimentos :D

Postar um comentário

 
Support : Creating Website | Johny Template | Mas Template
Copyright © 2013. UNF - Todos os direitos reservados.
Template Created by Creating Website Published by Mas Template
Proudly powered by Blogger