Antares está de volta!!
Começa agora um novo arco das histórias desse herói espacial, onde conheceremos novos personagens!!
Sem mais delongas... Boa leitura!!
Começa agora um novo arco das histórias desse herói espacial, onde conheceremos novos personagens!!
Sem mais delongas... Boa leitura!!
No espaço profundo uma nave, pouco maior que um avião de passageiros terrestre, avançava numa velocidade cem vezes acima da do som, o que não parecia muito, considerando a imensidão vazia ao seu redor.
Em seu interior, num dos dormitórios, uma mulher levantava num repente, despertando de um dos costumeiros pesadelos que lhe acompanhavam desde a morte da mãe.
Ela jogou as roupas de cama num canto e reparou com desdém quando os servo-robôs correram para recuperar os lençóis, começando o ciclo de limpeza diária.
Rapidamente as leves e poucas roupas, que lhe cobriam pobremente o corpo escultural, fizeram companhia para os lençóis e a mulher entrou no lavabo, que fazia conjunto com o dormitório, se postando sob o forte jato de um líquido especialmente preparado para a limpeza de seu corpo.
Conforme o suor ia sendo levado, iam também as lembranças do pesadelo e alguns poucos minutos depois Vanyarin ganhava os corredores da Avô.
“Avô... Humpf...” sempre que pensava naquele nome, com o qual a nave fora batizada, era impossível não achar idiota, mas logo ela se lembrava do motivo de tal homenagem e tentava voltar seus pensamentos para outros assuntos.
Quando as portas metálicas da sala de comando se abriram, Vanyarin já sabia quem ia encontrar diante dos controles principais da Avô.
- Compense essas flutuações... - Thar-Tae estava sentada em sua “poltrona de Capitã”, como a garota sempre frisava, fazendo uma série de verificações dos sistemas na Avô. - As energias dos motores NFIMM estão desequilibradas.
A guerreira de pele dourada ainda não se sentia totalmente à vontade com os companheiros, mas nos últimos dias procurava, ao menos, abrir um canal de comunicação com eles, ainda que precário.
- E onde está nosso herói?
A frase foi dita com um excessivo sarcasmo, mesmo que não intencional, percebido principalmente na palavra “herói”, o que já bastou para que Thar-Tae respondesse com certa frieza:
- Estamos passando por um cinturão de asteroides... - Ela falava sem olhar para a outra. - Ele aproveitou para treinar um pouco.
- Sei... - Uma rápida olhada, através dos vidros dianteiros da nave, foi o suficiente para que a guerreira visse a destruição de algumas das rochas, bem como um raio de energia que se movia muito rápido por entre as mesmas. - Hum... Vou me alimentar.
Dito isso Vanyarin se retirou da sala de comando, sem que Thar sequer pensasse em algo a mais para dizer, também se sentindo pouco à vontade naquela situação.
“Afinal...” pensou a jovem Svitariana “Era a chance de passar um tempo só com o Jon...”
Finalmente ela desviara o olhar das telas diante de si, fitando os asteroides, percebendo, assim como Vanyarin, os movimentos do terceiro tripulante da Avô, que continuava a treinar.
“Mais forte!” E uma enorme rocha explodia no silêncio do espaço.
“Mais Rápido!!” E um raio de energia circundava outro asteroide, esse do tamanho de uma pequena Lua.
“Se eu tivesse sido melhor... Ele ainda estaria vivo...”
Antares ainda não aceitara o final de sua luta contra o terrível Hrúcarë e os resultados que afetaram não somente o jovem terrestre, como seu avô e todo um planeta.
Enquanto destruía mais duas enormes rochas com rajadas certeiras, em sua mente, ele revia mais uma vez a cena em que seu avô criara uma armadura e, após se separar do neto, partira para um último confronto contra o vilão.
Logo depois disso o mundo ficou todo negro para Jonathan e este pensou que finalmente iria morrer.
Quando voltou a abrir os olhos percebeu estar em um lugar que lembrava em muito uma enfermaria terrestre, devido às cores brancas, o que levou o jovem mais uma vez a imaginar se tudo não passara de um sonho, mas assim que ele virou o rosto para a direita, viu que Thar-Tae estava dormindo ali perto.
Ele ficou sabendo, após a garota despertar, que passara mais de três dias desacordado, mesmo tendo seu corpo quase todo recuperado, por conta da ação dos curandeiros Svitarianos. Era como se ele não quisesse acordar, ou não estivesse pronto.
Após mais dois dias de tratamento intensivo ele finalmente pode se encontrar com o novo líder dos Svitarianos, o velho Anner-Roll, que se encontrava no salão principal da nave mãe da frota.
Uma vez devidamente sentados ao redor de uma mesa que Jon já conhecia, a mesma onde eles planejaram como seria feita a evacuação do planeta condenado, o velho tratou de contar ao rapaz o que acontecera após este ter perdido os sentidos.
Antônio criou um campo de força ao redor do neto e o enviou na direção da nave-mãe, se voltando em seguida para Hrúcarë e lutando contra o monstro por tempo suficiente para que os Svitarianos pudessem fugir.
- E então ele... – Jon não precisou completar a frase, Anner-Roll fez um estranho movimento com as mãos e o jovem terrestre não precisou de um tradutor para saber o que aquele gesto significava.
Seu avô morrera de forma heroica, ganhando tempo para que os Svitarianos se salvassem.
“Ele não precisaria ter morrido...” agora o jovem, após transformar totalmente seu corpo em energia, atravessava um asteroide, enquanto suas lembranças continuavam a atormentá-lo “Se eu tivesse sido melhor...”
Uma das mais dolorosas era a do funeral.
Uma semana se passou até que Jon tivesse forças o suficiente para fazer algo que ele imaginara e, após pedir para que Thar-Tae criasse uma réplica da armadura original de seu avô, ele saiu da nave-mãe, indo na direção de uma estrela de grandeza parecida com a do Sol terrestre.
“Adeus Vovô... Prometo que serei digno da missão que me deixou... encontrarei Hrúcarë e acabarei com a ameaça dele...”
Dizendo isso em sua mente o novo Antares lançou a armadura que representava seu avô na direção da estrela.
Um funeral digno de um herói.
Após mais alguns dias de descanso, Jon finalmente sentira-se pronto para caçar seu inimigo, ainda mais depois de saber que o Centurião Tyssuir-Zaak já estava no encalço de Hrúcarë.
Só que antes de partir o jovem terráqueo acabaria se surpreendendo novamente.
- Me explique como pretende achar o maldito meu jovem... Se ainda não entendeu, o espaço é um lugar muito, muito vasto...
- Não me importo... Vou achar esse desgraçado de qualquer jeito e...
- E quando fizer isso vai estar esgotado por causa da procura... - Era Thar-Tae quem surgia no meio da reunião.
- Filha o assunto é sério...
- E eu não estou brincando... Pai, ele é meu Amor Eterno e por isso vou com ele.
Os dois ficaram em silêncio, esperando que a garota dissesse que aquilo não passava de brincadeira, o que ela não fez, no entanto, mantendo um semblante muito sério.
- Já usei meus poderes para criar uma nave espacial completa, com alguns detalhes que vi em sua mente Jon, para atender também às necessidades terrestres... Em poucas horas estará pronta para partir...
- Thar...
- Filha...
- Nem tentem mudar minha ideia... Já me decidi. - Ela então deu as costas aos dois, indo na direção da saída, aliviada por ter sido mais fácil expor sua decisão do que pensara. - Estarei te esperando lá Jon...
- Se vocês vão caçá-lo... - Assim que as portas correram para os lados, a figura de Vanyarin surgiu diante deles, o rosto fixo numa expressão resoluta. - Eu irei junto.
Após várias tentativas frustradas de mudar a opinião das garotas, Jonathan acabou por aceitar suas colegas e logo os três, mais Anner-Roll, Ashira-Rey e Kwisp, o guerreiro, estavam diante da entrada da nave.
- Então resolveram ficar juntos heim? - Jon se despedia do amigo com uma piscada. - Mandou bem cara...
- Hã... Sim... Eu acho... Infelizmente não poderemos acompanhá-los... Antes iremos encontrar um novo lar para os Svitarianos.
- Sem problema... Nós daremos conta do recado. Cuide-se.
Eles se despediram e então Jonathan começou a andar na direção da nave.
- Qual vai ser o nome? - Assim que conseguiu se livrar do abraço do pai, Thar
se colocou entre seu Amor Eterno e Vanyarin. - Você quer escolher?
O jovem pensou um pouco e acabou decidindo por uma homenagem a Antônio.
- Seu nome será simplesmente... Avô.
E assim começou a caçada a Hrúcarë.
Isso aconteceu cerca de três meses atrás.
Duas horas de treino foram o suficiente para lembrar Jon de como estava com fome naquela “manhã”, um pensamento que sempre lhe trazia a lembrança de que suas companheiras acabaram por adotar a contagem de tempo terrestre, a qual o jovem mal tinha certeza de ele mesmo estar contando certo.
Mas após meses na companhia das duas alienígenas ele, ao menos, já estava aceitando totalmente sua situação, disposto a enfrentar e derrotar seu inimigo o mais rápido possível, pretendendo evitar que seu filho viesse a passar pela mesma situação, de ser arrancado de seu mundo e jogado naquela “guerra nas estrelas” onde tudo não era como nos filmes, mas terrivelmente real.
“Real demais...” ele pensou, enquanto entrava na nave por uma câmara de vácuo que, segundo Thar, era necessária para que ele e Vanyarin pudessem sair e voltar do espaço sem ameaçar a atmosfera artificial lá de dentro.
Ele já vira tecnologias assim nos cinemas, mas vivenciar daquele modo era algo que o desconcertou no início, fora o fato de estar morando com aquelas duas garotas que, exceto pelo fato de serem de planetas diferentes, eram por demais atraentes.
Thar-Tae já declarara que Jon era seu Amor Eterno, um conceito que ele já entendera e que faria a jovem Svitariana segui-lo até o fim de sua vida, e ele a flagrou em várias ocasiões tentando tocar sua pele, o que quase equivalia a um contato sexual terrestre.
Apesar do tempo juntos, a aparência de Thar, que equivalia a uma terrestre de dezesseis anos, ainda causava desconforto em Jon, por conta da moral que ele aprendeu e seguia em seu planeta. Mesmo assim, a jovem Svitariana, a todo o momento, dizia que os costumes de seu povo eram diferentes.
Com Vanyarin era ainda mais difícil de lidar.
Todas as vezes que se encontravam, mesmo com ambos fazendo o maior esforço para que isso não acontecesse, a garota de pele dourada não deixava de olhar com ódio na direção de Jon.
Desde o começo daquela estranha viagem, Jon conversava apenas com Thar-Tae, mesmo com ela estando mais interessada em tocá-lo que conversar, por isso nada havia preparado os dois para o que acontecera naquela “manhã”.
Como de costume, após o treino, Antares e Thar estavam sentados no refeitório da nave, tomando um laudo café da manhã, já que ambos haviam efetuado tarefas cansativas, pretendendo deitar logo depois.
- E eu vou com você...
- Já falei que não Thar... Poxa... Me dá um tempo...
- Ai... Você é um chato... Já falei que não estamos na Terra...
- Você esquece que eu sou de lá e lá nós...
- “Não nos envolvemos com menores de idade”... Eu sei, mas...
Acostumados como estavam com aquela discussão, nenhum dos dois percebeu que uma silenciosa Vanyarin se sentava à mesa e Jon engasgou quando ela começou a falar:
- Meu pai era um Airymor... – Enquanto tentava engolir o pedaço de algo que lembrava pão, Jon pensou não ter ouvido direito a palavra, soltando um “hã” mais alto do que pretendia. – Um Airymor! Alguém que cuida das plantas... De retirar alimentos delas! Não tinha alguém assim nos seus planetas?
- Ter tinha... Na Terra chamamos de agricultor... Eu fiquei foi surpreso por você vir falar com a gen... – Um chute dado por debaixo da mesa fez o jovem soltar uma pequena exclamação, interrompendo sua frase. - Ouch!
O rosto de Thar estava fechado e Jon reparou que os olhos da outra garota pareciam estar distantes, perdidos nas memórias que ela começava a relatar.
“Apesar de serem de castas totalmente diferentes, após pouco tempo desde a primeira vez que tinham se visto, meus pais se apaixonaram perdidamente...
No tempo terrestre, pelo que entendi, eu acabei nascendo dois anos depois deles terem decidido morar juntos...
Antes de eu completar uma idade próxima dos sete anos terrestres eles se separaram...
As diferenças, que eles ignoraram antes pelo amor, haviam se transformado em divergências que os levaram por caminhos opostos.
Quando minha mãe seguia para o espaço em alguma missão eu ficava com meu pai, que me ensinava os segredos da terra e das plantas, mas quando ela voltava me levava o mais rápido que podia e então me treinava nas artes da guerra.
Tudo isso até que duas pessoas entraram em nossas vidas.
Antares... Seu pai Jonathan...
E Hrúcarë.
O primeiro se aliou à minha mãe para enfrentar o destruidor, mas ambos foram derrotados, o que pareceu servir para que eles se entregassem um ao outro num romance que não tinham assumido desde que se conheceram.
Nessa época minha mãe passou a ficar mais tempo que o normal na companhia do terrestre, procurando o inimigo deles e entre uma visita e outra a meu pai, eu era deixada com meu mestre, o homem que vamos encontrar.
Ele era ainda mais exigente que minha mãe e em alguns anos atingi meu estado atual de poder e habilidades, o que era o modo dela de me proteger.
Sempre que terminávamos os treinos, meu mestre tinha uma palavra de carinho para comigo, nunca deixando que eu dormisse sem saber e crer no amor que meus pais sentiam por mim.
Certa noite eu acordei com som da característica explosão de quando minha mãe usava seus poderes para chegar à casa do mestre.
Pouco depois ouvi outro som, que não tinha identificado, por nunca ter ouvido algo como aquilo...
Me levantei toda feliz, louca para mostrar meus novos golpes para minha mãe, mas logo parei...
Ela e o Antares estavam extremamente feridos e quando eu me aproximei, descobri o que era o som...
Minha mãe estava fazendo algo que eu nunca tinha visto.
Ela estava chorando.
Depois me abraçou e chorou mais ainda.
E então me falou do destino de meu pai e de nosso planeta.
Um destino igual ao do seu Thar...
Eu até imaginava, quando a vi daquele jeito, mas meu coração não aceitava o que havia acontecido, eu estava em total negação quando ela confirmou meus maiores temores...
Meu pai havia morrido.
Isso foi apenas alguns dias antes de nos encontrarmos, antes de minha mãe...
...
Enfim, foram dias terríveis, minha mãe e seu amante recuperando-se dos ferimentos, eu trancada em meu quarto sofrendo por meu pai e meu mestre tentando nos preparar para a batalha que viria.
E veio antes do que qualquer um de nós acreditava...
Numa manhã eu acordei sendo arrancada da minha cama pelo mestre.
Ele estava sem um braço e não me deu nenhuma chance sequer de pensar no que estava acontecendo, me agarrando e começando a me levar para longe de seu planeta.
Antes de mergulharmos no hiperespaço, eu vi Hrúcarë surgindo diante de minha mãe e seu amante...
Em seguida, a última coisa que vi foi o covarde do seu pai abandonando minha mãe e... Me desculpe...
Hoje compreendi melhor a herança de sua família, toda a complicação de idade e de trocar de lugar, mas naquele momento tudo o que eu via era minha mãe sendo abandonada diante daquele monstro.”
- Não consegui perdoar seu pai... - Vanyarin se levantava, dando as costas para seus boquiabertos companheiros, enquanto terminava de falar. - Terminem logo suas refeições... Faltam poucos minutos para chegarmos a nosso objetivo... E deixem que eu falo com meu mestre...
Jon e Thar terminaram de comer rapidamente e em silêncio, indo até a ponte de comando em seguida a tempo de ver que um enorme planeta se aproximava.
Durante os meses de viagem eles mal haviam pousado em outros planetas, apenas algumas vezes para repor os tanques de ar, para manter a atmosfera respirável, ou os suprimentos de água.
Ainda assim Jon sentia-se nervoso a cada novo pouso, pois mal havia começado a se acostumar com Svitar e já embarcara naquela viagem, conhecendo outros mundos como se tivesse feito aquilo a vida inteira.
- A camuflagem que pedi está funcionando?
- Claro... Fiz a checagem completa hoje de manhã.
- Perfeito, então pode acioná-la já.
Thar procurou o rosto de Jon em busca de uma confirmação dele para que as ordens de Vanyarin fosse seguidas e o rapaz apenas fez um quase imperceptível movimento positivo com a cabeça.
- Certo... Acionando camuflagem.
Em poucos instantes a fuselagem da Avô pareceu tremeluzir e foi se misturando ao ambiente ao redor, ficando invisível.
- Nenhum instrumento pode nos captar certo? Se não nos derrubam imediatamente e eu preferiria evitar confrontos inúteis e...
- Não se preocupe. - Agora já estavam na atmosfera do planeta, sendo possível ver o chão, a vários metros de distância. - Só me diga onde pousar.
- Naquele lugar está bom... É perto do local onde aposto que o mestre está e não chamará atenção, mesmo estando invisível, já que ninguém vai até lá.
Mais alguns instantes e toda nave tremeu levemente, enquanto os exaustores gravitacionais criavam pequenos campos sobre os quais a Avô ficava flutuando.
- Thar, é melhor você ficar aqui, pronta para partirmos a qualquer momento... Xandrizar não é um local para pessoas sem poderes e...
- Nem vem... Eu vou junto... Não é Jon?
- Eu... - Jon parecera sair de um transe, enquanto olhava para o cenário do lado de fora, e ficou em silêncio alguns instantes antes de falar. - É um local que não conhecemos Thar... Eu preferiria que você permanecesse onde é mais seguro... Além do que, se acontecer algo com a gente, precisaremos de alguém para nos salvar...
- Humpf...
Mesmo não gostando e deixando isso bem claro numa careta, Thar-Tae decidiu aceitar a sugestão dos companheiros e começou a verificar novos sistemas, enquanto Antares e Vanyarin partiam da nave voando na direção do que o rapaz identificava como uma cidade.
- Em Calindra, capital de Xandrizar, fica o Zarcareon, uma taverna... - O tradutor da roupa de Antares deixava apenas os nomes dos locais sem uma versão para o português, mas mesmo assim ele estranhava o fato de haver uma taverna em outro planeta. - Uma vez, quando atingi a maioridade de minha raça, o mestre me levou até lá para comemorarmos e...
As últimas palavras se perderam quando eles entraram no perímetro da cidade, pois o choque foi enorme para o rapaz.
Era totalmente diferente de Svitar, onde todas as cores, cheiros e sensações lembravam as da Terra, só que muito mais intensas, elevadas até, mas ali era praticamente o contrário.
Tudo era muito escuro, os prédios iam de tons pretos a acinzentados, poucas outras cores eram perceptíveis, o que, aliado ao céu escuro e chuvoso, aumentava a sensação de depressão.
Vanyarin havia sugerido que ambos usassem energias parecidas com as da nave, para ocultar sua movimentação, uma vez que dois “cometas coloridos” chamariam demais a atenção das autoridades, algo que a garota preferia evitar a todo custo.
Alguns instantes depois eles desceram até o nível do chão e só então o terrível cheiro de podridão encheu o nariz do terráqueo, que se segurou muito para não vomitar.
Vanyarin, a contra gosto, se surpreendeu com o controle do companheiro, uma vez que ela mesma havia passado muito mal na sua primeira visita a Xandrizar.
- Venha comigo e lembre-se de ficar em silêncio...
O silêncio, no entanto, foi quebrado quando algo atravessou o que parecia uma vidraça.
- Não me diga que...
- Exatamente... - Um belo sorriso de antecipação surgiu no rosto de Vanyarin. - Chegamos.
Jon havia lido livros, ou revistas e visto filmes sobre lugares assim, um tipo de bar barra pesada no espaço, mas após se tornar Antares realmente não conseguia acreditar que pudessem existir, mas lá estava, diante dele, um genuíno “boteco espacial”.
Vanyarin entrou correndo, deixando o perplexo Antares para trás, mas logo ele se recuperou e a seguiu para, em breve, se pegar desejando ter ficado mais tempo no lado de fora.
Sem aviso nenhum, quando ele passou pelos restos de algo que um dia fora a porta do “recinto”, não conseguiu de desviar de um enorme corpo que literalmente voou em sua direção.
- Cacete!! – No instante seguinte ele estava debaixo de mais de cem quilos de uma criatura que lembrava um lagarto com a pele feita de pedra acinzentada que, assim que recobrara os sentidos, abriu a bocarra, pretendendo engolir a cabeça do jovem. – Sai prá lá!!!
Com dois disparos certeiros no peito da criatura, Antares o jogou longe e se ergueu, tentando localizar sua companheira, mas tudo o que viu foi um alienígena enorme, que vinha em sua direção, com um punho negro crepitando de energia.
- AAAARRRGGGHHH!!!!!
Numa reação instintiva, Antares reuniu energia em sua mão direita e aparou o golpe do outro, os dois tentando disputar quem era mais forte e desse modo o jovem conseguiu ver melhor seu oponente.
Ele era realmente enorme, quase tão grande quanto Tayagon, a pele tinha um tom de azul escuro, os cabelos eram negros e desgrenhados, um dos olhos era leitoso, obviamente cego e com uma cicatriz sobre ele, o braço que Antares segurava parecia ser metálico e destoava do restante do corpo, ainda mais que o outro exibia a mesma cor da pele, tendo um tipo de peça de armadura presa ao pulso.
Ele vestia algo como um uniforme de combate, nas cores marrom e cinza escuro, com uma faixa avermelhada na cintura, toda a roupa parecia pensada de forma e não limitar seus movimentos.
Quando finalmente falou, as palavras foram rapidamente traduzidas pela roupa do Antares, mas o tom seco e áspero foi fácil de ser identificado:
- Você... Vai... cair...
- Nem... Ferrando...
Dentes cerrados, gotas de suor começavam a brotar em suas frontes, nenhum deles cederia, mas logo uma voz feminina chamou a atenção de ambos.
- Antares! Mestre Rawsterior! Parem!!!
A única resposta veio em uníssono:
- Heim?!!
Continua.
+ comentários + 6 comentários
Que capítulo, heim? Coitada da Vanyarin, agora dá para entender o ódio dela do Antares. Melhor o Rodrigo nunca mais voltar para o espaço. Huahahahah! Parabéns pelo capítulo, João!
Grande Fred! Primeirão heim?
Esse novo arco eu bolei para apresentar os novos personagens, fechar algumas pontas soltas da “primeira temporada” e aprofundar ao menos a Vanyarin, deixando-a mais tridimensional...
Quanto ao Rodrigo, bem, ele vai ter sua parcela de problemas na Terra... Um encontro com o filho deve demorar um pouco para acontecer... heheheh...
Valeu mesmo o comentário, um abração e até mais!!!
Finalmente Antares está de volta!
A primeira série q comecei a acompanhar aqui no UNF, e ainda uma das minhas preferidas autorais. (tbm nao li muita coisa das outras ahhahahahaha)
Sensacional João. Acompanharei Antares em mais uma aventura, na caça da Hrucare. Gostei do novo personagem, e a história de Vanyarin ficou muito bacana.
Meus pêsamos pelo avô, e vida longa ao Antares. Agora de volta!
Abraços joão, e parabéns.
Hahahahah!
Valeu Renan!! Cara, que bom saber que você tem gostado tanto do Antares! Fico muito feliz!!!
Espero que curta o novo arco e, principalmente o que tenho planejado para todo o UA, pois posso te prometer, ao menos, que tô me esforçando para deixar esse universo bem bacana...
Quando ao Avô, pode deixar que passo o pêsames pro Jon... hehehehe
Valeu demais o comentário, um abração e até mais!!!
Realmente espetacular! Não há mais o que falar! Ótimo texto, detalhes bem explicados, e como o Antares ficou foi muito bem passado para nós depois que o avô dele morreu. Bom mesmo, parceiro! Aguardando pelo próximo.
O.O EU A-DO-REI! o.O
Demorei mais li :D
Fenomenal essa volta do titulo!
Não gosto da Vanyarin u.u mas fiquei com pena dela o.O
E to na expectativa do qeu vai acontecer em seguida o.o
Mandou bem João o/
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