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Ultimate UNF: Conan #7



Qual é a idade onde nos tornamos maduros? E nossa maioridade, vem quando? Naquela época bárbara, existiam os ritos, para que o guerreiro pudesse provar que estava apto a sua maioridade. Quanto à maturidade, muito se devia a como respondiam por seus atos.



Conan, o bárbaro #07

Maioridade: A preparação.

Publicada Originalmente em Janeiro de 2007.



Aquilônia
Sala do Trono


Conan está sentado em seu trono, com seus netos em volta, contando a história da sua vida. Os pequeninos estão sentados no chão, em volta do Rei, prestando atenção a cada sílaba que é dita.

- E então, vovô? - Pede Belhiar – O que aconteceu depois da festa?

- Depois que comemos o porco do mato, fomos dormir. Mas agora, vamos dar mais um pulo de alguns anos. Vou contar a história de quando quebrei o pescoço de um touro.

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Maioridade

Prestes a completar seus 15 verões, Conan sabia que o rito para sua maioridade estava próximo a chegar. Todos os anos, na entrada do inverno, eram esses ritos que davam vida à aldeia, na verdade, esses ritos eram provas de força e algumas vezes de sabedoria. A cada ano havia uma novidade, criada e sabida somente pelos anciões da tribo. Se no ano passado ele tivesse a chance de participar, passaria facilmente, pois era somente conseguir penas de gavião, artigo raro na Ciméria, mas nada perigoso.

Esse ano seria diferente, com certeza. E também não seria tão fácil, visto que havia muitos jovens interessados, e poucos aptos, ou tão aptos como ele.

Normalmente era essa história, um ano moleza, no outro, dureza. E Conan tinha a sorte de completar a idade justo num ano de dureza. Não que isso o incomodasse ou que ele preferisse que fosse fácil, na verdade, ele ansiava pela prova mais difícil da Era Moriana.

Conforme os dias iam trocando de lugar com as noites, uma ansiedade cada vez maior tomava conta dos jovens. Muito se especulava sobre qual seria a tarefa.

Saques.

Animais maiores.

Inimigos.

Vida e morte, na mão dos anciões cimérios. Essa era uma prova de sabedoria, pouca ou nunca utilizada, pois era mais válido vários guerreiro vivos do que poucos sábios vivos.

Essa prova era utilizada apenas uma vez cada geração, pois seu intuito era a renovação do conselho dos anciões, que deveria primar pela sabedoria no lugar da força.

Conan estava calmo. Ele sabia que o rito era mais para a aldeia e os anciões, do que algo que iria ter que levar a vida inteira. Ele sabia onde estava seu futuro, que não demoraria muito, e ele estava fora da aldeia. Não ali. Sendo assim, no seu íntimo, não interessava para ele passar ou não no rito. Mas ele devia isso a seu pai, e o faria se orgulhar do filho que tinha.

Questão de semanas, ou de dias, talvez, ele estaria longe dali.

Ele iria conhecer o mundo.

Da Ciméria à Khitai.

De Khitai à Kush.

E todo o caminho que ele pudesse passar para conhecer.

Para guerrear.

E todas as mulheres que pudesse conhecer.

Na cama e fora dela. Mas a preferência era conhecê-las na cama. Já ouvira falar das mulheres Estígias, assim como da ferocidade sexual das Kushitas.

Mas antes disso, tinha o Rito da Maioridade.

E o dia estava chegando.

Do lado de fora da aldeia, os adultos estavam trabalhando no que parecia ser um curral, mas era muito mais alto. As cercas foram montadas e estavam alcançando mais de quatro metros de altura. Aos jovens não era permitida a aproximação, mas de longe Conan calculara a altura. Era quase três vezes mais alta que seu pai, que era um pouco mais baixo que ele. Com certeza a cerca ultrapassava os quatro metros de altura.

Eles se perguntavam que animal seria posto lá dentro, para precisar da proteção tão alta.

Conan se lembrava de seu primeiro combate contra um animal.

O porco do mato que ele combatera aos sete anos (1).

Mas com certeza, não seria o mesmo. A não ser que alguém tivesse descoberto um javali de asas.

- Conan.

Conan é retirado bruscamente dos seus pensamentos, ao escutar a voz que o chama. Virando para ver seu interlocutor, o qual já sabia quem era, pela voz, ele se depara com seu amigo Rion.

Rion do Semblante Sorridente.

Rion era um gigante cimério. Bem mais alto que Conan, alcançava facilmente altura superior a dois metros. Forte, muito forte. E sempre com grandes gargalhadas, até na hora de degolar os gunderlandeses. Na verdade, principalmente nessas horas. Era como ele dizia – misturamos negócios com prazer, ou prazer com negócios?

- Conan, meu amigo pequenino. Está tentando adivinhar o que virá lá de dentro?

- Rion – Conan se permite um sorriso ao ver o amigo – na verdade não me preocupa o tamanho, mas que tipo de bicho que precisa de proteção tão alta.

- BUAH AHU AHU AHU. Esse é o Conan que eu conheço.

- Pare. Se você sabe, pode me contar.

- Claro que eu conto, pequenino. Rion era um grande amigo de Conan, e tinha por ele uma amizade muito grande, visto que o conhecera desde seu nascimento. Ele adorava chamar Conan de pequenino, pois Conan detestava o apelido.

- E então?

- Mais tarde pequenino. Mais tarde. Agora preciso descer lá ajudar os preparativos finais. Afinal o bicho é gigantesco, como você pode ver. Até estou pensando em sugerir que coloquem grades sobre a jaula, para que o bicho não escape por cima.

Rion dá as costas para Conan, rindo alto.

Se dando por vencido, já que ele não conseguira arrancar a informação do amigo, Conan volta ao centro da aldeia.

No caminho, seu maior rival cruza seu caminho, Korval.

Korval é uma cruza dos infernos, pois seu pai, Cimério puro voltou do sul com uma Kushita. Mulher alta e forte. Korval tem todos os traços cimérios, da cara dura e impávida, cabelos negros com a noite, mas mantidos curtos, musculatura forte, mas com a pele mais escura que o restante da aldeia. Ele é pelo menos um palmo mais alto que Conan. Por ser mais velho, já passou pelo rito que Conan se prepara nesse momento.

Conan o acha um idiota.

Um completo imbecil.

Apesar da idade do corpo, sua mente continua igual a quando ele tinha a idade de sete anos.

Ou menos.

Claro que, quando Korvac reúne o grupinho dele, com mais três amigos, o nível de imbecilidade cresce assustadoramente. Os quatro conseguem ser mais idiotas que a soma individual deles. A diversão desses pobres coitados é assustar as crianças. E eles tentam assustar Conan desde que ele se lembra.

A grande raiva que Korval sente de Conan, é por causa de uma menina, que só tem olhos para ele, o qual Korval é apaixonado.

Zelindra.

Korval é um ano mais velho que Conan, e já passou pelo rito, ano passado, no que Conan considerou uma moleza. Era só ir até o ninho recolher penas do gavião. Ainda se fosse para trazer o bicho vivo, teria alguma dificuldade.

- Está se preparando para a grande prova? – Pede Korval, com ironia, cutucando seus amigos com o cotovelo

- Prova? – responde Conan na mesma moeda – Ah sim. A prova da maioridade. Pena que não vai ser o passeio do ano passado. Pelo jeito esse ano eles viram que são homens de verdade quem pretendem fazer essa prova, diferente do que tinha ano passado, lembra?

Korval é muito esquentado.

Ele olha fixamente no rosto de Conan.

Longamente, fitando os olhos azuis de do oponente.

Pega uma pedra que tinha na cintura e fecha o punho da mão direita, com a pedra dentro.

Tenta sorrir com o canto da boca.

Olha para um lado.

Olha para outro.

Fixa o olhar novamente em Conan.

Conan está relaxado. Mãos abertas ao lado do corpo.

Muito rápida foi a agressão.

Korval atingiu em cheio a lateral esquerda do rosto de Conan, confiante que apenas um soco bastaria para derrubar o oponente.

Ledo engano.

Quando Korval se recompõe do ataque que fez, leva um susto. Conan está de pé a sua frente, com o rosto virado para o lado.

Conan fica ereto.

Olha fixamente para Korval.

- Acho que agora é minha vez.

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(1) Como visto no Capítulo 06: O Início da Lenda

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