Curto pra caramba os filmes de Ridley Scott. Deve ser por que curto história e todas as estórias que ela traz. Dentre elas, a de Robin Hood, um personagem que, igual ao seu compatriota Rei Arthur, é cercado por incertezas quanto a sua real existência. O que o diretor de Gladiador fez aqui – ou teve a melhor das boas intenções – foi tornar a lenda real. E o resultado ficou bom.
Outro filme do diretor, Cruzada (Kingdom of Heaven, 2005) é na minha opinião ótimo, que eu faço questão de ver sempre que tenho chance. Robin Hood até serviria como uma continuação do primeiro, pois enquanto no final da saga de Balian, vemos o Rei da Inglaterra, Ricardo Coração de Leão tomar o caminho para Jerusalém, em Robin Hood temos o mesmo rei de volta, dez anos depois, derrotado e falido, saqueando castelos em seu caminho de volta. Vai aqui uma sinopse via adorocinema.com porque custei pra fazer uma e não iria ficar melhor que esta:
“Robin Longstride (Russell Crowe) integra o exército do rei Ricardo Coração de Leão (Danny Huston), que está em plenas cruzadas. Após a morte do rei, ele consegue escapar juntamente com alguns companheiros. Em sua tentativa de fuga eles encontram Sir Robert Loxley (Douglas Hodge), que tinha por missão levar a coroa do rei a Londres. Loxley foi atacado por Godfrey (Mark Strong), um inglês que serve secretamente aos interesses do rei Filipe, da França. À beira da morte, Loxley pede a Robin que entregue a seu pai uma espada tradicional da família. Ele aceita a missão e, vestido como se fosse um cavaleiro real, parte para Londres. Após entregar a coroa ao príncipe João (Oscar Isaac), que é nomeado rei, Robin parte para Nottingham. Lá conhece Sir Walter (Max von Sydow) e Marion (Cate Blanchett), respectivamente pai e esposa de Loxley.”
A primeira vista é estranho ver um Robin Hood tão velho, dizendo o mesmo da Lady Marion, mas esse é um detalhe até justificado, pois tal idade traria a experiência e o sofrimento que cada um carrega.
O filme traz boas atuações, como as de Max von Sydow e Mark Strong (este último se mostra como um detestável vilão, e creio que todos terão ódio por ele quando ele mata um velho cego). O ambiente é frio e sujo, com batalhas sangrentas mas sem exageros, e cumpre seu papel de retratar o século XIII.
O Robin antes da lenda é um herói de princípios. Mas não é um paladino em busca de justiça. O que ele quer é ficar livre das encrencas, mas seu senso de honestidade não o deixa.
O roteiro é bem elaborado, apesar de trazer algumas coincidências e pontas soltas. Os personagens de apoio, incluindo os companheiros de Robin – Will Scarlet (Scott Grimes), Allan A'Dayle (Alan Doyle) e João Pequeno (Kevin Durand) – ganham destaque em suas cenas e são carismáticos.
Só achei meio fraco o clímax, em comparação aos outros épicos do diretor, a batalha final é modesta, talvez devido a alguma precisão histórica, não sei dizer. Após ela, a história toma a forma que todos conhecemos, com Robin chamado de Hood, um fora da lei procurado pelo xerife de Nottingham, escondido com seu bando na floresta de Sherwood. Ponta para alguma continuação?
Vejam o filme tranquilos, Robin Hood consegue mostrar o lado desconhecido de uma história conhecida, amarrando a lenda à história e, enquanto Cruzada trazia uma forte crítica ao fanatismo religioso, este filme traz uma crítica política, contra a ditadura e o poder feudal. Só creio que os franceses não gostarão, pois são retratados como os vilões o tempo todo.
Nota 7.
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