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[One-Shot] A Força Ewok.


Quando a ameaça dos Yuuzhan Vong cresca além dos limites a Força desperta nas mais improváveis criaturas.
Acompanhe o nascimentos dos mais "estranhos" Jedis nessa one-shot.




A Força Ewok.
Por João Norberto da Silva.

Lua Santuário, local da já lendária batalha de Endor, ocorrida a mais de vinte e três anos.

Os Ewoks pouco evoluíram desde aquele tempo, mantendo suas tradições primitivas, mas agora suas moradias já apresentavam detalhes baseados na tecnologia deixada para trás, tanto do império como da rebelião.

O fogo agora é aceso com pequenos disparos laser, uma técnica passada como obrigação pelos anciões, cuja sabedoria foi passada pelas gerações, deixando claro como os raios podem ser mortais se usados de forma incorreta.

As ruínas da batalha também foram consideradas como terra maldita e proibida, o que não impedia que um jovem casal Ewoks se acostumasse a explorar o local.

Seera e Turmat não conseguiam aceitar a palavra dos anciões ou dos xamãs da tribo onde nasceram, foram os primeiros a usar a tecnologia laser para construir alguns instrumentos.

Foi nessa época que Turmat perdeu um dedo e ambos foram terminantemente proibidos de usar toda e qualquer tecnologia adaptada, apenas poderiam manusear madeira, o equivalente a serem considerados para sempre como crianças.

Pouco a pouco ambos foram sendo afastados de sua comunidade, o que facilitava o fato de ambos passarem longos períodos nas ruínas sem terem sua falta sentida.

Claro que eram espertos os suficiente para voltarem e serem bem vistos antes de uma nova incursão, impedindo assim que a ira dos anciões recaísse outra vez sobre eles.

Eles acreditavam que, em breve achariam algo que mostraria aos anciões e a todos seus compatriotas, que eles estavam certos em querer aprender mais e mais com a tecnologia deixada para trás.

Mal sabiam eles que a sabedoria que procuravam, que tanto ansiavam iria surgir da forma que menos esperavam.

Numa noite em que ambos estavam deitados na relva, ainda rala na área ao redor das ruínas, olhando as estrelas e imaginando se algo ali perto poderia levá-los até elas, Seera, sempre precavida, dizia a seu companheiro que deviam voltar assim que o dia raiasse.

Antes que o Ewok começasse seus resmungos habituais, os dois foram surpreendidos por um repentino brilho acima deles, que antecedeu a violenta queda de uma nave que caiu ali perto.

Um longo tempo se passou até que os dois Ewoks tivessem coragem de sair do esconderijo e se aproximarem dos restos ainda fumegantes da nave, mas a curiosidade falou mais alto afinal.

Evitando habilmente as chamas, que iam diminuindo aos poucos, os dois procuravam por algo que ainda estivesse inteiro e quase voltaram para onde estavam quando um som desconhecido chegou até os dois.

- Uurrrggghhh... – Logo identificaram o som como um gemido de dor, vindo de um jovem humano vestido com trapos que outrora foram um manto. - Aju... Dem...

E então ele desmaiou.

XXX

Primeiro um brilho, mas os olhos mal ficaram abertos, logo depois os cheiros de relva e de algo que lembrava uma sopa, para só então o sobrevivente despertar.

- Ooohhhh... - Após uma tentativa de se erguer, o jovem sentiu uma terrível dor na cabeça e voltou a ficar deitado no que parecia um amontoado de folhas. - O-onde...

Turmat colocou a mão no ombro do rapaz, evitando fazer movimentos bruscos para não assustá-lo e falando palavras calmas em sua língua, que ele já sabia ser desconhecida pelo outro.

O cheiro de sopa ficou mais forte enquanto Seera se aproximou com o que parecia uma cuia e uma improvisada colher de madeira, fazendo movimentos claros de que o jovem deveria comer logo.

- Obrigado... - O gosto era terrível para o paladar humano e descia queimando pela garganta do ferido, lhe arrancando algumas lágrimas, mas em nenhum momento houve reclamação, apenas gratidão. - Muito obrigado... Eu... Sou Eli Jaar-Heyn...

Ao notar que seus salvadores não entendiam uma palavra, o rapaz começou a repetir seu nome, apontando para seu próprio peito, gesto que foi compreendido pelos Ewoks, que também se apresentaram.

Os dois Ewoks se separaram, Turmat ficou cuidando do ferido enquanto Seera voltava para o que restou da nave, acabando por descobrir dois sabres de luz caídos perto de onde haviam encontrado o rapaz.

Enquanto isso Eli continuou comendo e a cada dolorosa engolida se lembrava dos últimos acontecimentos.

Ele era padawan do jedi conhecido como Din-Rann e ambos seguiam para o planeta Rychel, com o objetivo de juntar forças a um grupo enviado para lá, com o objetivo de enfrentar uma invasão Yuuzhan Vong.[1]

- Uau! Lutaremos ao lado do lendário Luke Skywalker!!

- Não fique empolgado demais padawan... Com a velocidade dessa sucata acabaremos por chegar no fim da batalha... Se tivermos sorte...

Eli ficou em silêncio por respeito a seu mestre, mas em seu íntimo ele ainda vibrava pela chance de conhecer aquele que venceu o terrível Darth Vader.

O que ele não esperava era o ataque sorrateiro de uma nave Yuuzhan Vong, surgida de surpresa do Hyperespaço, disparando contra os jedis, forçando uma abertura lateral para que dois inimigos invadissem.

- - Falando em seu idioma natal, um enorme guerreiro dava passagem para um da mesma raça, mas pouco menor. -

-

Eles não tiveram de entrar muito na nave para encontrarem seus alvos e logo o jovem Yuuzhan Vong cruzava golpes de sua Amphistaff, usando a mesma na forma de bastão na maioria das vezes, mas deixando sua arma como um chicote, para surpreender seus oponentes.

Din-Rann recebeu um corte superficial no braço esquerdo, mas conseguiu evitar seu jovem oponente, se lançando contra o mais velho, que apenas se defendia, deixando que seu filho voltasse ao ataque.

- Não!!! - Eli gritava, procurando chamar a atenção do Yuuzhan Vong mais jovem. - Lute comigo seu monstro idiota!!

Jaryed olhou com desprezo para o padawan e voltou a combater o cavaleiro jedi, deixando sua guarda aberta o suficiente para receber um corte na coxa, feito por Eli, que acabou sendo lançado longe, após receber um violento chute no peito.

- Sair daqui inútil... - Jaryed agora falava algumas das poucas palavras que aprendera da língua dos inimigos.

As habilidades guerreiras, somadas ao ódio e violência típicos dos Yuuzhan Vong, logo fizeram a maré do combate se inverter e quando Din-Rann foi trespassado pelas armas dos dois inimigos, ele usou o que restava da força para jogar seu sabre de luz nas mão do padawan e fechar uma das comportas separando-os.

“Vá imediatamente para um dos salva vidas Padawan...” a ordem mental foi direta e impossível de ser discutida “Vá até Skywalker e lhe diga o que aconteceu aqui.”

Percebendo o que o jedi iria fazer, Yougroor imitou Din-Rann e mandou o filho para a nave, ordenando ao filho que perseguisse o padawan e o matasse.

- [Em breve nos encontraremos...] - Um princípio de negação surgia nos lábios do outro, mas Yougroor não deixou espaço para tal sentimentalismo. - [Vá! Agora!]

Assim que a perseguição espacial começou, a nave dos jedis explodiu, deixando claro que ninguém que estivesse a bordo teria sobrevivido.

Após o módulo de fuga ser atingido algumas vezes, Eli conseguiu mergulhar no hyperespaço acabando por “pousar” na Lua Santuário.

As lembranças foram interrompidas quando o conhecido brilho de uma nave se aproximando pôde ser visto do local onde eles estavam.

Seera rapidamente colocou os sabres de luz dentro de uma bolsa em sua cintura, correndo em seguida para onde estavam seus companheiros.

Ela quase chegaria na hora. Quase.

A pequena Ewok usou de todo o conhecimento da área, bem como seu costume por correr pela floresta e a distância percorrida lentamente, quando os dois tiveram de levar o jovem ferido nas costas, foi feita na metade do tempo.

Ainda assim, logo que ela chegou a onde deixara os companheiros uma terrível cena se descortinou diante de seus olhos.

Turmat estava caído, de costas para uma árvore que exibia sinais de que o Ewok havia batido nela antes de desmaiar, mas o pior era o humano.

Eli, o padawan, se encontrava com a Amphistaff de Jaryed enterrada em seu peito, já cuspindo sangue e agonizando, enquanto o Yuuzhan Vong exibia um sorriso sádico.

- [Isso é por meu pai!!!] - Agora a arma era girada, aumentando a agonia do inimigo caído. - [Finalmente sou um adulto!!!! PPPPAAAAIIIIII!!!!]

Os gritos do Yuuzhan Vong, chegaram aos ouvidos da Ewok como um punhado de urros bestiais, mantendo-a congelada no lugar e foi nesse momento que seus olhos se cruzaram com os de Eli.

O último pensamento do jovem padawan foi uma prece silenciosa para que a força protegesse aqueles inocentes.

Logo depois ele morreu.

Um vento gélido soprou da clareira e enquanto Jaryed retirava sua arma do peito do inimigo, Seera sentiu algo arder em seu peito.

Ódio. Um sentimento ainda estranho à maioria dos Ewoks, mas que ela sentia com todas as suas forças, sabendo que deveria impedir que aquela criatura espalhasse sua maldade pelo seu povo.

Após olhar mais uma vez para seu companheiro, a pequena Ewok procurava algo nos bolsos, algo que ela pudesse usar contra o monstro à sua frente.

Foi assim que, de repente, ela empunhava o sabre de luz que havia pertencido a Din-Rann, fazendo surpreendentemente o mesmo se ativar, enchendo o local com uma luz dourada.

O som já conhecido chamou a atenção de Jaryed e este se voltou, pousando os olhos demoradamente na pequena criatura que brandia a arma típica dos Jedis.

Um riso ecoou pelas árvores e então o Yuuzhan Vong fez sua arma assumir a forma de um chicote, atacando diretamente o peito de Seera.

Um brilho. Um movimento extremamente rápido.

O impossível aconteceu.

A ponta da Amphistaff, ainda suja do sangue de Eli, estava imóvel, caída no chão e totalmente separada do restante da arma.

Seera permanecia parada, o sabre de luz mantido ao lado do corpo, como faria um jedi, seu rosto iluminado pela luz dourada da arma.

- [Hum... Talvez eu tenha alguma diversão afinal...] - Dizendo isso Jaryed jogou para o lado o que restara de sua arma e se lançou ao ataque, com um novo rosnado animal.

Seera não se deixou assustar, aproveitando seu tamanho para rolar para o lado, evitando o ataque facilmente e aproveitando para usar sua arma.

Agora os dois oponentes haviam trocado de lado, a ewok sem nenhum ferimento empunhando outra vez o sabre como se fosse uma jedi de longa data.

Era como se algo tivesse tomado conta de seu corpo e mente.

Jayed, no entanto, apresentava um ferimento superficial no seu flanco direito. Ele passou um dedo pelo próprio sangue, o lambeu e, com um novo sorriso, se lançou novamente ao ataque.

Mais uma vez Seera conseguiu escapar, cortando novamente o Yuuzhan Vong, ao passo que este mal conseguia se aproximar. Seu povo foi acostumado a enfrentar apenas criaturas maiores, as que eram consideradas mais perigosas, tudo o que os Ewoks, ao menos visualmente, não deveriam ser.

Era algo que surpreendia Jaryed a cada ataque.

Ainda assim o Yuuzhan Vong possuía uma vitalidade grande demais para ser derrubado pelos ataques de sua diminuta inimiga e em certo momento ele teve acertou um golpe de sorte, lançando Seera longe.

Ela caiu pesadamente e antes que pudesse se erguer ou recuperar sua arma, o inimigo já estava sobre ela, um dos pés apertando-lhe o peito, o que dificultava sua respiração.

-[Já não parece tão confiante não é criaturinha?] - Jaryed ergueu seu punho, iria fazer com que sua oponente sofresse muito por ter tido a ousadia de enfrentar seu superior. - [Agora você saberá o que é dor...]

A dor veio, mas não da forma que ele queria.

Gotas voaram no lado do rosto de Jaryed e só quando ele voltou seu olhar para onde sua mão deveria estar que ele percebeu o fato da mesma ter sido decepada.

Um urro de dor e em seguida ele percebeu a luz esverdeada que iluminou o lugar.

Ali perto Turmat empunhava o sabre de luz que pertencera a Eli, assumindo uma postura de combate e, assim como sua companheira, acabou surpreendendo, não só seu inimigo, como a si mesmo.

O som de outro sabre de luz sendo acionado preencheu a clareira e o Yuuzhan Vong se voltou a tempo se pular para o lado, tendo outro corte superficial e não conseguindo impedir que seus dois inimigos se reunissem.

Seera e Turmat trocaram um significativo olhar, ambos sabiam que algo dentro deles estava mudando, mas para entender a mudança e poder decidir seus futuros, ambos sabiam que teriam de eliminar aquela enorme criatura.

Os dois urraram em desafio e correram na direção de Jaryed, mas este se desviou e saltou para um aglomerado de arvores, procurando por uma proteção que ele sabia ter.

Afinal a Força, por algum misterioso motivo, não conseguia sentir a presença dos Yuuzhan Vong.

Os Ewoks não sabiam nada sobre esse fato, assim como não entendiam bem o que estava se passando por eles, a única certeza era a de que tinham um inimigo enorme, que tentava emboscá-los em um local que conheciam tão bem quanto suas almas.

Silêncio.

Apenas a luz das estrelas iluminava parcamente a clareira.

Seera e Turmat mantinham os sentidos em alerta.

Um farfalhar denunciou a posição de Jaryed, pouco antes de ele se jogar contra seus inimigos.

Foi o que bastou.

Dois sabres de luz descreveram arcos perfeitos e como resultado a cabeça do Yuuzhan Vong caiu para uma lado, seu tronco para outro e as pernas ainda num terceiro lugar.

Os dois Ewoks deixaram as armas caírem ao lado de seus corpos, os pulmões ardendo com o cansaço da luta e a incredulidade com o que acabara de acontecer.

Foi quando se voltaram um para o outro que perceberam que jamais voltariam a ser como antes, tudo havia mudado e agora eles só tinham mesmo um ao outro.

Já não eram mais crianças e exatamente por isso retiraram suas vestimentas, que indicavam sua imaturidade perante seus iguais, enterraram o padawan e usaram as roupas desse para criarem suas novas vestimentas.

Passaram a noite como um casal e na manhã seguinte, quando os primeiros raios de Sol atravessaram a copa das árvores se puseram a decidir o futuro.

Turmat deu a ideia de criarem sua própria tribo, uma que não temeria a tecnologia das ruínas proibidas e mais além, esse seria o local de sua tribo, não importando o que os anciões, ou xamãs, ou quem quer que fosse, diriam.

O futuro seria realmente um mistério, mas seria, ao menos, escrito por eles.

Seera permanecia pensativa e quando seu companheiro questionou como eles poderiam chamar a nova tribo ela se voltou para ele, permaneceu pensativa por alguns instantes e falou o nome que estava martelando em sua mente, um nome que ela não entendia o significado, mas sentia a força do mesmo.

- Jeedai...

E assim uma nova tribo Ewok nasceu.

Fim.


[1]Essa invasão foi mostrada na terceira edição da minissérie SW:Invasão, lançada pela Dark Horse comics.
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