Antares está prestes a encontrar o terrível Hrúcarë, mas pode ser que consiga ajuda, ou não, quando Vanyarin chega a Svitar.
Afinal, a garota de pele dourada é amiga ou inimiga?
Herança. Sétima parte. Pecados.
Por João Norberto da Silva.
- Como assim ele está para entrar em outra batalha? – Luiza mal acreditava nas palavras do holograma de Antônio, que estava diante dela e de Rodrigo, este assistindo a tudo sem dizer nada. – Ele venceu o tal monstro... Como era o nome mesmo?
- Tayagon... E na verdade Jon estava prestes a vencer quando...
- Quando ele apareceu não é papai? – Finalmente Rodrigo parecia sair do estado ausente em que se encontrara até ali. – É ele mesmo não é? O desgraçado falou algo sobre ela?
- Ainda não o confrontamos filho, mas as informações que recebemos é que algo está vindo para o planeta... Talvez seja ela...
Silêncio na sala. Luiza não daria o braço a torcer, revelando que toda aquela preocupação com uma “ela” estava lhe causando ciúmes. Além disso, Rodrigo aparecera naquele dia com vários ferimentos e não explicou onde esteve por quase o dia inteiro, mas sua preocupação imediata era para com o filho.
- E quem é esse cara que o Jon vai enfrentar agora? Pelo amor de Deus, não me deixa tão agoniada Antônio!
- Infelizmente estamos sendo chamados... Peço desculpas por não ter colocado o Jon para falar com vocês, mas ele precisa de toda concentração possível nesse momento... Rodrigo, por favor, conte para Luiza sobre o Hrúcarë... Adeus a todos...
- Espera! Antônio!! Não ouse ir embora e... – Mas a ordem foi ignorada e o holograma desapareceu, deixando Rodrigo a sós com uma colérica Luiza. – Você! Pode ir sentando quietinho!
A tentativa de fuga do outro foi frustrada logo quando ele conseguia se erguer do sofá onde estava, voltando a sentar logo que viu nos olhos da mãe de seu filho que a mesma não iria deixá-lo em paz até ter suas dúvidas sanadas.
- Bem... Hã... O que você quer saber?
- Sobre tudo... Quero saber sobre esse tal de “ruca-alguma-coisa” que meu filho vai enfrentar... Sobre essa “ela” que você ficou perguntando pro seu pai...
- Bem... Eu teria que voltar lá atrás para explicar tudo e...
- Não tem problema, mas eu não terminei de falar o que eu quero que você explique.
- Não?
- Depois que você me explicar bem direitinho o que está acontecendo com o meu filho... – “Sempre é filho só dela... humpf...” Rodrigo não terminou o pensamento, tendo sido pego totalmente desprevenido pelas próximas palavras de Luiza. – O senhor vai me explicar direitinho onde esteve e por que está todo machucado.
Acuado, ele acabou emudecendo e ficando com os olhos arregalados, sentindo-se como uma criança que foi pega aprontando alguma.
- Vamos... Não tenho o dia todo...
- Bem...
XXX
Enquanto Rodrigo gaguejava e suspirava, procurando as palavras certas, muito longe da Terra, no planeta Svitar, Jonathan dava as boas vindas para a consciência que habitava sua armadura.
- Eles estão bem Vovô? – O jovem estava sentado em sua cama, no quarto que lhe foi oferecido pelo líder dos rebeldes após a batalha contra Tayagon e a chegada daquele que todos chamavam de “Fim Negro”. – Aposto que a mamãe está uma fera...
“ Tenha certeza disso... Mas ela ficou mais calma... Na medida do possível, é claro. Tanto ela quanto seu pai, estariam melhor se você tivesse falado com eles...”
- Não... E-eu não saberia como me despedir... Afinal, do jeito que você fala desse cara eu vou acabar...
“Nem pense nessa possibilidade... A Luiza atravessaria todo o universo para acabar comigo, caso você não sobreviva... Portanto, vamos tentar ser positivos... Sei pai feriu bastante o Hrúcarë e não faz tanto tempo assim... Ele não deve estar com toda sua força e...”[/b]
- Ele é ainda mais forte? Desde que chegou, criou aquele campo de força de energia negra, que segundo você e os especialistas do Anner-Roll, vai acabar destroçando o planeta... Além disso, ele conseguiu resistir a todos os ataques, tanto dos rebeldes como dos invasores, e está lá, como se nada tivesse acontecido...
O som de fora do quarto mostrava a agitação dos Svitarianos, enquanto corriam de um lado para outro tentando realizar o que seria impossível em pouco tempo: Uma total evacuação planetária.
- Eles não vão conseguir não é?
[i]“Confesso que dificilmente irão... Mas ainda temos uma esperança...”
- Sei... A tal amiga do papai que você está torcendo prá ser o tal objeto que está se aproximando daqui não é?
“Acredite... Se for mesmo Zanae, então podemos ter um resquício de esperança...”[/b]
O som de batidas na porta encerrou a questão, enquanto Jonathan a abria, dando passagem para uma assustada Thar-Tae.
- Oi... – Ela abraçava a si mesma, deixando claro que precisava de conforto e então Jonathan a tomou nos braços, sem nem reparar que estava vestindo apenas uma calça, deixando que o rosto da jovem Svitariana, ficasse totalmente em contato com sua pele. – Obrigada... Muito obrigada...
Na Terra abraçar uma jovem naquela idade, aparentemente causando-lhe um prazer quase sexual, como acontecia com os Svitarianos, seria um crime, mas naquele planeta parecia algo comum, principalmente quando as garotas escolhiam aqueles que seriam seu amor pelo resto da vida.
Foi o que Kwisp havia contado a Jonathan, pouco antes de revelar que ele mesmo fora escolhido por Ashira-Rey.
- Olha Thar... – Gentilmente o jovem afastou a garota, mas assim que seus olhos se encontraram, ele não achava palavras para explicar por que se sentia desconfortável com aquela situação. – Eu...
Antes mesmo de ele colocar seus pensamentos em ordem, sem nenhum aviso, ela se jogou, alcançando os lábios dele e tomando-o num delicado beijo.
- Desculpe... Mas não queria morrer sem deixar bem claro todo o meu amor por você...
- Puxa Thar... Você não me dá uma chance de me explicar mesmo... No meu planeta...
- Na Terra, seria um grande tabu um homem da sua idade, ficar com alguém da minha idade...
- Isso e... Espera aí. Como você sabe disso?
- A cada contato eu tenho acesso a suas lembranças... Pessoais ou gerias... Desde as mais antigas até as mais atuais... Por isso acabei aprendendo sobre seu povo...
- Então você também sabe a respeito de...
- Andressa e seu filho... Sim... Eu sei... Assim como sei da sua restrição... De como você não pode ir para a Terra...
- Meu Deus... Não dá prá esconder nada de você?
- Não... Nem mesmo a sua crescente atração por mim...
Agora ela se colocava na ponta dos pés, procurando um novo beijo, fazendo com que todos os instintos de Jonathan praticamente berrassem para que ele a agarrasse, mas para alívio dele, outro grito se fez ecoar por sua cabeça.
[i]“Está chegando!!! E indo direto para o local onde o Hrúcarë está!”
Jonathan afastou o mais gentilmente possível a garota. Apesar do susto parte dele estava aliviada e enquanto as roupas que ele vestia se transformavam em seu novo uniforme, ele se voltou a Thar, visivelmente chateada.
- Avise seu pai. – Ao ouvir aquilo e não uma desculpa como ela esperava, a garota ficou alerta. – O que quer que seja o tal objeto, está finalmente chegando!
Dito isso ele se transformou em energia e voou até o local onde estava o destruidor, enquanto Thar-Tae permaneceu parada por alguns instantes se recuperando o suficiente para correr em seguida até seu pai.
Quase que imediatamente Antares já avistava a coluna de energia negra, que continuava a causar estragos ao seu redor, enquanto seguia rumo ao núcleo de Svitar, mas sua atenção se voltou para o que parecia um torpedo de energia azulada, que já podia ser visto a olho nu, se aproximando numa velocidade absurda.
- Não...
A frase de Antares morreu em sua garganta, quando uma imensa explosão aconteceu, resultante do impacto do objeto contra a muralha negra.
XXX
- Zanae-Run? Isso parece nome daquelas “modelos” que tiram foto pelada dos sites que eu flagrei o Jon vendo outro dia...
- Não tem graça Luiza... Messes depois de me tornar o Antares acabei conhecendo Zanae durante uma luta contra o Hrúcarë...
- E se apaixonaram perdidamente não é? Francamente...
- Olha Luiza... Eu posso me desculpar mil vezes que não vai adiantar... Não era uma situação onde eu tinha controle... Maldição! Eu preferiria ter ficado com você e nosso filho, mas não foi o que aconteceu! Você continuou a vida como pôde e eu tive de fazer o mesmo! Você não imagina e nem sequer faz ideia das coisas pelas quais eu passei e agora que diz que quer ouvir, vai ficar me sacaneando? Sei que está magoada, e com razão, mas não mereço isso... Eu sei bem o peso dos pecados que cometi... Não preciso que eles sejam sempre jogados na minha cara...
Um pesado silêncio caiu na sala até que Luiza engoliu seu orgulho e após um longo suspiro se desculpou.
- Você tem razão, mas também não imagina o pânico que eu senti quando percebi que estava sozinha, grávida e com tudo o que seu pai me contou naquela noite e daquele jeito bizarro... Minha vida não foi fácil mesmo...
- Eu sei... – Ele tomou as mãos dela entre as suas, levando ambos a se lembrarem do passado. – Mas precisamos tentar superar isso... Acredite, eu tentei de todas as formas que eu e meu pai pensamos, para voltar para a Terra e sei que o Jon vai fazer o mesmo, mas até lá precisamos ser fortes e se você quiser que eu continue por aqui, vamos precisar mesmo aprender a conviver...
Por um instante foi como se o tempo afastados, de repente, se dissolvesse e tanto Rodrigo quando Luiza sentiram algo que lembrava o amor de outrora, mas ela foi mais rápida, quebrando o contato visual e voltando ao assunto.
- Bem... Então... Hã... Você e essa... Zana... Encontraram o monstro que o Jon está indo enfrentar?
- É Zanae... – Rodrigo teve se respirar um pouco para acalmar seu coração, que começava a palpitar. – E sim, nós nos conhecemos quando eu enfrentei o Hrúcarë pela primeira vez...
- E é esse que quer destruir o universo?
- Não temos certeza... Eu, meu pai e mesmo a Zanae investigamos o melhor que pudermos, mas não conseguimos descobrir muita coisa... Mas imaginamos que ele, na verdade, serve a algum mestre, mas sobre esse mestre não achamos nada... Ou quase nada...
- Não entendi...
- Na verdade encontramos entre os restos de um mundo destruído uma inscrição com um único nome... Kalion... Depois disso, acabamos nos concentrando no Hrúcarë... Foram anos de lutas, sempre com ele ou nós escapando por pouco, mas quando finalmente havíamos conseguido encurralar o desgraçado em um mundo que não tinha vida, onde podíamos lutar à vontade... Bem... Aconteceu...
- Jon fez aniversário e vocês trocaram de lugar...
- Exato...
- Desse modo fiquei sem saber o que aconteceu com Zanae, mas é óbvio que o maldito sobreviveu, o que deve significar...
Ele parou de falar, quando sentiu a mão de Luiza em seu ombro e ao olhar para cima, nem tinha se tocado que havia encurvado o corpo, ele percebeu uma brilho nos olhos dela, algo que novamente lhe trouxe lembranças, de como havia se apaixonado por aquela mulher.
- Não se preocupe... Tenho certeza de que essa moça, se for metade do que você está descrevendo... Bem... Ela deve ter sobrevivido...
- Obrigado Luiza... Obrigado mesmo. – Ele se levantou, tencionando ir até a cozinha. – Agora acho que vou tomar um café e...
Ao sentir seu braço sendo seguro, ele se virou, achando que talvez ela quisesse realmente se lembrar dos velhos tempos, talvez com um beijo, mas seu desejo se dissipou ao ver que a expressão severa havia voltado aos olhos de Luiza.
- Não vai pensando que escapou fácil assim meu caro... Agora você vai me explicar direitinho onde se machucou assim.
- Glup...
XXX
“Tudo bem Jon?”
- Aaaahhhh... Tudo... O que foi aquilo afinal? Era mesmo um míssil?
“Não, mas também não estava tão longe disso... Pelo jeito ela desenvolveu uma maneira de viajar pelo espaço tão rápido quanto o Hrúcarë, com o adicional de causar uma pequena e contida explosão de nível nuclear, ao acertar seu alvo.”
- Peraí! Eu acabei de sobreviver a uma explosão Nuclear?!!
“Na verdade uma pequena e contida...”
- Eu sei! Mas ainda assim... Cacete! Uma explosão Nuclear!
“Acredite... Você pode aguentar muito mais... Experimente estar no centro de uma supernova...”
- Tá bom, tá bom... - Antares se levantava, percebendo para quão longe foi lançado por conta da explosão, decidindo voltar o mais rápido possível. - Mas então onde é que ela está? A tal super guerreira? Ah! Já vi...
Assim que o jovem alcançou a coluna negra percebeu que alguém a atacava, claramente uma mulher, com duas espadas que pareciam feitas de energia, mas que acabavam não causando dano algum.
- Acho que isso não adianta e... Ooooopa!
Por muito pouco Antares não teve sua cabeça decepada, se abaixando alguns segundos antes da espada da mulher o atingir, mas essa esquiva o deixou indefeso diante do chute que ele levou em seu estômago, forte o suficiente para que ele fosse lançado a poucos metros de distância.
Ele mal pôde retomar o fôlego perdido e logo a mulher voltava a atacá-lo e mesmo tendo que defender sua vida, o jovem não conseguiu deixar de reparar na beleza da nova alienígena que encontrara.
Ela tinha a pele dourada, reluzindo com os últimos raios do dia, os cabelos tinham uma tonalidade azulada escura, que contrastava com o azul mais claro dos lábios, os olhos verdes estavam mergulhados numa órbita escura, lembrando os dos Svitarianos, sua armadura era roxa, vermelha e preta, mal conseguindo esconder as curvas de um corpo torneado com muito exercício.
Ou muitos combates, que parecia uma opção mais próxima da realidade.
- Ei! - Mais uma esquiva, a ponta da espada resvalando a jaqueta, acima do estômago deixando de cortar por muito pouco. - Pára! Eu sou amigo!
Uma nova explosão de energia forçou Antares a se afastar, ficando no ar alguns metros acima dela.
- Que droga vô! Ela não era amiga do Papai? Vovô? Vovô, tá me ouvindo?
“Sim... Peço perdão... Mas é que... Essa não é Zanae... E-eu... Essa deve ser a filha dela... Eu e seu pai vimos ela crescendo...Toda vez que conseguíamos um tempo nas batalhas contra Hrúcarë... Isso significa que... Cuidado!”
Graças ao aviso de seu avô, Antares conseguiu escapar, mais uma vez por pouco, das espadas da recém-chegada, mostrando que ela também podia voar.
- Você não vai estar seguro nos céus, escravo... Vou matar você e seu maldito mestre!!
Mesmo criando dois escudos de energia, um em cada mão, Antares mal podia se defender dos ataques da garota, as espadas pareciam ter vida própria, sempre buscando uma brecha na defesa de seu oponente, que continuava pedindo, inutilmente, que ela parasse.
Vendo que seus pedidos caíam em ouvidos surdos, ele não teve escolha, e num momento em que ela havia errado um ataque, ficando com sua guarda momentaneamente aberta, ele aproveitou, causando uma expansão de sua energia, forte o suficiente para afastá-la, mas não para causar algum ferimento.
- Por... Por que...
- Por que eu não te matei? Simples... - Dizendo isso ele fez com que sua atual roupa voltasse à armadura que ele usou quando o poder o escolheu. - Eu sou Antares e...
- AAAAHHHHH!!!!!!!!!!!! - Como se tomada por uma nova fúria, a garota se lançou novamente ao ataque, sendo contida por uma esfera de energia que surgiu de repente ao seu redor, impedindo assim seu avanço. - Mas o que é isso?!!
- É para você não se machucar... E nem a mim... Não sei quem é você, mas tenho informações de que essa armadura pertenceu a uma guerreira chamada Zanae... Zanae-Run... Se isso fosse verdade você deveria ter reconhecido a armadura de um antigo aliado dela e...
- NÃO PRONUNCIE O NOME DELA DESGRAÇADO!!!!! - A violência e o ódio nas palavras da garota, bem como as lágrimas que caíam de seus olhos, foram o suficiente para que o outro se calasse. - Se não fosse você ela estaria viva!!! Você a abandonou no meio do combate, e aquele outro desgraçado aproveitou e matou ela!!!
“Não... Isso não... Por Deus... Van...”
- Peraí porra! Não tô entendendo mais nada! Quem é Van?
- Como conhece meu nome seu maldito?!!
- Hã?
- Eu sou Vanyarin!!! Filha da maior guerreira do universo!! E vou matar você e aquele verme por terem tirado ela de mim e... Heim?
Sem nenhum aviso, a forma holográfica do avô de Jonathan surgiu através do símbolo em forma de estrela da jaqueta do Antares, ignorando o mesmo e indo falar com a garota.
- Van... E-eu... Sinto muito...
- Vô? Vovô? - Novas lágrimas escorriam pela face da jovem, deixando-a com um ar ao mesmo tempo triste e lindo. - Ah, vovô...
Ela caiu de joelhos dentro da esfera, fazendo as espadas sumirem no processo e então Antares os desceu até o chão, desfazendo sua esfera de energia, deixando que Antônio falasse com a garota.
- Não foi escolha do Rodrigo minha querida... O dia do aniversário do meu neto terráqueo chegou e... Você sabe... Ele daria a vida dele pela da sua mãe e...
- Não! Ela que acabou morrendo!! Quero vingança contra esse monstro! E contra aquele que a traiu!
- Olha moça... - Jonathan havia feito seu visor sumir e ele atravessava o holograma de seu avô, indo sem medo na direção da garota. - Eu sinto muito pela sua mãe... Pelo visto eu também tenho culpa nisso... Foi por causa do meu aniversário que meu pai foi afastado, pelo visto, no pior momento possível... Eu não o conheço bem, mas tenho certeza de que ele não abandonaria ninguém... Eu acho... E-eu...
- Que tocante... - Uma voz sinistra veio de um lugar às costas de Vanyarin, o que a fez se voltar, seguindo os olhos do Antares, que fazia suas mãos brilharem, se preparando para o combate. Era Hrúcarë . - Eu pensei que depois que eu matei sua mãe você fosse se esconder num fosso de tristeza e depressão, mas pelo visto foi o contrário... Sinto em você um fogo e energia que não senti nem mesmo quando enfrentei Zanae...
- Não...
- “Não siga o nome dela!!!” - Hrúcarë afinou a voz, zombando da garota, cujos olhos mostravam um ódio cada vez mais crescente. - Eu já ouvi você dizendo isso para o moleque aí... - Agora ele se voltava para Antares. - Aliás como vai seu fracassado pai?
- Bem melhor que você... - Ainda sentindo um medo quase irracional tomá-lo, o jovem pensou em como poderia ofender seu inimigo. - Seu monte de lixo cósmico...
- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! Isso é sua melhor ofensa?! Espero que você lute melhor... Afinal, agora eu vou matar vocês dois... O processo de destruição planetária irá continuar, num ritmo mais lento sem mim ali, mas o suficiente... Agora eu posso me divertir com vocês...
- Thar... - Enquanto o vilão se vangloriava, Antares se comunicava com a base dos rebeldes, através de um comunicador localizado em seu visor. - Vamos conseguir mais tempo... Peça ao seu pai para acelerar a evacuação...
- Você crê mesmo que poderão fazer frente a mim por tempo suficiente para que os habitantes desse mundo escapem? - Enquanto falava, Hrúcarë fazia crescer em suas costas algo que lembrava a Antares as asas dos morcegos de seu planeta. - Há! Quero só ver isso!!!
- E então? - Se colocando ao lado de Vanyarin, Antares erguia os punhos, agora envolvidos em energia. - Amigos?
- Pelo menos... - Ela fazia suas espadas surgirem, e um sorriso os acompanhou. - Até esse desgraçado estiver morto...
- Chega de conversa inútil! Pelo meu mestre eu vou matá-los!!!
Dito isso Hrúcarë saltou sobre o casal, mas estes não fugiram, pelo contrário, Antares e Vanyarin também se lançaram ao combate.
Um combate que se tornaria uma lenda entre os Svitarianos.
Conclui a seguir.
Por João Norberto da Silva.
- Como assim ele está para entrar em outra batalha? – Luiza mal acreditava nas palavras do holograma de Antônio, que estava diante dela e de Rodrigo, este assistindo a tudo sem dizer nada. – Ele venceu o tal monstro... Como era o nome mesmo?
- Tayagon... E na verdade Jon estava prestes a vencer quando...
- Quando ele apareceu não é papai? – Finalmente Rodrigo parecia sair do estado ausente em que se encontrara até ali. – É ele mesmo não é? O desgraçado falou algo sobre ela?
- Ainda não o confrontamos filho, mas as informações que recebemos é que algo está vindo para o planeta... Talvez seja ela...
Silêncio na sala. Luiza não daria o braço a torcer, revelando que toda aquela preocupação com uma “ela” estava lhe causando ciúmes. Além disso, Rodrigo aparecera naquele dia com vários ferimentos e não explicou onde esteve por quase o dia inteiro, mas sua preocupação imediata era para com o filho.
- E quem é esse cara que o Jon vai enfrentar agora? Pelo amor de Deus, não me deixa tão agoniada Antônio!
- Infelizmente estamos sendo chamados... Peço desculpas por não ter colocado o Jon para falar com vocês, mas ele precisa de toda concentração possível nesse momento... Rodrigo, por favor, conte para Luiza sobre o Hrúcarë... Adeus a todos...
- Espera! Antônio!! Não ouse ir embora e... – Mas a ordem foi ignorada e o holograma desapareceu, deixando Rodrigo a sós com uma colérica Luiza. – Você! Pode ir sentando quietinho!
A tentativa de fuga do outro foi frustrada logo quando ele conseguia se erguer do sofá onde estava, voltando a sentar logo que viu nos olhos da mãe de seu filho que a mesma não iria deixá-lo em paz até ter suas dúvidas sanadas.
- Bem... Hã... O que você quer saber?
- Sobre tudo... Quero saber sobre esse tal de “ruca-alguma-coisa” que meu filho vai enfrentar... Sobre essa “ela” que você ficou perguntando pro seu pai...
- Bem... Eu teria que voltar lá atrás para explicar tudo e...
- Não tem problema, mas eu não terminei de falar o que eu quero que você explique.
- Não?
- Depois que você me explicar bem direitinho o que está acontecendo com o meu filho... – “Sempre é filho só dela... humpf...” Rodrigo não terminou o pensamento, tendo sido pego totalmente desprevenido pelas próximas palavras de Luiza. – O senhor vai me explicar direitinho onde esteve e por que está todo machucado.
Acuado, ele acabou emudecendo e ficando com os olhos arregalados, sentindo-se como uma criança que foi pega aprontando alguma.
- Vamos... Não tenho o dia todo...
- Bem...
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Enquanto Rodrigo gaguejava e suspirava, procurando as palavras certas, muito longe da Terra, no planeta Svitar, Jonathan dava as boas vindas para a consciência que habitava sua armadura.
- Eles estão bem Vovô? – O jovem estava sentado em sua cama, no quarto que lhe foi oferecido pelo líder dos rebeldes após a batalha contra Tayagon e a chegada daquele que todos chamavam de “Fim Negro”. – Aposto que a mamãe está uma fera...
“ Tenha certeza disso... Mas ela ficou mais calma... Na medida do possível, é claro. Tanto ela quanto seu pai, estariam melhor se você tivesse falado com eles...”
- Não... E-eu não saberia como me despedir... Afinal, do jeito que você fala desse cara eu vou acabar...
“Nem pense nessa possibilidade... A Luiza atravessaria todo o universo para acabar comigo, caso você não sobreviva... Portanto, vamos tentar ser positivos... Sei pai feriu bastante o Hrúcarë e não faz tanto tempo assim... Ele não deve estar com toda sua força e...”[/b]
- Ele é ainda mais forte? Desde que chegou, criou aquele campo de força de energia negra, que segundo você e os especialistas do Anner-Roll, vai acabar destroçando o planeta... Além disso, ele conseguiu resistir a todos os ataques, tanto dos rebeldes como dos invasores, e está lá, como se nada tivesse acontecido...
O som de fora do quarto mostrava a agitação dos Svitarianos, enquanto corriam de um lado para outro tentando realizar o que seria impossível em pouco tempo: Uma total evacuação planetária.
- Eles não vão conseguir não é?
[i]“Confesso que dificilmente irão... Mas ainda temos uma esperança...”
- Sei... A tal amiga do papai que você está torcendo prá ser o tal objeto que está se aproximando daqui não é?
“Acredite... Se for mesmo Zanae, então podemos ter um resquício de esperança...”[/b]
O som de batidas na porta encerrou a questão, enquanto Jonathan a abria, dando passagem para uma assustada Thar-Tae.
- Oi... – Ela abraçava a si mesma, deixando claro que precisava de conforto e então Jonathan a tomou nos braços, sem nem reparar que estava vestindo apenas uma calça, deixando que o rosto da jovem Svitariana, ficasse totalmente em contato com sua pele. – Obrigada... Muito obrigada...
Na Terra abraçar uma jovem naquela idade, aparentemente causando-lhe um prazer quase sexual, como acontecia com os Svitarianos, seria um crime, mas naquele planeta parecia algo comum, principalmente quando as garotas escolhiam aqueles que seriam seu amor pelo resto da vida.
Foi o que Kwisp havia contado a Jonathan, pouco antes de revelar que ele mesmo fora escolhido por Ashira-Rey.
- Olha Thar... – Gentilmente o jovem afastou a garota, mas assim que seus olhos se encontraram, ele não achava palavras para explicar por que se sentia desconfortável com aquela situação. – Eu...
Antes mesmo de ele colocar seus pensamentos em ordem, sem nenhum aviso, ela se jogou, alcançando os lábios dele e tomando-o num delicado beijo.
- Desculpe... Mas não queria morrer sem deixar bem claro todo o meu amor por você...
- Puxa Thar... Você não me dá uma chance de me explicar mesmo... No meu planeta...
- Na Terra, seria um grande tabu um homem da sua idade, ficar com alguém da minha idade...
- Isso e... Espera aí. Como você sabe disso?
- A cada contato eu tenho acesso a suas lembranças... Pessoais ou gerias... Desde as mais antigas até as mais atuais... Por isso acabei aprendendo sobre seu povo...
- Então você também sabe a respeito de...
- Andressa e seu filho... Sim... Eu sei... Assim como sei da sua restrição... De como você não pode ir para a Terra...
- Meu Deus... Não dá prá esconder nada de você?
- Não... Nem mesmo a sua crescente atração por mim...
Agora ela se colocava na ponta dos pés, procurando um novo beijo, fazendo com que todos os instintos de Jonathan praticamente berrassem para que ele a agarrasse, mas para alívio dele, outro grito se fez ecoar por sua cabeça.
[i]“Está chegando!!! E indo direto para o local onde o Hrúcarë está!”
Jonathan afastou o mais gentilmente possível a garota. Apesar do susto parte dele estava aliviada e enquanto as roupas que ele vestia se transformavam em seu novo uniforme, ele se voltou a Thar, visivelmente chateada.
- Avise seu pai. – Ao ouvir aquilo e não uma desculpa como ela esperava, a garota ficou alerta. – O que quer que seja o tal objeto, está finalmente chegando!
Dito isso ele se transformou em energia e voou até o local onde estava o destruidor, enquanto Thar-Tae permaneceu parada por alguns instantes se recuperando o suficiente para correr em seguida até seu pai.
Quase que imediatamente Antares já avistava a coluna de energia negra, que continuava a causar estragos ao seu redor, enquanto seguia rumo ao núcleo de Svitar, mas sua atenção se voltou para o que parecia um torpedo de energia azulada, que já podia ser visto a olho nu, se aproximando numa velocidade absurda.
- Não...
A frase de Antares morreu em sua garganta, quando uma imensa explosão aconteceu, resultante do impacto do objeto contra a muralha negra.
XXX
- Zanae-Run? Isso parece nome daquelas “modelos” que tiram foto pelada dos sites que eu flagrei o Jon vendo outro dia...
- Não tem graça Luiza... Messes depois de me tornar o Antares acabei conhecendo Zanae durante uma luta contra o Hrúcarë...
- E se apaixonaram perdidamente não é? Francamente...
- Olha Luiza... Eu posso me desculpar mil vezes que não vai adiantar... Não era uma situação onde eu tinha controle... Maldição! Eu preferiria ter ficado com você e nosso filho, mas não foi o que aconteceu! Você continuou a vida como pôde e eu tive de fazer o mesmo! Você não imagina e nem sequer faz ideia das coisas pelas quais eu passei e agora que diz que quer ouvir, vai ficar me sacaneando? Sei que está magoada, e com razão, mas não mereço isso... Eu sei bem o peso dos pecados que cometi... Não preciso que eles sejam sempre jogados na minha cara...
Um pesado silêncio caiu na sala até que Luiza engoliu seu orgulho e após um longo suspiro se desculpou.
- Você tem razão, mas também não imagina o pânico que eu senti quando percebi que estava sozinha, grávida e com tudo o que seu pai me contou naquela noite e daquele jeito bizarro... Minha vida não foi fácil mesmo...
- Eu sei... – Ele tomou as mãos dela entre as suas, levando ambos a se lembrarem do passado. – Mas precisamos tentar superar isso... Acredite, eu tentei de todas as formas que eu e meu pai pensamos, para voltar para a Terra e sei que o Jon vai fazer o mesmo, mas até lá precisamos ser fortes e se você quiser que eu continue por aqui, vamos precisar mesmo aprender a conviver...
Por um instante foi como se o tempo afastados, de repente, se dissolvesse e tanto Rodrigo quando Luiza sentiram algo que lembrava o amor de outrora, mas ela foi mais rápida, quebrando o contato visual e voltando ao assunto.
- Bem... Então... Hã... Você e essa... Zana... Encontraram o monstro que o Jon está indo enfrentar?
- É Zanae... – Rodrigo teve se respirar um pouco para acalmar seu coração, que começava a palpitar. – E sim, nós nos conhecemos quando eu enfrentei o Hrúcarë pela primeira vez...
- E é esse que quer destruir o universo?
- Não temos certeza... Eu, meu pai e mesmo a Zanae investigamos o melhor que pudermos, mas não conseguimos descobrir muita coisa... Mas imaginamos que ele, na verdade, serve a algum mestre, mas sobre esse mestre não achamos nada... Ou quase nada...
- Não entendi...
- Na verdade encontramos entre os restos de um mundo destruído uma inscrição com um único nome... Kalion... Depois disso, acabamos nos concentrando no Hrúcarë... Foram anos de lutas, sempre com ele ou nós escapando por pouco, mas quando finalmente havíamos conseguido encurralar o desgraçado em um mundo que não tinha vida, onde podíamos lutar à vontade... Bem... Aconteceu...
- Jon fez aniversário e vocês trocaram de lugar...
- Exato...
- Desse modo fiquei sem saber o que aconteceu com Zanae, mas é óbvio que o maldito sobreviveu, o que deve significar...
Ele parou de falar, quando sentiu a mão de Luiza em seu ombro e ao olhar para cima, nem tinha se tocado que havia encurvado o corpo, ele percebeu uma brilho nos olhos dela, algo que novamente lhe trouxe lembranças, de como havia se apaixonado por aquela mulher.
- Não se preocupe... Tenho certeza de que essa moça, se for metade do que você está descrevendo... Bem... Ela deve ter sobrevivido...
- Obrigado Luiza... Obrigado mesmo. – Ele se levantou, tencionando ir até a cozinha. – Agora acho que vou tomar um café e...
Ao sentir seu braço sendo seguro, ele se virou, achando que talvez ela quisesse realmente se lembrar dos velhos tempos, talvez com um beijo, mas seu desejo se dissipou ao ver que a expressão severa havia voltado aos olhos de Luiza.
- Não vai pensando que escapou fácil assim meu caro... Agora você vai me explicar direitinho onde se machucou assim.
- Glup...
XXX
“Tudo bem Jon?”
- Aaaahhhh... Tudo... O que foi aquilo afinal? Era mesmo um míssil?
“Não, mas também não estava tão longe disso... Pelo jeito ela desenvolveu uma maneira de viajar pelo espaço tão rápido quanto o Hrúcarë, com o adicional de causar uma pequena e contida explosão de nível nuclear, ao acertar seu alvo.”
- Peraí! Eu acabei de sobreviver a uma explosão Nuclear?!!
“Na verdade uma pequena e contida...”
- Eu sei! Mas ainda assim... Cacete! Uma explosão Nuclear!
“Acredite... Você pode aguentar muito mais... Experimente estar no centro de uma supernova...”
- Tá bom, tá bom... - Antares se levantava, percebendo para quão longe foi lançado por conta da explosão, decidindo voltar o mais rápido possível. - Mas então onde é que ela está? A tal super guerreira? Ah! Já vi...
Assim que o jovem alcançou a coluna negra percebeu que alguém a atacava, claramente uma mulher, com duas espadas que pareciam feitas de energia, mas que acabavam não causando dano algum.
- Acho que isso não adianta e... Ooooopa!
Por muito pouco Antares não teve sua cabeça decepada, se abaixando alguns segundos antes da espada da mulher o atingir, mas essa esquiva o deixou indefeso diante do chute que ele levou em seu estômago, forte o suficiente para que ele fosse lançado a poucos metros de distância.
Ele mal pôde retomar o fôlego perdido e logo a mulher voltava a atacá-lo e mesmo tendo que defender sua vida, o jovem não conseguiu deixar de reparar na beleza da nova alienígena que encontrara.
Ela tinha a pele dourada, reluzindo com os últimos raios do dia, os cabelos tinham uma tonalidade azulada escura, que contrastava com o azul mais claro dos lábios, os olhos verdes estavam mergulhados numa órbita escura, lembrando os dos Svitarianos, sua armadura era roxa, vermelha e preta, mal conseguindo esconder as curvas de um corpo torneado com muito exercício.
Ou muitos combates, que parecia uma opção mais próxima da realidade.
- Ei! - Mais uma esquiva, a ponta da espada resvalando a jaqueta, acima do estômago deixando de cortar por muito pouco. - Pára! Eu sou amigo!
Uma nova explosão de energia forçou Antares a se afastar, ficando no ar alguns metros acima dela.
- Que droga vô! Ela não era amiga do Papai? Vovô? Vovô, tá me ouvindo?
“Sim... Peço perdão... Mas é que... Essa não é Zanae... E-eu... Essa deve ser a filha dela... Eu e seu pai vimos ela crescendo...Toda vez que conseguíamos um tempo nas batalhas contra Hrúcarë... Isso significa que... Cuidado!”
Graças ao aviso de seu avô, Antares conseguiu escapar, mais uma vez por pouco, das espadas da recém-chegada, mostrando que ela também podia voar.
- Você não vai estar seguro nos céus, escravo... Vou matar você e seu maldito mestre!!
Mesmo criando dois escudos de energia, um em cada mão, Antares mal podia se defender dos ataques da garota, as espadas pareciam ter vida própria, sempre buscando uma brecha na defesa de seu oponente, que continuava pedindo, inutilmente, que ela parasse.
Vendo que seus pedidos caíam em ouvidos surdos, ele não teve escolha, e num momento em que ela havia errado um ataque, ficando com sua guarda momentaneamente aberta, ele aproveitou, causando uma expansão de sua energia, forte o suficiente para afastá-la, mas não para causar algum ferimento.
- Por... Por que...
- Por que eu não te matei? Simples... - Dizendo isso ele fez com que sua atual roupa voltasse à armadura que ele usou quando o poder o escolheu. - Eu sou Antares e...
- AAAAHHHHH!!!!!!!!!!!! - Como se tomada por uma nova fúria, a garota se lançou novamente ao ataque, sendo contida por uma esfera de energia que surgiu de repente ao seu redor, impedindo assim seu avanço. - Mas o que é isso?!!
- É para você não se machucar... E nem a mim... Não sei quem é você, mas tenho informações de que essa armadura pertenceu a uma guerreira chamada Zanae... Zanae-Run... Se isso fosse verdade você deveria ter reconhecido a armadura de um antigo aliado dela e...
- NÃO PRONUNCIE O NOME DELA DESGRAÇADO!!!!! - A violência e o ódio nas palavras da garota, bem como as lágrimas que caíam de seus olhos, foram o suficiente para que o outro se calasse. - Se não fosse você ela estaria viva!!! Você a abandonou no meio do combate, e aquele outro desgraçado aproveitou e matou ela!!!
“Não... Isso não... Por Deus... Van...”
- Peraí porra! Não tô entendendo mais nada! Quem é Van?
- Como conhece meu nome seu maldito?!!
- Hã?
- Eu sou Vanyarin!!! Filha da maior guerreira do universo!! E vou matar você e aquele verme por terem tirado ela de mim e... Heim?
Sem nenhum aviso, a forma holográfica do avô de Jonathan surgiu através do símbolo em forma de estrela da jaqueta do Antares, ignorando o mesmo e indo falar com a garota.
- Van... E-eu... Sinto muito...
- Vô? Vovô? - Novas lágrimas escorriam pela face da jovem, deixando-a com um ar ao mesmo tempo triste e lindo. - Ah, vovô...
Ela caiu de joelhos dentro da esfera, fazendo as espadas sumirem no processo e então Antares os desceu até o chão, desfazendo sua esfera de energia, deixando que Antônio falasse com a garota.
- Não foi escolha do Rodrigo minha querida... O dia do aniversário do meu neto terráqueo chegou e... Você sabe... Ele daria a vida dele pela da sua mãe e...
- Não! Ela que acabou morrendo!! Quero vingança contra esse monstro! E contra aquele que a traiu!
- Olha moça... - Jonathan havia feito seu visor sumir e ele atravessava o holograma de seu avô, indo sem medo na direção da garota. - Eu sinto muito pela sua mãe... Pelo visto eu também tenho culpa nisso... Foi por causa do meu aniversário que meu pai foi afastado, pelo visto, no pior momento possível... Eu não o conheço bem, mas tenho certeza de que ele não abandonaria ninguém... Eu acho... E-eu...
- Que tocante... - Uma voz sinistra veio de um lugar às costas de Vanyarin, o que a fez se voltar, seguindo os olhos do Antares, que fazia suas mãos brilharem, se preparando para o combate. Era Hrúcarë . - Eu pensei que depois que eu matei sua mãe você fosse se esconder num fosso de tristeza e depressão, mas pelo visto foi o contrário... Sinto em você um fogo e energia que não senti nem mesmo quando enfrentei Zanae...
- Não...
- “Não siga o nome dela!!!” - Hrúcarë afinou a voz, zombando da garota, cujos olhos mostravam um ódio cada vez mais crescente. - Eu já ouvi você dizendo isso para o moleque aí... - Agora ele se voltava para Antares. - Aliás como vai seu fracassado pai?
- Bem melhor que você... - Ainda sentindo um medo quase irracional tomá-lo, o jovem pensou em como poderia ofender seu inimigo. - Seu monte de lixo cósmico...
- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! Isso é sua melhor ofensa?! Espero que você lute melhor... Afinal, agora eu vou matar vocês dois... O processo de destruição planetária irá continuar, num ritmo mais lento sem mim ali, mas o suficiente... Agora eu posso me divertir com vocês...
- Thar... - Enquanto o vilão se vangloriava, Antares se comunicava com a base dos rebeldes, através de um comunicador localizado em seu visor. - Vamos conseguir mais tempo... Peça ao seu pai para acelerar a evacuação...
- Você crê mesmo que poderão fazer frente a mim por tempo suficiente para que os habitantes desse mundo escapem? - Enquanto falava, Hrúcarë fazia crescer em suas costas algo que lembrava a Antares as asas dos morcegos de seu planeta. - Há! Quero só ver isso!!!
- E então? - Se colocando ao lado de Vanyarin, Antares erguia os punhos, agora envolvidos em energia. - Amigos?
- Pelo menos... - Ela fazia suas espadas surgirem, e um sorriso os acompanhou. - Até esse desgraçado estiver morto...
- Chega de conversa inútil! Pelo meu mestre eu vou matá-los!!!
Dito isso Hrúcarë saltou sobre o casal, mas estes não fugiram, pelo contrário, Antares e Vanyarin também se lançaram ao combate.
Um combate que se tornaria uma lenda entre os Svitarianos.
Conclui a seguir.
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