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Ultimate UNF: Conan #1



Nos confins do mundo, um sacerdote prestes a morrer faz uma invocação para seus deuses, mas quem responde não é nenhum deles. O demônio atende ao pedido do moribundo, mas prende a sua alma pelo resto da Eternidade. Com isso surge mais um inimigo para que o Rei Conan possa destruir.
Publicado originalmente em Julho de 2002.

Saiba, ó Príncipe, que entre os anos quando os oceanos tragaram a Atlântida e as reluzentes cidades, e os anos quando se levantaram os Filhos de Aryas, houve uma era inimaginável, repleta de reinos esplendorosos que se espalharam pelo mundo como miríades de estrelas sob o firmamento. Nemédia; Ophir; Brithúnia; Hiperbórea; Zamora, com suas lindas mulheres de negras cabeleiras e torres de mistérios e aranhas; Zíngara, com sua cavalaria; Koth, que fazia fronteira com as terras pastoris de Shem; Stygia, com suas tumbas protegidas pelas sombras; Hirkânia, cujos cavaleiros ostentavam aço, seda e ouro. Não obstante, o mais orgulhoso de todos era Aquilônia, que dominava supremo no delirante oeste. Para lá se dirigiu Conan, o cimério, de cabelos negros, olhos ferozes, espada na mão, um ladrão, um saqueador, um matador, com gigantescas crises de melancolia e não menores fases de alegria, que humilhou sob seus pés os frágeis tronos da terra. Nas veias de Conan corria o sangue da antiga Atlântida, engolida oitocentos anos antes de sua época pelos mares. Ele nasceu num clã que reivindicava uma região a noroeste da Ciméria. Seu avô foi membro de uma tribo do sul que havia fugido de seu próprio povo por causa de um feudo de sangue e, depois de uma longa migração, refugiou-se entre os povos do norte. O próprio Conan nasceu num campo de batalha, durante uma luta entre sua tribo e uma horda de vanires. Não há registros de quando o jovem cimério teve o primeiro contato com a civilização, mas já era um lutador conhecido ao redor das fogueiras do Conselho antes de ter visto quinze invernos. Naquele ano, os cimérios esqueceram seus feudos e se uniram para repelir os gunderlandeses, que haviam forçado sua passagem pela fronteira da Aquilônia, construindo o posto fronteiriço de Venarium e colonizando os pântanos do sul da Ciméria. Conan era um membro da horda uivante, sedenta de sangue, que surgiu das colinas do norte, arremeteu-se com espada e tocha contra a fortaleza e empurrou os aquilônios para além de suas próprias fronteiras. Por ocasião do saque de Venarium, sem ter atingido ainda sua estatura de adulto, Conan já tinha 1,83 metro de altura e pesava 90 quilos. Ele tinha a astúcia e a prontidão do homem da floresta, a resistência férrea do homem das montanhas, o físico hercúleo de seu pai ferreiro e conhecia bem o uso da faca, do machado e da espada.

A Era Moriana de Conan, o Bárbaro
Rei Conan #01
O Surgimento de Um Novo Inimigo

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Pathenia, 10.000 A.C.

Cercada de montanhas e superstições, o vento gelado do inverno não adentra por suas grossas e profundas cavernas. Montanhas escuras e malditas, conhecidas como inferno branco, onde não há caminho para viajantes, e os que vão desavisados, nunca mais voltam. Ninguém sabe o que habita as cavernas. Seriam homens ou monstros? Mas uma caverna em especial é quente, quente como o inferno.

- Oh demônios das profundezas, eu os invoco para essa dimensão, que seu sombrio poder faça os céus escurecerem, fazendo o dia ficar noite, e a luz virar sombra, que os rios de sangue banhem seu poder, e que a podridão da terra lhes faça um lar.

Dentro da caverna, uma figura encapuzada fazia invocações para seu Deus negro. No fundo ele brandia e uivava feito um louco, com as vestes todas ensangüentadas, escritos indecifráveis nas paredes, feitos com sangue de carneiro.

- Senhor dos infernos, Deus da perdição, eu o invoco para esse mundo...

E ele continuava a fazer suas invocações, que ecoavam pela caverna, e não produziam nada além disso. O Sacerdote já estava desanimando, havia várias semanas de tentativas, e nada dava certo, já tinha tentado invocar Set, o deus serpente, Dagoth, Xotli, e quantos outros que nem lembrava mais, mas agora estava cansado, não tinha mais ovelhas para sacrificar, e era covarde demais para fazer um sacrifício humano, e após mais uma tentativa frustrada, resolveu dormir.

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Nas montanhas geladas de Pathenia, um grupo de ladrões estava perdido, pois estavam fugindo desde Turan, por causa de um roubo de jóias.

- Por Mitra, Telonius, nós precisávamos vir a esse inferno gelado?

- Claro que não Pérricos, poderíamos ficar nas masmorras quentes de Turan, sendo açoitados pelo carrasco até que resolvessem enforcar nossas cabeças.

- Tá bom, mas justo aqui? É frio, não tem caça, nem cidades, nem viva alma.

- Concordo com Pérricos, Telonius, nós poderíamos ir para Aquilônia, ou Zíngara.

- Não, aqui é o melhor lugar, daqui alguns meses cessam as buscas e a gente pode voltar.

- E o que vamos fazer por aqui alguns meses, sem mulheres e sem bebida? Virar sacerdotes de Ymir? EU ODEIO GELOOOOoooo..........

Dizendo isso, Pérricos escorrega por uma encosta, e desce a grande velocidade no gelo, batendo em algumas árvores no caminho. Telonius e Marcus, olham a descida descontrolada do colega de roubos, e sentam no chão de tanto rirem do tombo do companheiro. Eles chamam o companheiro, mas não obtém nenhuma resposta dele.

- Será que Pérricos morreu?

- Que morreu que nada, quem disse que vaso ruim quebra? No mínimo bateu com a cabeça, e está dormindo, vamos descer para ver o que aconteceu.

E os dois amigos descem pela encosta, devagar para não ter o mesmo destino de Pérricos. Chegando lá embaixo, eles vêem Pérricos parado no lado da encosta, olhando fixamente a parede, e o chamam.

- Pérricos, venha aqui.

- Telonius, Marcus, venham dar uma olhada no que eu achei.

Os três bandidos então olham uma caverna, de onde sai um gostoso bafo quente que aquece o lado de fora da caverna, onde a neve derrete, e até grama tem. A entrada da caverna é estranha, na lateral da entrada, no chão, há uma fileira de pedras de cada lado, sendo as primeiras mais altas, e as ultimas mais baixas, lembrando a parte debaixo de uma boca demoníaca. A parte de cima da entrada era uma coisa monstruosa, parecendo realmente que a caverna tinha a cabeça de um demônio na entrada. Enquanto Pérricos e Marcus olhavam a caverna, Telonius andou alguns passos para trás, e deu uma olhada de longe. A entrada da caverna era a cabeça de um demônio, um demônio que tinha um queixo gigantesco.

- Telonius, venha, vamos entrar na caverna.

- Eu não vou entrar, essa caverna deve ter um demônio aí dentro.

- Deixa de ser medroso - fala Marcus - isso é detalhe, pode ser que lá dentro tenha um grande tesouro, e a entrada da caverna tenha sido esculpida justamente para afastar ladrões medrosos como você.

- Sabe Marcus, você pode estar certo, vamos entrar.

Então, Pérricos, Marcus e Telonius adentram a grande caverna, e se depois de alguns minutos alguém passasse no local, somente iria ver uma cabeça de demônio esculpida na rocha, sem a entrada da caverna.

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O sacerdote chamado Ptah-Lifus, depois de uma noite mal dormida, acorda, resolve fazer um café e decide fazer somente mais uma tentativa. Se hoje não conseguisse invocar um demônio, ele contrataria uns mercenários para sua vingança. Vingança era sua motivação, mas será que depois de todas essas semanas, os Kushitas ainda estariam ao sul da Stygia, sua terra natal? Será que ainda teria alguém vivo para ele salvar? Essas últimas semanas não foram fáceis. Ele tinha ouvido sussurros na Stygia sobre essa caverna, e não foi fácil achá-la, ele dera muita sorte de escorregar na neve, e cair em frente dela. Ninguém sabia quase nada sobre ela, mas todos falavam que era o canal de acesso a vários demônios, mas ele não conseguia entender nada quando falavam para não tentar invocar nenhum demônio do sétimo círculo. Quantos haviam? Como ele faria para não invocar, se ele queria invocar ? Depois de duas semanas de tentativas insossas, ele tentaria hoje pela última vez, a tarde, depois percorreria novamente os quilômetros de galeria da caverna, até a saída. Vingança, essa era sua determinação, contra os Kushitas que invadiram sua aldeia, mataram seus pais e amigos, e aprisionaram tantos outros. Mal conseguiu escapar com vida, mas precisava voltar, sua irmã lá ficara, pois o líder dos bandidos a queria como mulher, como mostrou na noite da fuga, a violentando na frente dele. Naquela noite ele decidiu fugir, mas na fuga a prenderam de novo e ele, como o covarde que era, continuou fugindo, não voltando para libertá-la. Mas agora estava decidido, se não conseguisse invocar o demônio que o livrasse daqueles bandidos, ele ia contratar mercenários para fazer o serviço.

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- Telonius, acorde.

- Que foi Marcus?

- Acorde Pérricos e levantem, algo de grave aconteceu.

- PÉRRICOS, ACORDE, grita Telonius, o que aconteceu Marcus?

- A saída sumiu.

- Por Mitra, eu sabia que a gente não devia ter entrado aqui, a culpa foi sua.

- Agora é tarde para chorar, nossa única chance é continuar a explorar a caverna.

- Sei não Marcus, fala Pérricos, e se a cada vez que entrarmos mais, ela se fechar atrás de nós?

- Por Mitra, nós vamos morrer aqui dentro, desespera-se Telonius.

- Cale-se Telonius, fala Marcus. Se essa caverna for mesmo demoníaca, pode ser que a noite ela abra passagem, vamos esperar.

Todos concordam com essa alternativa, mas algumas horas depois, eles escutam um lamento vindo do final da caverna, e concluem que alguma coisa esta lá dentro com eles. Eles afinam os ouvidos e conseguem escutar algumas coisas.

- ... Senhor das.... servo......inimigos.......tesouro.....

- Marcus, escutou isso? Um tesouro, deve ser pessoas no final da caverna, vamos explora - la, roubar o tesouro e fugir a noite quando a caverna abrir. Diz Pérricos.

- Eu não vou. Já reclama um desesperado Telonius.

- Azar o seu então, fala Marcus, o tesouro será somente nosso.

Nisso Pérricos levanta, e junto com Marcus partem para o fundo da caverna, para buscar o tesouro.

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- Senhor das trevas, soberano do inferno, seu servo Ptah-Lifus o invoca para devorar seus inimigos. Demônio da escuridão, venha destruir meus inimigos e receber seu tesouro.

Ptah-Lifus, o sacerdote Stygio gritava a invocação com todas as suas forças, o que fazia o eco percorrer os quilômetros de galerias da caverna. Após seu almoço, ele estava tentando pela ultima vez fazer a invocação, ainda mais que as ovelhas para os sacrifício tinham acabado, e não teria como ele continuar.

- Senhor da escuridão, Deus das trevas e podridão eterna, escuta esse servo e manda um sinal.

O sacerdote continua toda a tarde, muda o teor as invocações, mas o resultado é e mesmo, nada. Quando está desistindo, ele escuta vozes atrás de si.

- Olha Marcus, um sacerdote Stygio, ele deve estar guardando o tesouro.

- Tesouro? - Pergunta Ptah-Lifus, que tesouro?

- Não se faça de mentiroso sacerdote, nós escutamos você falar em tesouro, e ele vai ser nosso.

- Mas aqui no tem nenhum tesouro.

- Pérricos, o sacerdote precisa sentir a ponta da espada, vamos amarrá-lo naquela parede, onde estão aquelas carcaças e descobrir onde está o tesouro.

Eles amarram o sacerdote junto às carcaças de ovelhas, e vasculham o fundo da caverna. Eles desmontam o altar que Ptah-Lifus tinha montado, derrubam sua cama, vasculham palmo a palmo, mas não acham o tesouro, e resolvem torturar o sacerdote. Eles pegam a pedra que o sacerdote usava para degolar as ovelhas, e o amarram totalmente nu em cima dela. Com a ponta da faca, Marcus começa a descascar as unhas do pé do sacerdote, que urrava de dor, mas se não havia tesouro, como ele poderia dizer onde estava? Pérricos, do outro lado, usava a faca no peito do sacerdote, onde fez uma grande estrela de cinco pontas, que logo se encheu de sangue. Quando Marcus resolveu cortar os dedos do pé do sacerdote fora, ele deu um grito bestial, e desmaiou de dor.

- Por Isthar, Marcus, não exagera senão a gente mata esse coitado antes dele falar onde o tesouro está.

- Ora bolas, foi só um dedinho.

- Dedinho por que não foi o teu, deixa eu acordar esse canalha.

E Pérricos esbofeteou Ptah-Lifus até ele acordar. Ele chorava de dor, mas Pérricos não tinha dó. Ele continuou a percorrer com a faca toda a pele do sacerdote, sempre fazendo estrelas de cinco pontas, mas o sacerdote, que não sabia de nada, não dizia onde estava o tesouro.

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AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH.

- Por Bel, que grito é esse? Se assusta ainda mais o já desesperado Telonius.

- AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH.....................

- Eles devem ter achado a pessoa que estava falando antes. E essa droga de saída que não aparece, já é noite, eu tenho certeza, por que não aparece?

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- Pare Pérricos, ele desmaiou de novo.

Marcus se levantou de onde tinha sentado, e foi ver o sacerdote, ele estava morto.

- Por Bel, Pérricos, você o matou, agora nunca vamos saber onde estava o tesouro.

Sendo assim, Pérricos e Marcus destruíram tudo, e atearam fogo no local, e voltaram ao início da caverna.

Alguns minutos depois, Ptah-Lifus, que não estava morto, acorda e vê tudo pegando fogo, todo ensangüentado, e não agüentando de dor, resolve fazer um último pedido.

- Oh senhor da escuridão e Deus da podridão, deixai esse pobre servo ser o instrumento da vingança contra esses bandidos.

Dizendo isso Ptah-Lifus morre, e quando o fogo estava para consumir totalmente o local, ele cessa, e no fundo da caverna abre uma passagem, demônios menores aparecem de dentro dessa passagem e vão até a pedra onde jaz Ptah-Lifus, a levantam e jogam para dentro, indo logo atrás. A passagem se fecha, e tudo escurece. Só resta o cheiro de carne queimada das carcaças das ovelhas.

- Onde estou? Pergunta assustado Ptah-Lifus.

- Você não queria estar aqui? Então aqui está. Você me chamou e eu atendi.

Ptah-Lifus vira e vê uma massa disforme de carne com um grande cabeça, ostentando um grande queixo. Esse demônio estava sentado no trono feito de ossos humanos e não humanos. Seus pés estavam em cima de corpos, que urravam de dor e queimavam. Ele olhou para cima, mas só conseguia ver um céu de sangue e fogo. O fedor da podridão e do sangue irritava sua narinas. Atrás dele haviam vários demônios que o olhavam, mas nenhum tinha coragem de olhar para cima, para o grande demônio.

- Por Isthar, quem é você demônio?

- Por Isthar? Você invoca um deusinho menor na minha presença? Você está diante do senhor do oitavo círculo infernal, eu sou o flagelo dos céus, e senhor absoluto do inferno. Eu sou Malebólgia, e você está aqui por que quer vingança.

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- Sim, eu quero vingança contra os Kushitas e contra os ladrões. Mas por que o senhor não me salvou antes? Por que não apareceu quando eu fazia as invocações?

- Salvar você?? Ah ah ah ah ah ..

Malebólgia deu uma grande gargalhada, que fez o inferno tremer. No quarto círculo, uma demônio que estava colocando no inferno o segundo irmão Flebíaco se assustou, e derrubou o demoniozinho de cabeça no chão.

- Eu não salvei, você está morto, por isso veio parar aqui.

- Morto? Eu? Mas...

- Sim, você está morto, e quer sua vingança. Está disposto a pagar o preço? Você está disposto a receber o poder para voltar à terra e vingar sua morte e reencontrar sua irmã?

- Poder para me vingar... poder para salvar Jafar, sua irmã, poder para matar todos os Kushitas.- Ptah-Lifus pondera sobre isso. Mas qual será o preço? Para ele não importa, salvar Jafar e destruir os Kushitas vale qualquer preço.

- Sim, Malebólgia, eu aceito.

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Agradecimentos especiais.
Osvaldo Magalhães
Cronista Cimério
http://www.cronicasdacimeria.hpg.ig.com.br/index.html

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