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Ultimate UNF: Batman #2















Lucius Fox está morto. Cabe ao misterioso vigilante noturno de Gotham descobrir quem assassinou um de seus melhores amigos e, para isso, talvez Bruce Wayne tenha que se expor além do desejado. Acompanhe o início da carreira do homem-morcego, quando ele começa a percorrer os labirintos da loucura.

BATMAN 02
QUEM MATOU LUCIUS FOX?

Por Alex Nery
Batman criado por Bob Kane.

Bruce observava o monitor à sua frente com total concentração. Na tela, ele lia o relatório do legista do Instituto Médico Legal de Gotham sobre a morte de Lucius Fox, o administrador das Empresas Wayne.

Mais do que uma vítima, Lucius era um velho amigo de seu pai. Quando os Wayne morreram, o controle administrativo de toda a fortuna havia passado para as mãos de Fox. Com honestidade ele havia cuidado da herança de Bruce e, quando Bruce alcançou a maturidade e decidiu continuar na Europa, Lucius manteve-se na presidências das empresas.

Bruce e Lucius haviam discutido muitas vezes, principalmente quando o jovem Wayne ligava pedindo mais dinheiro para custear sua vida no velho continente. E ele pedia sempre mais e mais. Certa vez Lucius decidiu cortar o envio de dinheiro e isso trouxe muitos problemas a Bruce Wayne[1].

Porém, tudo eram águas passadas. Agora Lucius estava morto. Havia sido friamente assassinado, aparentemente vítima de um maníaco. Basta descobrir o autor do crime e seus motivos. E o Batman estava mergulhado nisto. Ele nem mesmo trocara o uniforme, permanecia pronto para caçar o criminoso.

O corpo de Lucius havia sido resgatado da baía de Gotham. Fora esfaqueado e estripado. A autópsia dizia que ele fora morto há aproximadamente quatro horas antes de ser encontrado. Isso diminuía bastante o raio de ação para uma investigação, mas não o bastante. O corpo poderia ter sido jogado de um barco.

O computador recebeu uma chamada telefônica. Todas elas eram filtradas e embaralhadas por um complexo sistema que tornava virtualmente impossível rastrear uma chamada até o esconderijo do homem-morcego.

- Fale, Alfred – atendeu o Batman.
- Senhor, recebi diversos telefonemas do conselho de acionistas das Empresas Wayne. Eles insistem em falar com o senhor – informou o leal mordomo.
- Diga-lhes que estou... indisponível.
- Eles são bem insistentes. Informei-lhes que o senhor estava em alguma interminável festa numa ilha grega.
- Continue assim.
- No entanto eles afirmam que, devido à morte do senhor Fox, precisam falar com o senhor, o acionista majoritário do grupo.
- Deixe que eles resolvam as questões administrativas da empresa. Agora é muito mais importante descobrir quem fez isso ao Lucius.
- Teve algum progresso?
- Existe um pequeno detalhe... pode não ser nada, mas dois marinheiros do barco que o encontraram entraram em contradição quanto ao local de onde pescaram o corpo. Não posso esperar, Alfred. Tenho que ir enquanto as pistas estão quentes.
- Como quiser, senhor.
- Mais tarde nos falamos.
- Certo. Espero que o senhor tenha sorte.

Sem dizer mais nada, Batman encerrou a chamada. Com um movimento rápido, vestiu a máscara e checou os equipamentos de seu cinto. Andou pelo esconderijo até a motocicleta modificada sob encomenda, montou-a e acelerou. Subiu a rampa que levava ao nível da rua e saiu no depósito que servia de fachada para a entrada do esconderijo subterrâneo que mantinha à três quadras da Catedral de Gotham. Ele aguardara ansioso durante todo o dia por este momento, quando a noite encobriria seus movimentos.

O porto Miller não ficava muito distante e em menos de trinta minutos ele chegou. Estacionou a moto num local fora de vista e avançou a pé. Subiu pelas escadas de incêndio de um pequeno prédio e observou do terraço toda a área do porto abaixo, se certificando de que não haviam policiais no local. Confirmou suas suspeitas: não havia um homem-da-lei sequer analisando o local. Mesmo Lucius sendo um homem rico, parece que sua morte não incomodara ninguém poderoso ao ponto de exigir rigor nas investigações. A corrupção da polícia de Gotham já era notória. O homem-morcego desceu e esgueirou-se até o píer exato registrado no boletim de ocorrência. Lá encontrou o barco pesqueiro “Princesa de Gotham”, o mesmo que recolhera o corpo.

Não precisou dos binóculos com lentes infravermelhas para perceber três homens no barco. Todos tinham uma aparência dura e cansada, e vestiam-se de maneira simples. Pela maneira desenvolta como andavam pelo barco, concluiu que eles eram parte da tripulação do mesmo. Dois deles dedicavam-se à lavar o convés enquanto o terceiro observava o trabalho. Batman aguardou até que o tripulante desocupado se afastasse dos demais, indo para o outro lado do barco. O vigilante seguiu-o com cautela, saltando sobre o convés quase sem produzir barulho algum. Arrastou-se pelas sombras até posicionar-se junto a algumas caixas plásticas empilhadas.

O homem caminhava lentamente. Parou próximo ao homem-morcego sem percebê-lo, riscou um fósforo e acendeu um cigarro. A luz breve da chama iluminou o rosto do marinheiro e a face mascarada do Batman ao mesmo tempo. Com um gesto rápido, o herói tapou a boca do homem e puxou-o para as sombras. O homem esperneou e gemeu, assustado com a figura noturna.

- Quieto – ordenou o Batman, com voz baixa, porém enérgica.
O homem aquietou-se. Seu olhos traíam um medo terrível.
- Quero algumas respostas. Fale baixo. Se der qualquer alarme, acabo com você. Entendeu? – O marinheiro assentiu com a cabeça. Estava realmente apavorado com aquela figura negra - Onde encontraram aquele corpo?

Batman afrouxou a mão que estava sobre a boca do homem para que este pudesse responder.

- N-no sul da baía...
- Não é suficiente. EXATAMENTE onde?
- H-há umas quatro milhas do porto...
- Qual seu nome?
- Loomis... Andrew Loomis...
- Loomis... você disse à polícia que havia sido a uma milha do porto... e na direção norte.
- E-eu... eu... me enganei...
- Não está se enganando de novo, ESTÁ? – O Batman cerrou os punhos sob a gola da camisa do marinheiro, ameaçando erguê-lo.
- N-NÂO! Não! Pelamordedeus...
- Shhh! Se chamar seus amigos...
- Não! Não! Me deixe ir, pelo amor...
- Quem mandou que mentisse sobre a localização do corpo?

O Batman apanhou um cilindro pequeno de seu cinto e borrifou um gás no rosto do marinheiro. Este revirou as órbitas e desmaiou imediatamente.

No mesmo instante o vigilante de Gotham ouviu o burburinho vindo do outro lado do barco. Algumas vozes discutiam acaloradamente. O herói escalou a cabine e observou a cena por cima. Logo abaixo, três homens armados com revólveres mantinham os dois marinheiros restantes sob suas miras. Os marinheiros protestavam impotentes.

- Sem choro. Vamos dar uma volta nesta noite bonita – disse um dos homens armados.
- Para onde? Por quê? – indagou um dos marinheiros.
- Saberá quando chegarmos lá, idiota. Vamos. Ponham essa banheira pra andar – insistiu energicamente o bandido.
- Fizemos o que pediram! Deixem-nos em paz!
- Tsc... fizeram mal feito. Não conseguem decorar uma história de três linhas? Agora andem!

Os marinheiros se voltaram para recolher a âncora. Neste instante, aproveitando a atenção que os bandidos lhes davam, Batman sacou uma lâmina em forma de morcego e arremessou contra o homem armado mais distante. A lâmina cravou-se na mão do criminoso e o fez urrar de dor e largar a arma. Os outros dois assustaram-se com o grito súbito do companheiro e de início não entenderam o motivo disso. Foi tempo bastante para que o Batman abrisse sua capa e saltasse sobre os adversários. A visão daquela imensa sombra mergulhando sobre eles, fez com que demorassem a mirar.

O criminoso mais próximo recebeu um chute forte no rosto e cambaleou para trás, largando a arma que caiu pesadamente no convés. O homem-morcego chutou a arma para longe. O segundo criminoso apontou o revolver e disparou na direção do herói. A bala atravessou a capa do Batman e alojou-se na madeira da cabine. Batman rolou pelo convés até aproximar-se do homem armado. O vigilante agarrou seu braço armado e torceu seu pulso, quebrando-o. Mal o homem gritou, recebeu um soco vindo de baixo que fez com que sua cabeça fosse deslocada para trás com extrema violência. Batman deu um golpe de judô no criminoso, levando-o ao chão. Mais um potente soco e o criminoso estava desacordado.

O terceiro homem, porém, já havia recuperado sua arma e procurava fazer mira no homem-morcego. Felizmente ele não estava acostumado a atirar com mão esquerda, a única que ainda poderia segurar a arma, e atirou desajeitadamente, errando o corpo do herói por mais de trinta centímetros. Ao ouvir o tiro, o Batman se voltou furiosamente para o criminoso. O bandido tentou correr pela pequena ponte de metal que ainda unia o barco ao porto, sendo seguido furiosamente pelo homem-morcego. Porém, a tentativa de fuga não durou muito tempo, pois o criminoso gemeu e caiu assim que alcançou o fim da ponte.

O homem-morcego o alcançou no instante seguinte. O homem havia caído de bruços, e o herói cautelosamente virou seu corpo para cima. Pôde ver uma faca cravada no meio do peito do fugitivo.

Batman olhou em volta rapidamente, numa tentativa de detectar o misterioso assassino que havia dado cabo da vida de seu alvo. A escuridão no porto era quase total.

Foi então que o barco pesqueiro explodiu.

O herói foi jogado com violência para o porto. As chamas varreram suas costas e o impacto ameaçou esmagá-lo contra o solo. Pedaços de madeira e plástico foram arremessados a dezenas de metros, chocando-se contra as paredes dos galpões do cais.

Apenas a dor lembrava ao herói que ele ainda estava vivo. Com muito esforço ele voltou-se para onde antes havia o pesqueiro e pôde ver apenas os destroços em chamas. Os marinheiros deviam estar mortos, pois sem a proteção de algo semelhante ao uniforme do morcego, seria impossível escapar daquele inferno.

Maldizendo-se por ter sido pego de surpresa, Batman arrastou-se até um galpão próximo a fim de recuperar o fôlego longe de olhares curiosos que, certamente, estavam se aproximando.

Novas perguntas inundavam a mente do homem-morcego. Quem teria ordenado essa queima de arquivo? Quem era o misterioso quarto assassino? Ele podia apostar que o uso de uma faca como arma do assassinato de Lucius e da morte do criminoso desta noite não era mera coincidência.

Ele iria descobrir.

Mas com certeza não iria gostar da resposta.

Continua...







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+ comentários + 2 comentários

8 de junho de 2010 às 23:38

Caraco...
Que aventura, cara... que aventura...
Muito bom esse segundo capítulo, mais movimentado que o primeiro, sem, em nenhum momento, perder o suspense!!!
Tô louco pra vr o desenrolar da trama... estou quebrando a cabeça aqui tentado imaginar que seria o assassino!!!
Parabéns, cara!!

16 de agosto de 2010 às 15:00

Muito bom mesmo Nerão. Tenho um suspeito. Mas acho que não é ele não^^

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