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Antares #3.



Finalmente Jonathan conhece seu pai e seu avô, um está na Terra e o segundo é a consciência da armadura do Antares. Como será essa conversa?
Enquanto isso, em Svitar a situação se complica ainda mais.




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Herança. Terceira parte. Revelações.
Por João Norberto da Silva.

- Meu avô?!! Sério?

Em um aposento especial da base dos rebeldes de Svitar, Jonathan tinha um momento sozinho e acabara de descobrir que a consciência em sua armadura pertencia ao seu avô.

Naquele momento a armadura estava em sintonia com o aparelho que havia ficado com Luiza e desse modo todos estavam conseguindo se comunicar, mas permanecendo em silêncio ao ouvir com atenção a história de Antônio.

“Pouco antes do poder de Antares ser transferido para o Rodrigo, quando ele completou vinte e um anos, logo que ele havia engravidado Luiza, eu fui morto numa batalha, mas minha alma foi salva e colocada nessa armadura Usada por você Jonathan e que foi usada pelo seu pai também.

Quando chegou o momento em que o Rodrigo deveria receber o poder, eu criei um aparelho que serviria para explicar à Luiza o que eu tinha descoberto sobre esse poder, mas assim que ela ouviu sobre o que poderia acontecer com Jonathan, ela jogou o aparelho numa caixa de sapatos e nunca mais voltou a usá-lo... Desse modo não pude fazer o que estou fazendo agora, ligando a todos nós nessa conversa.”

Naquele momento Luiza se afundou no sofá, morrendo de vergonha e sem coragem de admitir que foi o medo do destino de seu filho, que a fez tentar se livrar do aparelho de comunicação, achando assim que estava protegendo Jonathan.

Tudo foi em vão.

Sentindo a aflição da mãe de seu neto, o espírito continuou seu relato.

“Não se culpe demais Luiza... No seu lugar qualquer outra pessoa racional que recebesse o tipo de informação eu eu dava, faria o mesmo... Bem, o que eu descobri não foi muito e Rodrigo não pareceu ter mais sorte que eu... Mas pelo menos, ele descobriu a missão para a qual os Antares nascem.”

Todos sentiram seus corpos se retesarem, antevendo a revelação, apenas Rodrigo, que já sabia, permanecia em silêncio, ainda se culpando por não tê-la cumprido. E ele tinha chegado muito, muito perto.

“Existe uma criatura que, segundo o que eu e o Rodrigo descobrimos, vivia em paz, antes de nosso universo ser criado, quando tudo era treva absoluta. Nós nos confrontamos algumas vezes e antes de ele destruir meu corpo, como fazem aqueles vilões dos gibis e da televisão, ele me contou sua história...

Quando se fez a luz e nosso universo nasceu ele foi tomado de uma agonia indescritível algo que o teria enlouquecido se não fosse tão forte, segundo suas palavras, eu sempre achei que ele fosse louco com certeza... Bem, ele vagou pelo recém-criado universo até que resolveu descer em um planeta para descansar... Esse planeta ainda estava nos primeiros estágios do surgimento da vida e pequenas criaturas, que lembravam macaquinhos, sem ter noção de violência ou maldade, se aproximaram do visitante.

A criatura tomou um deles em sua mão e o esmagou, sentindo uma grande satisfação ao ceifar aquela pequena vida. Em seguida ele destruiu todo aquele planeta. Tamanha foi sua satisfação e sentindo que tal ato o havia deixado mais poderoso, ele criou para si uma “missão”... Ele acredita que, se destruir todo o universo, nem que seja planeta por planeta, ele voltará a ter a paz das trevas.

Ele me contou que em suas viagens acabou encontrando um ser que rivalizava com ele em poder, a criatura deixou escapar o nome Messias, que o enfrentou e o aprisionou em um tipo de cristal negro, permanecendo assim durante milênios.

Antes de ser preso, porém, ele deixou uma “semente” dentro de um planeta e quando essa semente eclodiu, uma outra criatura nasceu e seu propósito ela localizar seu “pai” e libertá-lo.

O Antares que me antecedeu, que não tinha vínculos de sangue comigo e nenhum outro descendente, acabou morrendo quando fracassou ao tentar impedir que o “filho das trevas” libertasse seu pai, dando a própria vida no processo, para fortalecer seu criador...

Foi quando o poder me escolheu...

E essa é a nossa missão. Deter essa criatura e manter o universo à salvo.”

- E qual o nome desse monstro vô? - Antes que Jonathan recebesse uma resposta, ele ouviu passos se aproximando. - Droga... Estão vindo para cá... Vou precisar desligar...

- Jonathan! Volta para casa, por favor!

- Mãe... Você sabe que eu não posso... Segundo o vô e o pai, o poder me abandonaria caso eu me aproximasse demais da Terra... Eu não sobreviveria no espaço...

“Isso foi algo que eu descobri também... Da pior maneira... Escapei por pouco e acreditem... Ficar no vácuo sem poderes é terrível...”

- Preciso ir... Assim que puder eu chamo vocês... Te amo mãe... Andressa, se cuida tá? E cuida do nosso filho.

Desse modo abrupto a comunicação se interrompeu, deixando a família de Jonathan entregue a seus pensamentos.

- Antares? - Um dos dois soldados rebeldes que abriram a porta se dirigia para o jovem, ambos com as mesmas estranhas cores de pele e de olhos das crianças que ele salvara. - Anner-Roll, nosso líder pode recebê-lo agora.

- Certo... - Jonathan ainda tinha certa dificuldade em assimilar o fato de estar em outro planeta, conversando com seres alienígenas, sempre pensando mil vezes antes de falar algo, com receio de cometer algum erro grosseiro. - Então... Hã... Vamos?

Os corredores da base rebelde eram feitos de metal escovado, mas com tons azulados que o jovem terrestre jamais vira em sua vida, ele se perguntava se a armadura e seu avô não estavam traduzindo, além das palavras dos alienígenas, também o mundo ao seu redor, para que seus sentidos não ficassem sobrecarregados com as novas informações que chegavam a ele.

- Bem... – Cortando os pensamentos de Jonathan, uma voz carregada de autoridade falou mais alto do que o burburinho percebido, quando ele e sua escolta acabavam de chegar ao salão principal da base rebelde. – Então você é o famoso Antares.

O local era muito amplo, de cabeça Jonathan imaginava que caberia ali dentro, no mínimo, o mesmo tanto de pessoas que em um estádio de futebol, as paredes eram altas e cheias de esculturas que pareciam evocar os Svitarianos à luta, com imagens variadas dos alienígenas lutando, no que pareciam centenas de guerras diferentes. Eram realmente um povo guerreiro.

O piso parecia de uma cerâmica que emanava calor, era como andar em algo que estava vivo, o que deixou o humano mais desconcertado, por conta de tantas experiências bizarras que estava vivendo.

- Não vai responder ao nosso líder? – Um dos guardas empurrou com violência o jovem e este se segurou para não usar seus poderes, se lembrando que, do mesmo modo que na Terra ele teria de respeitar os modos de outros povos, ali não poderia ser diferente, ao menos era algo em que ele se agarrava para manter a sanidade. – E então?

- Peço desculpas pelo meu comportamento... Isso tudo é novo para mim... – Jonathan procurava ser o mais polido e educado quanto fosse possível e ao perceber a incompreensão no rosto do líder rebelde, se apressou a explicar.. – Acredito que, quando o senhor fala de um Antares famoso, deva estar se referindo a meu pai... Ou talvez ao meu avô...

- Hum... – O líder Svitariano cofiou a longa barba azulada, parecendo digerir pouco a pouco a verdade que lhe fora dita, antes de voltar a falar. - Claro... Claro... Um novo Antares... Sim... Bem... É uma informação importante e necessitaremos de algum debate ante de colocá-lo à par dos acontecimentos em Svitar... - Anner-Roll levantou de sua poltrona e se aproximou do jovem terráqueo, trazendo uma caixa nas mãos. - Até lá continue descansando em nossos aposentos e use isto, por favor.

Ao abrir a caixa Jonathan pôde ver o que pareciam belos braceletes ornamentados com jóias, cujo brilho e cores ele nunca vira antes. Com receio de ofender algum costume daquele planeta ele logo colocou os adereços.

E se arrependeu no mesmo instante.

Foi como se ele recebesse uma descarga elétrica muito forte, fazendo com que ele acabasse caindo de joelhos, sem forças até para se falar, quanto mais se levantar.

- Pai! - Era Thar-Tae quem surgia do meio da multidão de guerreiro, que estavam no salão, sendo segura pelo líder rebelde. - Ele nos salvou!!

- Ele acabou de afirmar que não é o Antares do qual nós ouvimos falar... Talvez seja mais uma das experiências bizarras de Quarin... Ele permanecerá em detenção até determinarmos se ele é mesmo quem diz ser... E usará as algemas sinápticas até segunda ordem... Está decidido.

- Mas.. Eu... - Jonathan ainda tentou argumentar, mas não teve forçar e logo se viu sendo arrastado pelos guardas, levado até um novo aposento, este lembrando muito mais uma cela de prisão. - Vô? - Ao se ver sozinho ele tentou, com muita dificuldade, se comunicar com Antônio, mas logo percebeu que estava sozinho. - Merda...

De volta ao salão, Thar-Tae continuava a questionar seu pai.

- Mesmo que você desconfie dele, não o viu lutando por nós! Ele nem sequer fazia ideia de quem éramos! E ainda poupou os soldados da tirana!

- Mais um sinal de quem talvez ele seja um espião... Por que deixar inimigos vivos? Por favor, filha... Deixe-me a sós com o conselho... Sua irmã mais velha parece que trouxe novas e perturbadoras notícias...

Os pesados portões se fecharam com estrondo diante da garota, que ainda permaneceu em frente aos mesmos, mantendo sua feição emburrada e tentando ouvir, inutilmente, o que os líderes da rebelião discutiam.

Ela se afastou bruscamente, tentando chegar até Antares, mas foi impedida pelos guardas, que haviam recebido ordens expressas e específicas para que ninguém se aproximasse do prisioneiro, principalmente a jovem princesa.

- Maldição!!! - Thar-Tae começou a caminhar na direção da sala do conselho, disposta a chutar a mesma até que abrissem, mas quando se aproximou viu que a reunião acabara e todos saíam com rostos abatidos. Ela viu sua irmã e correu para a mesma. - Mana!

Uma bela Svitariana, de corpo bem definido, cabelos curtos e vermelhos, trajando uma armadura de combate, se virou ao ouvir a voz conhecida soando às suas costas, colocando as mãos na cintura numa pose de provocação.

- Ora, se não é a encrenqueira da “Thar-Tarinha”...

- Não me chame assim Ashira-Rey... “Poderosa Ashirazita”...

Após as provocações infantis e amigáveis, ambas trocaram um longo abraço, mais longo do que a irmã mais jovem esperava.

- Ashira... Qual o problema? Por que todos estão tão sérios?

- A tirana... Resolveu lançar um ataque em larga escala contra a cidadela de Ariur...

- Não! E o tratado de não agressão? Eles haviam prometido!

- Parece que os pilotos que sobreviveram ao confronto de hoje disseram que temos um novo e poderoso aliado... Por isso a tirana está considerando que o tratado foi rompido por nós...

- Mas ele nem nos conhecia!!! Nos salvou apenas por que viu a covardia dos soldados!!! Agora o papai vai libertá-lo não é? Isso é prova da inocência dele e...

- Não. Papai ainda não se convenceu de que ele não é um espião... De repente isso tudo pode ter sido um plano da tirana para ter uma desculpa para retomar as invasões...

- Mas mana... - Lágrimas começavam a brotar dos olhos da jovem. - O que vocês vão fazer então?

- Estamos reunindo todas as nossas forças. Iremos imediatamente para a linha de frente de Ariur...

- Mas... Mas... Eles vão atacar com todas suas forças! Não não podemos fazer frente a eles...

- Sim... Ainda assim espero que possamos derrotá-los... Papai conseguiu pedir ajuda ao planeta Xandarius e eles disseram que enviariam seu campeão para nos ajudar... Agora só nos resta torcer para que ele chegue a tempo...

- Ashira... E-eu...

- Ssshhh... - A guerreira tomou sua irmã num terno abraço, percebendo que o ombro de sua armadura ficava molhado pelas lágrimas da mesma. - Vai dar tudo certo irmãzinha... Vai dar tudo certo.

Horas depois a jovem Thar-Tae acompanhava, do alto de uma torre, a partida dos exércitos rebeldes, mas logo uma expressão determinada tomou conta de seu rosto e ela saiu da janela onde se encontrava.

- Aonde você vai Thar? - Uma das crianças que acompanhavam a jovem e que também fora salva pelo Antares, encontrava com a jovem princesa, aparentemente surpreendendo-a. - O que vai fazer?

- O que for necessário Yaree!

E então Thar-Tae deixou a criança para trás, seguindo com passos firmes, pretendendo chegar a seu destino o mais rápido possível.

A pequena Yaree demorou apenas poucos segundos até decidir seguir a amiga.

XXX

- Como assim “vou embora”?

- É exatamente o que eu disse... Nem pensa em tentar me convencer do contrário, por que a senhora fez o mesmo...

Na porta do prédio de Luiza, a mãe de Jonathan tentava, em vão, convencer Andressa a ficar com eles até o próximo comunicado do jovem.

- Isso tudo é loucura... Não quero mesmo isso nem para mim e nem pro meu filho... Entendo agora a senhora e as preocupações que fizeram a senhora tratar mal as namoradas do Jonathan, mas não posso ser arrastada pruma loucura dessas! Não vou criar o meu filho tendo que explicar que o pai está em outro planeta ou mesmo mentindo sempre... Não vou fazer isso!

- Pensa bem garota... Eu fiz o mesmo olha o que aconteceu!

- Eu... - Aquela frase fez Andressa titubear um pouco, mas apenas por um momento fugidio. - Eu confio no Jon... Sei que ele vai resolver esse negócio para evitar que nosso filho passe pelo mesmo que ele... Mas ainda assim... - Agora a garota virava o rosto para que a outra não visse suas lágrimas. - Não sou tão forte prá aguentar essa situação...

Dizendo isso Andressa desceu os últimos degraus que a separavam da rua e, com os primeiros raios de Sol atingindo sua pele, ela sumiu num mundo que estava prestes a sofrer grandes mudanças.

Antes que Luiza voltasse para a entrada do prédio viu que Rodrigo, pai de seu filho, vinha saindo, nas mãos uma caixa familiar.

- E para onde você pensa que está levando isso?

- Ora... Eu imaginava que você não ia querer que eu ficasse... Portanto estou levando o comunicador do meu pai... Tô pensando em achar minha mãe e...

- Mas nem pensar! - A mulher cruzava os braços com uma expressão dura na face. - Eu posso falar com meu filho graças a essa... Essa coisa... Portanto nem ferrando que você vai levá-la prá longe de mim!

- Mas eu preciso ir embora... E não irei sem isso, afinal é a consciência do meu pai que está falando conosco... É como se fosse a alma dele.

Os dois permaneceram parados, escolhendo as palavras e de repente era como se o tempo voltasse, ambos se lembrando do amor que os unia e que parecia eterno.

De repente voltaram à realidade e toda a situação bizarra em que estavam envolvidos voltou a erguer um muro entre eles, mas ainda assim, após um longo suspiro, Luiza quebrou o silêncio:

- Não tem jeito... Enquanto você tiver esse negócio vai ficar na minha casa... Vamos entrar que eu tenho o telefone da sua mãe em algum lugar. Você pode falar com ela, mas nem em sonho vai afastar de mim o único jeito de eu falar com o meu filho.

Os dois voltaram para o apartamento de Luiza a tempo de ver uma notícia urgente na televisão, que os deixou totalmente pasmados.

XXX

Muitos anos luz do planeta Svitar, uma criatura de enorme poder parou de repente de avançar em seu voo, levando as duas mãos à cabeça, sentindo a costumeira dor da comunicação mental e percebendo que apenas uma criatura seria capaz de tal ato.

“Então... Você o encontrou?”

A voz de seu mestre ecoava pela escuridão do espaço. O servo se encolheu de dor por causa do contato mental violento, mas seu sorriso em nada diminuiu e ele abriu sua boca, respondendo em silêncio devido ao vácuo espacial.

“Sim mestre... A assinatura energética é praticamente igual à do vosso velho oponente... Apenas um pouco mais fraco... Ele parece estar a uma galáxia apenas de distância... Em breve chegarei e então eu irei matar o Antares...”

Enquanto respondia mentalmente ele abria e fechava a boca, como se isso ajudasse a se concentrar na conversa telepática que travava com seu mestre.

“Definitivamente.”

“Sim... Definitivamente”. E então o servo voltou a fechar a boca, se preparando para seguir ainda mais rápido para seu objetivo.

Em breve ele chegaria ao planeta Svitar, onde, naquele mesmo momento o jovem Jonathan enfrentava sérias dificuldades para sequer fixar o pensamento.

As algemas sinápticas, que estavam ao redor de seus pulsos, impossibilitavam que ele conseguisse manter a atenção, o que acaba impedindo-o até de se comunicar com Antônio, que aparentemente também fora afetado.

Exatamente por isso o jovem mal ergueu a cabeça ou ouvir sons abafados de uma luta do lado de fora da cela, seguidos de gemidos abafados e do inconfundível barulho de corpos caindo no chão.

Jonathan fez muito esforço para olhar na direção da porta que se abria e um sorriso torto se formou em seu rosto ao perceber que era alguém de pele roxa que estava se aproximando, até mesmo a atual situação, de estar em outro planeta, parecia ter se dissipado em sua mente naquele momento.

O Svitariano se aproximou, ergueu as mãos do prisioneiro e após mexer um pouco nas algemas as mesmas se abriram causando um brilho súbito e violento durante a retomada da consciência de Jonathan.

Poucos e dolorosos minutos depois, o rapaz se erguia, estendendo um de seus punhos contra o alienígena à sua frente, fazendo surgir e brilhar a estrela nas costas de sua mão.

- Desgraçado... Não vai me pegar de novo!!!

- Não!!!! – Uma criança surgia por detrás do homem que Antares reconheceu estar se trajando como um dos guardas que o haviam prendido. – Ele é meu pai!!!

- Eu... – “Vovô? Você está aí?” Antares ainda tentava se recuperar e falar com Antônio, em busca de ajuda e conselhos sobre como agir, até que finalmente pareceu reconhecer uma das crianças que ele tinha salvado a pouco tempo. – seu pai? E você é?

- Meu nome é Yaree! – A pequena se ergueu na ponta dos pés querendo parecer mais alta e imponente. – O senhor precisa salvar ela!!!

- Eu tenho é que sair daqui isso sim... Como eu vou saber que isso não é uma armadilha? De repente vocês estão só esperando para me matar...

A frase do jovem foi interrompida quando a criança começou a chorar alto, sendo amparada pelo guarda que a pegou no colo.

- Meu nome é Gar-Lan... Ela é minha filha e quando me pediu para libertá-lo não pensei duas vezes... Ela sempre sorri quando fala do modo como você a salvou e chorava sabendo que acabaríamos perdendo a guerra caso não nos ajudasse... E-eu não podia deixá-la ficar triste... Você imagina isso?

“Eu tô grávida...” A frase que Andressa havia dito voltou como um soco na cabeça do jovem terrestre.

- Eu... – Jonathan ia começar uma frase, mas foi interrompido por Yaree, que se voltava para ele, os olhinhos ainda cheios de lágrimas.

- Por favor... Salva ela...

- Salvar quem? - Ele se voltou para o pai da menina. - De quem ela está falando?

- Nosso líder partiu para uma batalha perdida, ao norte daqui, na cidadela de Ariur... Só ficaram mesmo alguns mais velhos, como eu...

- Ela foi ajudar a irmã! – Agora a criança interrompia o pai. - Mas pode acabar morrendo!!!

- Mas, afinal de contas, de quem ela está falando? – Jonathan ainda se voltava para o guarda à sua frente, tentando ganhar tempo para pensar.

- A irmã mais nova de nossa princesa guerreira... Thar-Tae... Yaree disse que a viu subindo numa nave e seguindo rumo à batalha...

“Acho que estão se referindo à jovem que você salvou, junto com as crianças...”

“Ah! Está de volta?”

“Sim... Aquela algema tem um coice e tanto... Mas e então, o que você vai fazer?”

“Sinceramente? Não faço idéia...”

“E ninguém te culparia, mas você vai poder olhar seu reflexo depois? Sabendo que podia ter salvo aquela jovem e não o fez? A vida de um herói é cheia de escolhas difíceis meu jovem... Um das minhas foi me manter vivo dentro dessa armadura, quando poderia ter aceito a paz da morte... Agora é a sua vez...”

- E então?!! – A pequena Yaree arregalava seus olhinhos no máximo, uma última lágrima escorrendo pela sua face. – Você vai salvar ela?

- Eu...

Continua.
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