Depois de cumprirem a missão, Roy e Jade tem de resolver suas questões pessoais. MAs ao retornarem ao Qurac, terão de encarar um demõnio criado em laboratório.
Titãs #7
Rosas e Espinhos - Parte 3
Por Black Raven
Qurac
O Dr. Bright termina os ajustes da câmara que será usada para levar sua mais nova cria, o “Manticore” até os olhos dos curiosos senhores das armas e das drogas que se reunirão na noite do dia de amanhã. Escoltado por dois homens, ele tranca todas as portas do laboratório e coloca alguns papéis com suas anotações no bolso de seu jaleco branco. Os três homens seguem a rua, indo em direção ao veículo. Um ruido. Um dos homens olha para trás, e se dá conta de que o outro capanga não estava mais alí.
- Corra para o carro Dr. Bright. – nem bem termina de falar, quando o homem sente o gosto adocicado do sangue que cai dos céus, vindo da garganta cortada de seu parceiro, pendurado no fio do poste o qual eles haviam acabado de cruzar. Ele olha para cima e, vendo o corpo pendurado, saca a metralhadora, e começa a atirar a esmo para cima dos telhados dos prédios ao lado, enquanto o Dr. Bright tenta entrar no carro.
Uma sinistra figura de cabelos grisalhos e barba branca toca o ombro do homem por trás, assustando-o. Este dá um salto e se vira.
- Em quem está atirando, Saddam?? Que eu saiba, não tem ninguém lá em cima. Quem matou o seu amigo não está lá.
- Oo....oque?? Quem é você?
- Oras... não sabe que sou? Fiquei ofendido agora. Pergunte ao seu parceiro, que ele te conta direitinho... no inferno!! – Com um reflexo rápido, o misterioso homem derruba o capanga no chão e aponta uma arma para sua cabeça.
- Não, por favor... não me mate..!
- Aê, Saddam, pode ir rezando pro Alá, que dessa vez, você não escapa. Vai dizendo aí, onde está o Rustam.
- Não posso dizer.. senão ele me mata... por favor...
- Tomara que tenha feito as pazes com todas as almas das pessoas que você matou, ô Saddam... Sua hora chegou. Você acha que Rustam vai te matar se me contar o que eu quero saber? É.. realmente você não me conhece. Minha fama não deve ter chegado nesse fim de mundo aqui. Vai dizer, ou não?
- Por favor, não posso.
O barulho do disparo faz gelar a espinha do Dr. Bright, que está se xingando por não ter pedido a chave do veículo ao capanga antes de tentar abrí-lo.
- Muito bem, Dr. Bright, é um prazer reencontrá-lo depois de.. quanto... dez anos?
- Você?
- Vejo que os ratos do Cadmus ainda estão no mesmo lugar, depois de todos esses anos. Vai ser um prazer para mim eliminá-los um por um... Mas este trabalho custa muito dinheiro. Só estou matando quem me prejudicou. E você está na lista, meu bom doutor.
- Não... eu ajudei você... fiz você se tornar o homem que é hoje.
- Vocês tentaram me matar.
- Você tinha perdido o controle... estava louco...
- Louco, eu? Você ainda não viu nada. Vocês tiraram o Dr. Norton do projeto, sabendo que eu precisava de uma última dose, e mesmo assim me mandaram para aquela maldita missão. Foi proposital. Era pra eu ter morrido lá. Agora sei que é tudo culpa sua. Você sabotou as pesquisas do Norton, me privando da plenitude do projeto. Sorte minha ter conseguido localizar Norton na Rússia. Mas já falei demais. Tenha bons sonhos , doutor.
O Eco que o tiro faz no beco desperta todos os cães da ruas, que logo iniciam um latir sem fim.
*****T*****
Kwait
Os carregadores do hotel retiram as malas de Roy e Jade logo cedo, levando tudo até o carro.
Roy parece ignorar a garota, que fica pensativa, achando que o rapaz não lhe quer mais. Que os planos falados na tarde anterior tinha sido em vão, apenas um sonho passageiro.
- Aquilo foi preciso, Roy.
- Aquilo foi nojento. E tem mais. Era pra matar o velho. Não cumprimos a missão, e Rustam vai é me matar.
- Eu o matei. O homem está morto.
- Não diga bobagens! Eu vi o Abdul indo tomar café no hotel. - Roy parece irritar-se com a garota, que chora ao seu lado.
- Você realmente me impressionou esta noite, Jade. Muito obrigado por me mostrar quem é na verdade, antes de eu fazer uma grande besteira.
Jade chora enquanto o carro segue até a pista de pouso.
No hotel, Abdul chega sorridente até o restaurante. Ele teve uma noite inesquecível, embora tenha ficado com uma ou outra marquinha de unhas em suas costas. Como pretende ficar no hotel por mais alguns dias, ele acha que irá cicatrizar logo, e que sua esposa sequer irá notar. Ele pega um copo de leite e começa a beber.
Subitamente, suas pupilas dilatam. Seu coração começa a bater mais rápido.
Abdul Rahman caiu ao chão, e rapidamente as pessoas correm ao seu auxílio.
Os médicos atestam hora-mortis ás 8:15 da manhã. Motivo; Infarto fulminante.
*****T*****
A caminho do Qurac
- Você oquê??
- Uma nova técnica que desenvolvi. Uma mistura de ervas e produtos químicos, que ficam alojados nos esmaltes das minhas unhas. Elas atingem a corrente sangüínea do indivíduo, levando-o a morte em algumas horas... ou até mesmo dias. - Jade pega um frasco do que parece ser esmalte, de coloração esverdeada, ela passa um pouco em seu dedo indicador para demonstrar ao Roy.
- Então, você não precisava transar com ele.
- Se estamos na chuva, então, é pra se molhar, Roy.
- Sua... vaca.
- Oque?? Roy, não fale assim comigo... você sabe que sou sua...
- Sei... minha e do resto daqueles terroristas todos?
- Pára, Roy... não me insulte...
- Então, se dê o respeito... você não passa de uma piranha...
- SPLAT!!
Um tapa. Foi só o que foi preciso para que Roy simplesmente saltasse de seu assento no avião indo pra cima de Jade. Os dois se beijam. Durante o beijo, Jade crava a unha banhada com o esmalte no braço esquerdo de Roy.
- Eiii!!! Sua... sua vagabunda.. está querendo me ver morto?
- Calminha Roy, o veneno tem um antídoto. Se continuar me ofendendo, juro que te arranho de novo.
- Tudo bem. Me passa logo o antídoto.
Instintivamente, Jade beija o Roy novamente. Ele se assusta e a empurra para o lado.
- O que foi agora, Roy?
- Pára de brincadeira, garota. Cadê o antídoto?
Jade Nguyen sorri. Em seguida, lambe os próprios lábios estalando a língua logo depois.
As sobrancelhas de Roy se curvam, dando impressão de estar ficando nervoso.
- Calma, meu bem. Você está duplamente imune aos meus venenos.
- Mas.. como??
- Os beijos, Roy. O antídoto está em meu batom.
- Uau ... bom, então pretendo estar sempre imune aos seus venenos.
- Vai com calma, apressadinho... alguns dos meus batons tem o efeito contrário... e podem te matar em poucos minutos.
- Ah, mas você vai me avisar quando estiver com o batom assassino... não vai??
Os dois se olham por alguns segundos, até que o próprio Roy cai na risada.
Logo, o avião chega novamente ao Qurac, onde são recepcionados por Rustam em um luxuoso carro.
- Sejam bem vindos á minha terra novamente, amigos.
Ele caminha em direção á Jade, fixado nos olhos verdes da morena.
- Minha querida, você esteve excelente na missão.- Rustam a agarra e a beija.
Roy morre cada vez mais por dentro.
- Parabéns, garoto, cumpriu bem seu papel.
“Papel de idiota”, Roy pensa.
- Foi um prazer, senhor. Só lamento não ter trazido com a gente o dinheiro que deviam para o senhor.
- Acha mesmo que eu ligo para o dinheiro, meu jovem? Não, não... quem mexe com Rustam paga com a vida. Mas vamos logo para a casa. O Presidente Marlo irá dar uma festa. É uma pena o Dr. Bright não estar mais vivo para ver sua obra completa.
- Hmmm... uma festa, querido? Será que é pra mim?
- Não seja tola, Jade... Porque alguém faria uma festa pra você.? Por favor, não seja insolente....
Rustam move a cabeça negativamente, desaprovando o comentário da garota.
- Oque aconteceu com o Dr. Bright?
- Foi morto ontem a noite, junto com dois dos meus homens.
- Quem o matou?
- Não sabemos. O puto não deixou pistas.
Roy respira aliviado ao saber que um de seus alvos fora assassinado na noite anterior.
- Vamos Roy. Tenho de lhe mostrar algumas coisinhas, que ainda não viu, em nossos laboratórios. Já ouviu falar em “Manticore”?
- Infelizmente não, senhor...
Roy olha para trás, deixando para trás uma Jade cabisbaixa, e aparentemente triste com o que acabara de ouvir.
*****T*****
Alojamento do Jihad.
- E então, Roy, como foram as coisas no Kwait? –Indaga um Ravan todo curioso pelos fatos que podem ou não ter acontecido.
- Sai pra lá, cara. Não te devo nenhuma informação.
- Ah, vá... fala a verdade... você tá louquinho pela Jade...
- Fica quieto, meu... posso morrer se alguém ouvir isso...
- Tranqüilo, mas me fala, rolou ou não rolou??
- Cara, você é insistente, mesmo, hein..?? Boom, rolou uns beijinhos..
- ....taqueupariu!!! Você tá catando a garota do chefe??!!???Cuidado, cara, você pode acordar sem suas “armas”, hein..???
Roy salta no pescoço do amigo, e rapidamente os dois começam uma nova seqüência de treinamentos.
De longe, Jade assiste á luta entre os dois jovens.
*****T*****
Laboratório do Dr.Bright
-Pois bem, senhores, como andam as coisas? Manticore está realmente finalizado?
- Senhor Rustam, Manticore será o primeiro de muitos que virão. Uma nova era ilumina nossa nação. Os americanos vão tremer ao saber da novidade.
- Conto com vocês para darem os retoques finais. Façam jus ao trabalho que o Dr. Bright deixou.Quero que isso fique em segredo, por enquanto. Manticore será apresentado ao presidente esta noite. Todos os poderosos do Qurac estarão presentes na festa. Quero que fiquem todos impressionados.
- Pois ficarão, senhor Rustam. – Um dos cientisatas retira as cortinas que cobriam o tanque experimental onde estava o “Manticore”
- Deus do céu..! – Os olhos de Rustam pareciam saltar para fora ao ver em sua frente o resultado das pesquisar o qual ele ajudou na evolução, roubando equipamentos e material genético no ocidente.
*****T*****
Casarão Presidencial.
Rustam chega com um carro moderníssimo, com seus homens de confiança, Roy, Jade e Ravan.
Ele pergunta a alguns homens sobre o presidente Marlo, e é avisado que Marlo ainda não havia chegado á festa.
Eles adentram ao recinto. A casa estava cheia. Os homens mais poderosos do Oriente Médio, todos juntos num só local. Prato cheio para um atentado. Por todos os lados, bebidas e mulheres, a diversão estava garantida. Roy e Ravan, como lobos famintos, correm em direção á mesa e pegam alguns petiscos. Jade segura uma taça de champanhe.
Assim que Rustam entra, até a música pára. Rustam é um dos mais respeitados homens de “negócios” do local. Todos os outros presentes alí, de uma forma ou de outra, devem algo a ele. Seja dinheiro, sejam favores. Portanto é aconselhável puxar o saco do homem e levar a dívida com a barriga. Rustam parece ser até mais importante que o próprio Presidente Marlo. Com um aceno de mão, logo ouvimos o retorno da música, e as belas mulheres voltam á sua dança sensual.
Nos fundos do casarão, um meia dúzia de homens, talvez profissionais ligados aos experimentos do Dr. Bright estão fazendo os últimos ajustes da câmara que irá transportar “Manticore” até o público presente na festa.
Os festejos prosseguem, quando o Presidente Marlo finalmente comparece.
- Boa noite a todos. Aproveitem a festa. Tenho certeza que hoje será o começo de uma nova era para o oriente. - Todos os presentes aplaudem.
Marlo caminha em direção á Rustam e o cumprimenta.
- Senhor Presidente, onde o senhor estava?
- Você é doente, Rustam? Porque não foi ao enterro de Bright?
- Não vou a enterros de ratos traidores. Que honra tem um homem que trai seu próprio país a troco de dinheiro e reconhecimento?
- Conversaremos sobre isso depois, Rustam. – Marlo interrompe a conversa ao se interessar em uma garota com trajes típicos se esfregando em suas costas. Em seguida ele se afasta de Rustam abraçado com duas mulheres, e dá uma olhada para trás. – E obrigado, Rustam, por ter trazido as suas garotas do bordel.
- Porco. Quero ver este sorrisinho quando eu tomar o poder desse paísinho de merda, com a ajuda dos meus metas. Mas fico preocupado agora, que não tenho mais Bright para desenvolver novos soldados. Mas nada que meu dinheiro não possa conseguir nos Estados Unidos.
Roy está a procura de Jade. Ele a perdeu de vista a alguns minutos. Ele vasculha cada sala do primeiro andar, e na a encontra. Sem ser visto, ele sobe a escadaria que leva até os qua Presidente Marlo. Ao entrar, ele fica estarrecido com a cena que vê.
- Jade!!
Jade está sentada na cadeira do presidente, sangrando pelas narinas por sobre papéis que estariam esperando pelas assinaturas de Marlo sobre a mesa.
- Você tá cheirando essa droga de novo!! Quer morrer?
Ele corre até o toalete do gabinete e pega algumas toalhas, limpando a sujeira que Jade havia feito.
- Quer? – Jade o surpreende, oferecendo um pouco do pó.
Roy dá um tapa em sua mão e a leva até o banheiro. Ele despe a garota e a coloca embaixo do chuveiro. Nisso ele ouve um barulho. Alguém entrou no gabinete do presidente.
- Ravan? Porra, cara, que susto?
- Ei, ei, ei.. que fetiche é essse cara? Você e Jade.. no gabinete do presidente?
- Calaboca, que não é nada disso!! A Jade estava se drogando... botei ela no chuveiro. Dá uma olhada nos outros quartos pra mim, e arruma uns vestidos, que a roupa dela tá toda suja. Não vai dar pra pôr de volta e descer pra festa.
Rapidamente Ravan retorna com dois ou três vestidos em mãos, e coloca em cima da mesa.
- Roy! Tá aqui os vestidos!
- Valeu, mermão. Daqui a pouco a gente desce.
- Porque não vem comigo, Roy?? Jade gesticula embaixo do chuveiro, fazendo poses obscenas para Roy.
- Desculpa, mas não é hora pra isso. Vamos logo, sai daí e se enxuga, que a gente precisa descer.
O Presidente Marlo acaba de anunciar a apresentação de “Manticore”, o primeiro soldado geneticamente modificado nascido no oriente, quando Roy e Jade descem as escadas.
- Por favor, homens, tragam a câmara.
Vários homens surgem empurrando um câmara que caminha sobre uma esteira. Eles aprontam alguns fios enquanto Marlo se aproxima.
- É uma honra para mim compartilhar a evolução com vocês, meus amigos e companheiros de negócios. Senhoras e senhores, apresento-lhes... MANTICORE!!!!!
A pequena cortina cai, dando lugar a uma visão que muitos ali jamais esquecerão. Outros provavelmente não dormirão esta noite. Os mais fracos vomitam em cima dos tapetes persas do casarão presidencial.
Atrás dos vidros da câmara, uma criatura bizarra de pele avermelhada cerra os dentes enquanto olha para as pessoas. Portando vasta cabeleira loira, a grotesca criatura começa a golpear o vidro, causando um inicio de pânico nas pessoas ali presentes.
- Tenham calma, amigos. É totalmente seguro. – Marlo tenta acalmar os ânimos das pessoas afim de evitar um tumulto. – Seus idiotas. Tem certeza de que não é perigoso? – Marlo sussurra em direção aos seus cientistas, aparentemente mais assustados que os presentes.
- Sedamos Manticore, senhor, mas parece que seu metabolismo trabalha de forma mais acelerada que o normal.
- Droga, porque o Dr. Bright foi morrer antes dessa apresentação... isso pode ser uma catástrofe...
Roy, Jade e Ravan olham para a criatura, e não conseguem aceitar que aquilo um dia foi um ser humano.
Manticore continua golpeando o vidros, que já demonstram sinais de rachaduras. Vários homens armados já se encontram de prontidão ao redor da câmara.
- Senhor, é melhor evacuar o prédio.- Avisa um dos cientistas.
- Mas é claro que não, seu imbecil.. isso arruinaria as negociações e...
CRASH... vidros espalham-se por todos os lados enquanto a multidão tenta achar algum lugar para se esconder.
- Santo deus....
As poderosas garras de Manticore fatiam todos os corpos que seus enormes braços conseguem alcançar. Sua longa cauda golpeia as pernas das pessoas, derrubando-as no chão, onde são desmembrados sem nenhum remorso. Em questão de segundos, uma fileira de corpos dilacerados se forma no pátio do casarão.
Enquanto se alimenta da carne de um dos convidados da festa, Manticore volta seus olhos em direção a Rustam...
CONTINUA...
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