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Invasores 2099 #5. Tecendo teias.

Conheça a versão suprema de Miguel O'Hara, o Homem-Aranha 2099. Não um cientista, mas na verdade um clone, parte de uma milícia criada pelos Skrulls, cujo idealizador foi um homem que se vendeu para os alienígenas no começo da ocupação da Terra. Quem foi ele? Norman Osborn!



O passado distante.

Em 2012 a humanidade quase foi extinta, devido a um grande cataclisma mundial que foi impedido somente quando todos os superseres do planeta, heróis e vilões, uniram forças diante de uma ameaça que não podiam enfrentar sozinhos.

O que poderia ter sido o início de uma nova era de paz logo se tornou o pior pesadelo da humanidade.

Skrulls, Shiar’s, Krees, Espectros, Ninhada, Falange e Badoons.

Uma coalizão dessas raças invadiu o planeta e em pouco mais de um ano a humanidade foi derrotada.

Na sequencia uma grande colonização teve início, com cada raça recebendo uma área do planeta para controlar conforme sua vontade.

Tem sido assim a quase cem anos.

O presente.

No ano 2099 vários focos de resistência têm surgido ao redor do planeta, ao mesmo tempo em que os atuais senhores do mundo enfrentam uma situação inusitada, tendo perdido contato com seus impérios estelares, deixando-os vulneráveis a um ataque dos rebeldes.

Finalmente a ofensiva de retomada da Terra começou.


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Tecendo teias.
Por João Norberto da Silva.

O passado distante, no ano de 2014, salão principal do Edifício Baxter, que viria a abrigar a família imperial Skrull pelos próximos cem anos.

- Realmente foi uma ótima escolha do destino... - Imperador Daylorr, avô do Imperador Dorreck, abria os braços, como que para mostrar toda a sua empolgação. - Nos coube exatamente a melhor porção do mundo... Coitados dos Badoons... Hahahahahahaha!!!

- Vossa excelência realmente fez uma boa escolha, principalmente por que todos os nossos aliados pensaram que esse país acabaria todo destruído pelos superseres que aqui viviam...

- Há!!! Em nenhum momento eu tive dúvidas que nós os esmagaríamos rapidamente e sem grandes destruições, afinal, eles haviam acabado de salvar essa bola de lama... Estavam muito enfraquecidos...

Nesse momento um grupo de guardiões Skrulls recebia permissão para se aproximar do imperador.

- Lorde Daylorr, nós estamos com alguns dos objetos recolhidos dos inimigos caídos... Aguardamos suas ordens sobre o destino deles...

O imperador se aproximou de algumas caixas de metal, removendo as tampas das mesmas e esticando a mão para dentro de uma delas.

- Magnífico... - O Skrull erguia diante do seu rosto um escudo, estampado com uma estrela num centro azul e listras brancas e vermelhas ao redor. - E pensar que o humano desgraçado que empunhou essa arma nos deu tanta dor de cabeça... E o que temos aqui?

Ele se aproximou de outra caixa e retirou a tampa dessa, arregalando os olhos dessa vez, mostrando toda a sua surpresa.

- Então... Conseguiram mover isso? Criativo... Pegaram o chão onde ele caiu não é? Muito criativo mesmo...

- Obrigado vossa excelência... Nós vivemos para servir o grande Imperador Daylorr e...

- Sim, sim, sim... Agora sumam daqui e guardem esses itens em lugares seguros... Não quero outros humanos encontrando-os e resolvendo reviver o nome desses idiotas... Símbolos e mártires são os mais difíceis de apagar...

- Sim meu lorde! – o grupo de cientista saudou o imperador ao mesmo tempo, saindo da nova sala do trono o mais rápido que podiam.

- O que mais temos para hoje? Estou realmente cansado...

- Uma entrevista com um humano vossa excelência...

- Um humano? O que um desses fedorentos poderia ter feito para ganhar a dádiva de estar no mesmo recinto que eu?

- Eu e outros conselheiros achamos interessante a proposta que ele nos apresentou... É algo que pode nos economizar tempo e pessoal para o término da conquista desse continente... - Vendo que seu líder ficava em um silêncio contemplativo, o alto-conselheiro resolveu se arriscar. – Devo levá-lo de volta vossa excelência?

- Hum? Desculpe... Estava decidindo onde o trono ficará melhor... Mande esse humanozinho entrar... Terminemos isso o mais rápido possível.

- Sim senhor...

O conselheiro se afastou cheio de mesuras e logo voltava trazendo por uma corrente um humano, que tinha certa dificuldade em acompanhá-lo e respirar por causa do grilhão ao redor de seu pescoço.

- Lorde Daylorr... O humano chamado... – Ele se voltou rapidamente para seu prisioneiro, baixando o tom de voz. – Como é mesmo?

- Eu sou... Gasp... Maldita coleira... Eu sou Norman Osborn, vossa majestade... – O prisioneiro se desvencilhou de seu captor e só não chegou mais perto do imperador, pois os guardas foram mais rápidos, barrando seu caminho. - E se me conceder alguns minutos posso oferecer algo que o ajudará e muito.

Com um movimento de mão do Imperador, os guardas se afastaram, dando espaço para o humano acorrentado. Norman empertigou-se, arrumou os trapos que vestia como se estivesse trajando um terno caríssimo e se colocou a fazer a sua oferta.

- Um exército de superseres... – O humano deixou as palavras no ar, forçando a reação que ele queria: A atenção total de todos os presentes. – Quando percebi que a derrota da Terra era inevitável, ofereci abrigo em um Bunker, cuja localização apenas eu sei, a alguns dos maiores e mais questionáveis cientistas do mundo... Todos especialistas em ciências consideradas proibidas em nosso mundo, mas que pode ser de grande auxílio a vossa majestade...

- Ainda não me convenceu... - O nojo da palavra seguinte foi ignorado por Osborn, ele não podia se dar ao luxo de um rompante de raiva. - Humano...

- Oh, bem... Imagino que as fileiras dos bravos guerreiros Skrulls devem estar um pouco enfraquecidas, talvez venha a ser difícil manter sob controle os humanos que restaram... - O olhar impaciente do Imperador foi o suficiente para Osborn acelerar seu discurso, indo direto ao ponto. - E se eu puder oferecer um exército de seres dotados de poderes únicos, totalmente obedientes, clonados de um dos abjetos “heróis” que se levantaram contra a colonização?

- Hum... - O Imperador se aproximou do humano e ele mesmo retirou os grilhões de Osborn, passando um braço por cima dos ombros deste e o levando para a sala de jantar do edifício Baxter. - Venha pequeno humano... Você ganhou mais alguns minutos de vida... Agora quero detalhes dos seus planos...

Foi assim que o criminoso Norman Osborn se tornou o empresário Norman Osborn, dono da Oscorp, o nome mais importante nos ramos bélico e genético no novo mundo.

XXX

O presente. 2099.

“Eu sinto as correntes rasgando minha carne enquanto tento, inutilmente, me libertar pela centésima vez... E mais uma vez não consigo...

É nesse momento que eu vejo ele entrando... O desgraçado está vestindo um terno elegantíssimo, sapatos que devem ser de couro, suas roupas não escondem o físico invejável, ainda mais quando todos nós humanos estamos afundados na merda, dá prá ver que o desgraçado do Osborn tá sendo bem tratado pelos seus donos...

Ele pode se enganar, mas a verdade é que ele não passa de um cachorro bem cuidado...

- Então... Nenhuma gracinha senhor Parker? Ah... O dia de hoje supera em muito quando eu descobri quem era você e matei pessoalmente cada um dos seus entes familiares na sua frente... Hoje finalmente meus rapazes estão prontos para fazer o primeiro clone... Oa... Não adianta tentar me alcançar... Essas algemas, além de pesadas, mantêm seus poderes desativados...

O desgraçado está certo... Nunca me senti tão indefeso e com tanto ódio... Chega a queimar no meu peito, mas logo ele mostra algo, algo que ele estava mantendo escondido...

- Ah! Viu que beleza são essas facas Skrulls? Melhor que as famosas guinsu... Ouvi um técnico dizer que são capazes de cortar a nível molecular... Já pensou? Cortar uma molécula! Mas o que lhe interessa... É que meus cientistas disseram que não é mais necessário colher amostras vivas!

Sem nenhum aviso ele avança e eu sinto a lâmina fria entrar em meu estômago, uma, duas, três vezes, logo depois ele me acerta em outras partes do corpo e eu nem consigo mais ficar em pé.

Sinto algo enchendo minha garganta e quando tusso... Percebo que é sangue... Estou caído numa poça do meu próprio sangue e...

O último som que chega aos meus ouvidos é a risada insana desse desgraçado... Mas não consigo vê-lo mais... Visão turva... Tudo está... Ficando... Tão frio...”


- Aaaahhhhh!!!

Num apartamento improvisado e simples, com pouca mobília, apenas uma cama na verdade, o restante não passava de hologramas, um homem se erguia, sentindo o corpo encharcado de suor.

Enquanto ele ia até o banheiro tomar uma ducha fria, os efeitos do costumeiro pesadelo iam pouco a pouco sumindo, e logo ele já conseguia erguer a mão sem que a mesma tremesse.

Miguel O'Hara era o nome que seus amigos haviam arranjado e mesmo para ele, cujo conceito de amizade era algo novo, ter uma vida se tornava cada vez mais importante.

O pesadelo, a morte do Peter Parker original, era algo que todos os clones tinham em comum, mais uma piada doentia feita por Norman Osborn, que fazia questão de implantar essa memória, o que levava Miguel a sempre imaginar o motivo daquele ódio todo que ele nutrira pelo Aranha original.

Enquanto saía do banheiro o clone percebeu a característica ardência em sua pele, enquanto seu simbionte parecia despertar e começava a cobrir o corpo de seu hospedeiro, até que não sobrasse um pedaço de pele à mostra, quando Miguel dava lugar ao Homem-Aranha de 2099.

Homem-Aranha. O nome ganhou outro significado ao longo dos anos.

Primeiramente os clones produzidos pela Oscorp foram usados para controle de massa, contendo rebeliões, de modo que mesmo que fossem mortos às centenas não era um problema, pois logo outra centena era produzida.

Pouco a pouco a resistência contra os novos donos do mundo foi arrefecendo, e a produção dos Aranhas, como passaram a ser chamados, foi se tornando mais rara e hoje em dia poucos são usados como alternativa para situações onde os membros Skrulls do Olho Público corram algum tipo de perigo de vida.

Mesmo assim os descendentes de Osborn souberam como continuar sendo importantes, criando novas tecnologias para facilitar a vida dos novos senhores da América, continuando a produção dos Aranhas e fazendo com que eles se tornassem um símbolo da dominação.

Com Miguel, no entanto fora diferente, ele foi criado na produção de 2087, tendo seu crescimento acelerado para a média de vinte e sete anos humanos, sendo colocado para agir na região norte da cidadela dos Skrulls, próximo de um dos acessos à cidade baixa.

Já em 2099, durante uma ronda, ele flagrou um grupo de crianças que, se aproveitando do fato de um caminhão de suprimentos ter tombado perto do acesso, tentavam carregar a maior quantidade comida para suas pobres famílias.

Miguel, que na época era apenas o Aranha número de série 3.487.4445.2222, ou apenas Aranha .2222, acompanhou outro clone, este alguns meses mais velho, para impedir o que fora classificado como roubo.

Quando o Aranha .2210, seu superior direto, deu voz de prisão para as crianças, humanos roubando eram julgados de imediato, as mesmas tentaram fugir em pânico e ele fez o que estava programado em sua mente.

Disparou um jato de teia na direção do mais próximo e o puxou para si, se preparando para quebrar seu pescoço, assim que o menino caísse em suas mãos.

Mas não foi o que aconteceu.

O Aranha que viria a ser chamado de Miguel, interceptou a criança, cortou a teia de seu superior e fez algo que nunca alguém presenciara.

Ele falou.

- Corra para sua casa... Eu cuido dele. - Aranhas eram criados sem a capacidade de falar, por isso o menino ficou paralisado, até que o clone voltou a ordenar. - Vá! Agora!

Desperto de seu estado de torpor, por causa da situação inusitada, o menino começou a correr, enquanto os Aranhas se encaravam, sem saber exatamente o que fazer.

O .2210 foi mais rápido em sua decisão, acionando as garras retráteis que ficavam nas pontas de seus dedos e se lançando ao ataque, visando o pescoço daquele que agora era visto como um inimigo.

O outro demorou para reagir, mas no último instante se desviou, salvando assim seu pescoço, mas não conseguindo impedir que o oponente lhe abrisse um corte no ombro.

- Arrrggh... - Até um gemido de dor chegava aos ouvidos do clone como algo inédito, mas ele não teve tempo de saborear a novidade, pois em seguida o oponente voltava ao ataque.

Num movimento muito rápido, até para os padrões dos Aranhas, o .2222 saltou por cima do seu antigo companheiro, que o perdeu de vista por alguns segundos, tempo mais do que suficiente para encerrar a luta.

O clone enterrou as garras nas costas do inimigo, mais precisamente na região da coluna deste e sem hesitar a arrancou do corpo do outro, que caiu no chão já sem vida.

Arfando e com o coração ainda acelerado, o .2222 permaneceu alguns minutos observando o corpo sem vida de seu “irmão”, mas quando o som da viaturas do Olho Público chegou aos seus ouvidos, o clone decidiu seguir pelo mesmo caminho que as crianças, rumo à cidade baixa.

Foram longas semanas, até ele aprender a fazer seu uniforme simbionte simular roupas normais e também a entender os detalhes da sociedade humana, num mundo dominado pelos alienígenas.

Foi quando ele estava quase se apresentando para um grupo de bandidos, que usava de ameaças e assassinato para conseguir o que queriam, o clone foi abordado por um ser que ele jamais tinha visto.

- Finalmente te encontrei... - Era o andróide Visão. - Quer fazer uma diferença real nesse mundo? Quer encontrar um lugar para você? - Ele estendeu a mão, cuja pele era translúcida e deixava aparecer os seus mecanismos internos. - Então venha comigo.

O clone analisou as opções e percebeu, talvez por um resquício de personalidade daquele de quem ele foi clonado, que viver em meio a um grupo de heróis, que tinham uma chance real de mudar o mundo, seria muito mais benéfico do que fazer parte de um grupelho de bandidinhos.

Foi assim que ele ganhou um nome, toda uma vida criada pelo Visão e o que ele teria de mais próximo de amigos.

Usando sua capacidade de perceber perigos e, principalmente a aproximação dos demais clones, o Homem-Aranha foi uma aquisição muito importante para a resistência.

Miguel despertou de suas memórias, outro efeito colateral de sua mente liberta, a tempo de quase esbarrar em Fóton, que acabava de entrar em seu apartamento, fazendo uso de seus poderes energéticos.

- Oi Miguel... O Visão está nos chamando... Vamos nessa e...

A frase da garota foi interrompida pelo aparelho de holovisão, que era programado para ligar apenas quando alguma notícia sobre os Aranhas estava sendo veiculada.

Miguel acreditava piamente que ele não era o único com capacidade para ir contra sua programação, por isso sempre tentava libertar outros que ele acreditava serem como ele.

- Aqui, no canal violência, apenas o melhor para nossos assinantes! - Uma mulher loira e com um olho roxo, característica marcante daquele canal, surgia com uma cena de destruição atrás de si. - O que parecia ser impossível está acontecendo agora no centro da cidade... Nossas holocâmeras irão mostrar...

As imagens então focalizaram o que realmente parecia um cenário de guerra, com vários veículos do Olho público destruídos, muitos focos de incêndio consumindo algumas lojas e corpos de Skrulls jogados por todos os lados, alguns em pedaços.

- Pau... - Usando uma gíria aprendida em seu tempo na Cidade Baixa, Miguel arregalou os olhos ao ver o aparentemente responsável por aquela destruição.

- Isso mesmo pessoal! - A voz da apresentadora voltava a soar, caprichando na surpresa que a notícia parecia lhe causar. - Um dos Aranhas, criados a séculos para nos servir, parece ter ficado louco, atacando a tudo que se move e... esperem... - Ela levou a mão ao ouvido, parecendo prestar atenção a algo que estavam lhe contando – Sim... Voltaremos agora às cenas, ao vivo, pois algo mais incrível está acontecendo...

As imagens focalizaram novamente o Aranha e este ergueu a cabeça e, para surpresa geral, gritou:

- ME DEIXEM EM PAZ!!!!!!!!!!!

- Meu Deus... Miguel, nós temos que... Miguel?

O Homem-Aranha já não estava em seu apartamento, lançando suas teias pelos prédios próximos, seguindo o mais rápido que podia para o local da luta.

- Você tá doido? - Fóton, em sua forma energética logo o alcançou. - Isso pode ser uma armadilha! Precisamos reunir os outros e...

- Ele pode ter se libertado. - O Aranha ainda falava com pouca emoção, mas mesmo assim era evidente a sua ansiedade. - Pode ser que eu não seja o único afinal... Diga ao Visão que eu lamento, mas preciso confirmar isso já.

Dizendo isso ele se afastou rapidamente, deixando para trás uma confusa heroína.

- Pau... Quem vai lamentar isso sou eu... - E então ela seguiu seu companheiro.

- Que confusão... - Um dos membros do Olho Público ajudava um companheiro a retirar o entulho do que restara da rua onde o Aranha havia perdido o controle. - O que será que deu nele?

- Esses Clones tão todos ultrapassados... Deve ter dado algum curto na cabeça dele...

- Eles são orgânicos cara... Como se dá curto em algo vivo?

O outro apenas deu de ombros, voltando a retirar entulho, sinal claro de que seu companheiro devia fazer o mesmo.

- Chegamos atrasados... - Fóton se mantinha num espectro de energia invisível, falando baixinho perto do ouvido do Homem-Aranha, este escondido em meio às sombras. - Melhor irmos embora e...

- Não... - O clone voltou a se balançar nas teias, parecendo seguir um caminho pré-estabelecido. - Ele foi por aqui...

- Espera... - Os apelos da garota, no entanto, eram inúteis. - Volta aqui...

Os dois seguiram por várias ruas até chegarem a um prédio que estava em construção, a noite finalmente caía e a região estava toda às escuras, parecia ser um dos apagões que o imperador instituiu para poupar energia da cidadela.

- Muito conveniente... Miguel é melhor a gente... Miguel?

O Homem-Aranha já estava entrando na construção, continuando a ignorar os avisos de sua companheira.

Uma vez dentro de um dos andares do prédio, após Fóton voltar a ficar sólida, os dois andavam com muito cuidado, atentos a todo e qualquer barulho e logo um lamento chegou até eles, como se fosse o choro de uma criança, que aumentava de volume conforme eles iam avançando.

- Não... Não... Não... - Era o Aranha, o que parecia estar se livrando do controle que lhe havia sido programado. - O que sou eu? Não... Não...

O Homem-Aranha se aproximou se seu “irmão” tentando sussurrar palavras de conforto, até que o outro o abraçou, com o corpo convulsionando por causa dos soluços.

- Isso... Calma... Eu sei pelo que você está passando...

- Miguel... - Fóton ainda tentava trazer o companheiro para a situação de perigo em que eles estavam. - É melhor irmos embora e... AAAARRRGGGHHH!!!!!!

Após o grito, a garota caiu no chão, mas ainda estava desperta, o suficiente para balbuciar algo, quando o Homem-Aranha soltou o outro clone e a tomou nos braços.

- D-dreno... De... Po-poder... - E então ela desmaiou.

O Homem-Aranha a deixou delicadamente no chão e enquanto erguia seu corpo pôde perceber que vários outros de seus “irmãos” estavam se aproximando.

Ele estava cercado.

O Aranha que aparentava ter se libertado, que estava até agora sentado no chão se lamentando, também se ergueu e foi para junto dos demais, novamente se parecendo com um clone comum.

- Armadilha... - ele se voltou para a companheira caída, para sua surpresa, uma grande tristeza era percebida em sua voz. - Lamento Fóton...

Ele se voltou para os inimigos e ergueu as mãos, se preparando para o combate, que não tardou, quando o primeiro dos Aranhas saltou em sua direção.

O Homem-Aranha desviou e jogou teia nas costas do atacante, usando de sua força para girar o corpo do outro, tentando manter os demais afastados. Ele sabia que assim que aquele “círculo de segurança” se desfizesse, ele seria derrubado e coberto pelos demais Aranhas.

Quando um dos inimigos conseguiu cortar sua teia, Jogando longe aquele que estava preso, o Homem-Aranha se preparou, quando viu três clones virem em sua direção com as garras dos dedos à mostra.

Ele conseguiu desviar do primeiro, bloquear o ataque do segundo, mas o terceiro o atingiu na perna, abrindo um talho de onde começou a jorrar sangue, antes que ele pudesse sequer registrar esse ferimento, ele sentiu outros cortes nas suas costas, cujos atacantes ele conseguiu atingir com um golpe desesperado, uma vez que sua capacidade de pressentir o perigo estava sobrecarregada, o que lhe causava ainda muita dor de cabeça.

Novos golpes o atingiam, vindos de todos os lados e o Homem-Aranha mal conseguia se defender.

Sentindo a consciência esvair e a escuridão tomar conta de sua visão, ele conseguiu ver sua companheira, que jazia caída sem que nenhum dos inimigos a tocasse, era como se eles tivessem sido programados para atacar somente a ele.

Nesse momento ele ainda tentou reagir, procurando ganhar tempo para que Fóton se recuperasse e conseguisse escapar, mas a escuridão o tomou, assim como o terror, quando ele ouviu uma risada igual a de seu recorrente pesadelo.

A risada de Norman Osborn.

E tudo ficou escuro.

XXX

Quanto tempo se passou o Homem-Aranha não saberia precisar, mas o importante é que ele voltou a abrir os olhos e sabia que estava vivo, pois seu corpo todo doía.

- Ma-mas... O-o que...

- Calma Miguel... - Com dificuldade ele ergueu a cabeça na direção da voz conhecida e viu que Fóton estava deitada numa cama próxima da dele. - Estamos na base... O Visão deve ter dado um jeito de nos salvar e...

- Exatamente. - O andróide entrou na enfermaria de sua base secreta, como se em resposta às palavras de sua companheira, alguém permanecia envolto em sombras às suas costas. - Mas não fui eu quem os tirou do prédio abandonado... Venha para cá...

O estranho obedeceu, entrando na enfermaria, enquanto os olhos dos dois feridos se arregalavam e eles quase gritaram ao mesmo tempo:

- VOCÊ?!!!!!

Fim

Epílogo:

Enquanto o Visão dava explicações para seus companheiros, naquele mesmo momento o Capitão América e o Crânio Vermelho desciam de suas motos, observando de longe seu destino: Uma instalação Skrull localizada na área antes conhecida como Baltimore.

- Segundo o Visão é ali...

- Tem certeza? Parece bem vigiado...

- Mesmo assim temos que entrar...

- Tudo isso por um pedaço de metal? Sei não...

- Esse “pedaço de metal” como você fala pode servir como uma bandeira para mostrar para os membros da resistência...

- E facilitar a sua vida né? Capitão?

Mas o outro já se encaminhava para a instalação, fazendo com que o Crânio tivesse que se decidir se o acompanharia ou não.

- Pau... - E então ele se levantou e correu até onde o outro estava.

Acima deles, escondido por algumas nuvens, uma figura enorme erguia o punho até próximo de sua boca.

- Apareceram apenas dois... Devo entrar em ação mesmo assim? Certo... Farei isso... SuperSkrull desligando.

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