Últimas Publicações:

Invasores 2099 #1. Abra seus olhos. Take 1.



O primeiro ataque aos conquistadores deixou todos os alienígenas assustados.
Quem são os rebeldes? Como conseguiram, após quase cem anos de dominação, se erguerem e se organizarem? Quem está por trás de tudo isso?
As respostas começam com a origem de um desses, como são chamados pelos alienígenas, "terroristas".
O Capitão América 2099!




O passado distante.

Em 2012 a humanidade quase foi extinta, devido a uma série desastres climáticos mundiais. Apenas a união de todos os superseres da época, entre heróis e vilões, foi capaz de salvar o planeta Terra da destruição provocada pelos humanos.

O que poderia ter sido o início de uma nova era de paz, entretanto, logo se tornou o pior pesadelo da humanidade.

Skrulls, Shiar’s, Krees, Espectros, Ninhada, Falange e Badoons.

Uma coalizão dessas raças invadiu o planeta e em pouco mais de um ano a humanidade foi totalmente derrotada.

Na sequencia, uma grande colonização teve início, com cada raça recebendo uma área do planeta para controlar conforme sua vontade.

Tem sido assim a quase cem anos.

O presente.

No ano 2099 vários focos de resistência têm surgido ao redor do planeta, ao mesmo tempo em que os atuais senhores do mundo enfrentam uma situação inusitada, tendo perdido contato com seus impérios estelares, deixando-os vulneráveis a um ataque dos rebeldes.

Finalmente a ofensiva de retomada da Terra começou.


Image
Abra seus olhos. Take 1.
Por João Norberto da Silva.

No alto de um arranha-céu, um homem se encontrava parado, deixando o agradável vento noturno tocar sua pele e fazer sua jaqueta balançar levemente. Ele sabia que era esse o efeito que os produtores desejavam.

Em poucos instantes sua imagem estava em rede nacional, no programa mais assistido de 2099, como dizia a última campanha de marketing. Ele era a estrela da Hora da Ação, o mais popular da grade de vinte e quatro horas de programação do Olho Público.

O Olho Público, o misto de polícia e reality show, criado pelos Skrulls para cuidar daqueles vistos como criminosos e, ainda assim, oferecer entretenimento para manter as massas sob controle.

- Se prepare meu querido!!! - Um Skrull se aproximava do homem para lembrá-lo de que. - Vamos entrar no ar em... Três, dois, um...

As holocâmeras me cercam e eu fico parado, sabendo que os expectadores, nesse exato momento, estão prendendo o fôlego, antevendo o que está por vir.

“Nosso agente preferido do Olho Público se encontra em seu momento de meditação!!!” Cruiser, meu narrador, faz os seus exageros de sempre...É quando eu finalmente avisto o alvo da noite: Um homem acusado de um crime terrível.

E eu devo levar a Justiça Skrull até ele.

“Ele foi campeão seguidamente por cinco anos na Arena do Percurso Mortal e...” Agora vem a minha ficha, algo extremamente maquiado, para o delírio dos malditos sugapus que não perdem um programa, nem tudo é verdade e como não me interessa, chega a hora de deixar os patrocinadores loucos.

Ele se jogou repentinamente do alto do prédio, forçando as holocâmeras a acompanhá-lo e fazendo com que o narrador interrompesse o que estava falando para se dedicar ao momento da ação.

O homem trajava um uniforme de combate do Olho Público, um traje que lhe cobria quase todo o corpo, projetado para aumentar suas habilidades naturais, fazendo com que saltos como o que ele realizava naquele momento fossem algo corriqueiro, nada mais que um detalhe, foi o que os produtores disseram, para aumentar seu apelo com as mulheres, o que fazia com que ele também usasse uma grande jaqueta preta sobre sua roupa especial.

Durante a descida ele usava tudo o que aparecia em seu caminho, parapeitos, hastes com a bandeira onde estava estampado o selo real Skrull, até janelas abertas serviam para que ele chegasse até o nível das ruas. Um erro seria fatal.

“Mas não para ele Senhoras e senhores... Jonh Arveen!!!!Esse é meu nome e apesar de não me orgulhar do que minha família teve de fazer nos últimos anos, para que eu chegasse a essa posição na sociedade atual, continuo usando meu sobrenome de nascença.

Pouso fazendo grande estardalhaço, os especialistas em audiência descobriram que sons altos parecem agradar mais o público, uma fez que encobrem os sons desagradáveis ao redor de suas residências.

- Vo-você não vai me pegar vivo chupasaco de etê...

Pau... Não me avisaram que o “criminoso” de hoje era apenas um rapaz de... Quantos afinal? Dezoito? Dezenove no máximo... Em outras circunstâncias eu o ajudaria a escapar, mas hoje centenas de expectadores estão me vendo punir um jovem que cometeu um dos piores crimes da nossa sociedade.

Ele acertou um soco em um Skrull.

Uma das primeiras ações dos malditos Sapos, como a maioria dos humanos chamam os Skrulls, foi instituir leis simples e injustas:

Se ofender um Skrull, terá a língua arrancada;

Se roubar ou tocar indevidamente um Skrull, terá uma das mãos amputadas;

Se matar, ou mesmo tentar matar, um Skrull, será executado imediatamente não somente o criminoso, como todos os seus familiares.

Os antigos comparavam essas leis com umas tais leis da robótica... Não tenho certeza se é esse o nome, sou do ramo de entretenimento e não o de história antiga e proibida.

“O criminoso corre na direção do nosso herói! Parece que ele está armado!!!” Pau!! Isso nem pode ser considerado uma arma... Parece os restos de uma das latas de ração que os humanos desfavorecidos recebem...

John se desvia facilmente do ataque desajeitado, acertando a mão do jovem, desarmando-o para, em seguida, segurá-lo pelo colarinho da roupa, evitando assim que ele caísse por um dos Fossos da Desgraça ali perto.

Esse nome simpático foi dado pelos humanos... Os Fossos são aberturas feitas em vários locais da cidade, que dão passagem para a antiga Nova York, chamada hoje simplesmente de Cidade Baixa, onde os humanos, que não foram “agraciados” com a misericórdia Skrull, tentam sobreviver como podem, numa verdadeira terra de ninguém...

- Desista e sua punição será rápida e indolor. – Uso minha “voz de palco”, que é como meu chefe chama o tom mais sério e grave que tenho de usar a mando dele no programa, seja lá o que for um palco... - Continue resistindo e... – Nova pausa, os produtores me avisam, pelo ponto em meu ouvido direito, que o pessoal em casa deve estar com a respiração em suspenso...

- AAAAARRRRGGGHHHH!!!!!!!!!!

“O criminoso parte com tudo contra o nosso herói! E John está de costas para um dos Fossos!!!” Exatamente como eu esperava...

Num movimento absurdamente rápido, o agente do Olho Público se esquiva do ataque e, usando a velocidade do próprio rapaz, joga o mesmo através do Fosso.

O grito do jovem criminoso ecoa por vários minutos até silenciar por completo.

Alguns minutos depois na Central do Olho Público.

- Sensacional!!!! Estupendo!!! Maravilhoso!!! – Esse é o meu chefe, um Sapão, de mais de cem quilos, que adora gírias antigas e se esforça para ser o mais simpático que puder para com os humanos, numa tentativa forçada, que beira o patético, para ser bem aceito pelos conquistados. - O pessoal da audiência ficou louco!!! Nossos números bateram lá no céu!!! Fomos o número um em todas as casas de Skrullaria!!! Batemos até o Canal da Violência!!! – Como de costume, ele vem até mim e quase me afoga nas suas banhas, num suarento e malcheiroso abraço, para em seguida manter um dos braços ao redor dos meus ombros e falar a mesma frase de todas as noites. - Agora vá para casa meu rapaz, e descanse... Amanhã tem mais!!!!

- Paola? – Assim que finalmente chega em casa John entra, mantendo a cabeça baixa, seus pensamentos longe dali. – Luzes em três quartos por favor...

- Sim meu bem... – Paola é a projeção holográfica da I.A. de meu apartamento, o visual foi baseado num atriz de filmes adultos, que recolhi com uma equipe do Olho Público, alguns programas atrás. - Quer que eu prepare o seu banho, meu querido?

- Eu...

- Agora ele não vai tomar banho minha querida... – Eu me volto a tempo de ser agarrado e sentir alguém apertando meus lábios num beijo selvagem e ardente. - Prefiro o meu homem bem suado...

John corresponde aos beijos e logo ele começou a despir o uniforme que a bela loira usava, um uniforme negro e prateado.

Horas mais tarde os amantes se encontravam abraçados e ainda arfantes numa enorme cama redonda, somente então é que eles conseguem articular palavras o suficiente para travar uma conversa.

- Então... Você pegou o rapaz?

- Claro né? São as vantagens de você namorar com uma heroína que transforma a si e aos outros em energia... Mas ele ficou assustado prá pau... Tenta maneirar na próxima vez...

- Se eu maneirar aí meu disfarce é que vai pro pau...

- Quem imaginaria que o grande astro do Olho Público, o cinco vezes vencedor do Percurso Mortal, A bundinha mais linda pelo TimeSkrull... – Adoro a Belle, ainda mais por causa desse senso de humor meio doido dela. - O grandioso John Arveen é, na verdade, um herói subversivo...

- Logo o grande público vai perceber... Ainda mais com a incrivelmente sensual e insaciável Isabelle D'Angello, outra heroína subversiva, entrando escondida no meu apartamento...

- Eu desativei todos os sistemas de vigilância... Até os incompetentes dos técnicos sapões conseguirem colocar tudo para funcionar eu já vou ter saído...

- Sei... – Realmente eu adoro essa menina... Quem diria... Há alguns anos eu jamais imaginaria me meter em algo como um grupo rebelde e olha só como minha vida está agora... - Vem cá...

Eles se amaram mais uma vez e, em seguida, Isabelle acabou por adormecer, o que John não conseguia, uma vez que, enquanto observava o belo corpo nu da amada ressonar baixinho, ele sentia um verdadeiro turbilhão de pensamentos invadindo sua cabeça.

Com muito cuidado ele se ergueu, conseguindo fazer isso sem acordar Belle e se dirigiu para o banheiro, dando ordens para que Paola continuasse a interferir nos aparelhos de vigilância do apartamento e que lhe preparasse um banho quente.

Enquanto a água caía sobre seu corpo, John não conseguiu impedir que as memórias o assaltassem.

E pensar que tudo isso começou com uma estranha mensagem na minha caixa de e-mails... Apenas uma frase em três dimensões...

“Abra seus olhos.”

Simples e direto, mas totalmente sem sentido, o que fez John realizar uma “caçada” contra os colegas para descobrir quem foi o responsável pela brincadeira, sem ter sucesso, no entanto.

Quando ele já estava quase se esquecendo da brincadeira, uma nova mensagem:

“Erga seus punhos e leve a justa retribuição para os conquistadores.”

Dessa vez ele conseguiu rastrear o local de origem da mensagem e foi até lá, sem avisar ninguém, disposto a descobrir sozinho quem era o autor daquela brincadeira sem graça, imaginando se não fosse algo como uma festa, bolada pelos colegas de serviço.

Ele seguiu até o local em sua moto Stealth SX, a mais silenciosa do mercado, como o departamento de marketing pediu para que ele falasse sempre que ia montar na mesma.

Poucos minutos depois de passar pelo caótico trânsito do centro da cidade, ele entrou em um trecho pelo qual ele quase nunca passava, sendo impossível não reparar no modo como os humanos eram constantemente maltratados pelos Skrulls, incrível como na parte mais nobre da cidade essas atitudes eram mascaradas com falsa polidez.

Em várias ruas era possível ver grupos de Skrulls fazendo o que bem queria com os humanos mais desprovidos de crédito, fosse espancando os homens ou abusando das mulheres, o que muitas vezes resultava no nascimento desagradável de híbridos, todos mortos no momento do parto, é claro.

O local que seus instrumentos de rastreio indicavam como sendo a origem da mensagem era um antigo galpão abandonado, na área entre a metrópole e a Cidade Baixa. John se adiantou, agora em dúvida se realmente poderia ser uma armação dos colegas, afinal, nenhum deles sequer ousaria pensar em se aproximar daquele local.

Os portões, é claro, estavam trancados, o que não seria problema para John, que olhou para todos os lados ao seu redor antes de aproximar o dedo indicador da fechadura, o que indicava a idade do prédio, já que os atuais tinham complicadas trancas eletrônicas.

Um brilho avermelhado tomou a ponta do dedo dele e, aos poucos, foi entrando pela fechadura. Depois de ele fazer alguns movimentos circulares com a mão, os portões se abriram.

Até então aquele era seu maior segredo. John Arveen era um mutante com o dom de criar objetos com a estranha bioenergia que fluía por suas veias.

Ele andou no escuro até chegar a um arcaico console de computador e, assim que o aparelho teve uma tecla tocada, várias luzes se acenderam no galpão e uma estranha voz de tom mecânico ecoou por todo o local.

- E então? Já abriu os olhos?

- Quem é?! - Silêncio. Ele então testou a teoria da festa surpresa. - Pessoal? A brincadeira já perdeu a graça...

- Acredite... Não faço parte, ainda, de seu círculo de amizades...

- Eu vou embora agora mesmo e...

- Famílias inteiras escondidas na Cidade Baixa... Alguns criminosos que “inexplicavelmente” desapareceram antes que as sentenças dos Skrulls fossem devidamente aplicadas... Humanos sendo mantidos vivos, com créditos impossíveis de ser rastreados...

John Arveen interrompeu seu avanço e abaixou a cabeça, se perguntando como alguém poderia saber do que ele andava fazendo. O agente do Olho Público tinha a certeza de que havia encoberto todos os rastros.

- Como você... Ei! - John ergueu um braço, tentando proteger os olhos da luz que veio de repente do interior de um enorme tubo metálico. - O que é isso?

- Algo para você vestir, caso queira realmente se encontrar comigo.

Alguns minutos silenciosos e tensos se passaram, mas logo John Arveen se adiantou na direção do tubo e começou a vestir a roupa que havia lá dentro.

O traje lembrava o do Olho Público e se ajustou imediatamente ao corpo dele, moléculas instáveis, ele presumiu. A roupa tinha basicamente a cor preta, sendo ornamentado com detalhes vermelhos, azuis e brancos. Na cintura uma fivela com pequenas bolsas distribuídas ao seu redor, onde poderiam ser levados vários instrumentos reduzidos, botas amortecedoras que pareciam superiores as que ele costumava usar e, depois de se vestir, ele colocou uma jaqueta azul com colarinho vermelho e ombreiras brancas.

Ele ficou parado, admirando o reflexo numa enferrujada e imunda parede de metal, parecendo surpreso com o fato de o uniforme parecer ter pertencido a ele a vida toda.

- Perfeito... - A voz finalmente voltava a ecoar pelo galpão, o tom mecânico mudou, soando estranhamente humano. - Agora você está realmente pronto para me encontrar... Capitão América.

Conclui na próxima edição.

Image

Compartilhe este artigo: :

Postar um comentário

 
Support : Creating Website | Johny Template | Mas Template
Copyright © 2013. UNF - Todos os direitos reservados.
Template Created by Creating Website Published by Mas Template
Proudly powered by Blogger