Em 2012 a humanidade sobreviveu à quase extinção apenas para descobrir que havia um destino pior.
Dominada por um conluio de várias raças alienígenas, o planeta foi dominado.
Agora, em 2099 a humanidade finalmente vai revidar.
O prólogo desse novo universo, bem como os atuais donos da Terra, você vai conhecer agora.
Dominada por um conluio de várias raças alienígenas, o planeta foi dominado.
Agora, em 2099 a humanidade finalmente vai revidar.
O prólogo desse novo universo, bem como os atuais donos da Terra, você vai conhecer agora.
O ano foi 2012.
A constante degradação a que o homem submeteu o planeta finalmente obteve sua resposta, na forma de uma natural mudança no eixo planetário da Terra, o que forçou a todos os superseres a se unirem, sendo heróis ou vilões, para evitar a quase extinção da humanidade.
Foram semanas de trabalho árduo, enquanto vastas áreas eram evacuadas, sendo levadas para outras, que logo estavam em perigo também, as maiores mentes entre os super-cientistas do mundo buscavam um meio de reverter a desgraça.
Ao final do processo eles conseguiram evitar o fim da humanidade, sendo todos aclamados como grandes heróis e com a promessa de um futuro brilhante.
Não foi o que aconteceu.
Enquanto a humanidade se esforçava para recomeçar nosso planeta foi alvo de uma invasão.
Skrulls, Shiar’s, Krees, Espectros, Ninhada, Falange e Badoons.
Todos já haviam falhado separadamente em dominar o planeta, na maioria das vezes por causa dos heróis terráqueos, mas agora eles haviam decidido formar uma aliança como nunca havia sido vista no universo, todos reunidos para vencer um inimigo comum.
Primeiro caíram os aliados e simpatizantes da Terra, desde a corporação Nova, até os habitantes de Titã, a lua habitada de Saturno.
Em seguida a invasão começara.
Sendo pegos de surpresa, em apenas poucos meses o planeta fora conquistado e os continentes devidamente divididos entre representantes das raças, que deveriam fazer os preparativos para a imediata colonização.
A humanidade perdeu e como são os vencedores que escrevem a história, um novo capítulo do planeta Terra, agora rebatizado como União, começou.
Mas não seria sempre assim e agora, quase cem anos depois da conquista, a humanidade parece prestes a se rebelar.
O que quase ninguém mais sabe é que algo ainda pior está por vir.
O selo SM orgulhosamente apresenta:
Cidade de Nova York, centro do império Skullaria, do Bloco de dominação Skrull, dois de Janeiro de 2099, no calendário humano.
No que, há quase cem anos foi o Edifício Baxter, agora era a sede da família Real de Dorreck, Imperador Skrull da décima oitava geração de imperadores da região anteriormente conhecida como América do Norte.
Como o costume, após o ano novo humano, cujo calendário foi mantido para facilitar a transição entre o antigo e o novo regime, uma reunião se dá com representantes de toda a União Alienígena.
Dorreck encerrava mais cedo suas atividades e com extremo desgosto, já que não poderia mandar um representante para a reunião, uma vez que, como a mesma se daria em seus domínios, ele mesmo deveria comparecer.
Por mais que ele saiba, pelos registros históricos, que a conquista do planeta não teria sido possível sem essa união, nos atuais dias tranqüilos, ele só via aquele protocolo como uma chateação, já antevendo os assuntos que seriam levantados, mas ele também sabia que se a frágil aliança fosse desfeita esse mundo não resistiria a uma luta entre as potências.
Um assunto, entretanto, lhe era por demais importante, era só questão de saber quando surgiria o momento exato.
Num imenso salão que serviria para a reunião daquela vez, vários escravos humanos terminavam os preparativos. Muitos dos humanos que detinham algum tipo de poder e influência os usaram como moeda de barganha para terem um lugar ao Sol quando a invasão terminou, mas a grande maioria foi logo convertida em algo que seria mais útil aos novos senhores da Terra, ou melhor, à União.
Um detalhe que Dorreck apreciava em particular era a imensa estátua que representava ele mesmo numa pose de vitória sobre os corpos de vários heróis do passado. Essa era uma constante sempre que a família imperial Skrulls recebia os emissários.
- Cuidado com isso escória... – Um dos escravos, um enorme homem cujas roupas mal escondiam seus músculos e sua pele negra, aumentou o cuidado com a estátua. – Isso mesmo criatura estúpida... Assim você vive por mais tempo... Agora saia daqui... Tenho outros detalhes a acertar...
O escravo saiu rapidamente, sem deixar que o Dorreck visse o sorriso que ele trazia nos lábios.
No horário combinado os emissários foram chegando e tomando seus lugares, disposto em uma enorme mesa que fazia cada um ficar a uma distância segura do outro, para evitar possíveis lutas, mas sem impedir que cada um fosse bem ouvido pelos demais.
- Peço a todos sua atenção. – Quando o último convidado se sentou, Dorreck chamou para si a atenção de todos, ele queria que a reunião fosse a mais breve possível. – Para que nossa refeição possa ser servida logo, peço a cada um que se apresente e dê um relato breve de como está a situação em seu bloco... Acredito que, assim como eu, todos se encontram ansiosos para voltar para suas casas e famílias...
Todos assentiram e o que estava mais próximo de Dorreck, após limpar a garganta, conseguindo a atenção dos demais, se ergueu.
- Sou Allane-Zaell, de Kree-Lar, o bloco de dominação Kree, outrora a região conhecida como América do Sul. – Dorreck não escondeu o ligeiro asco que sempre sentia na presença de um membro da raça que os Skrulls sempre consideraram seus piores inimigos, até conhecerem os terráqueos, é claro. – A situação em nossas terras permanece estável, como foi relatado na reunião do ano passado. Nosso estado militar mantém os animais terráqueos controlados e nossa tecnologia superior continua a extrair a água limpa de lençóis freáticos em quantidade suficiente para a demanda de seus blocos.
- E quanto aos boatos... – Dorreck tomava para si a palavra, uma prerrogativa de ser o anfitrião e o único regente que estava na reunião. – Como são chamados mesmo... Ah, sim... Manchas Solares? Tenho ouvido de meus... Contatos... Que eles tem causado uma série de problemas...
- Esses... – Allane-Zaell fora instruído por Rans-Hell, o próprio líder de Kree-Lar, a tomar cuidado com a língua perniciosa de Dorreck. – Esses terroristas são nada mais que um empecilho que logo estará esmagado sob nossas botas como o animal que os terráqueos chamam de baratas...
- Sim... Claro, claro, mas que eles têm causado uns grandes incômodos, isso eles têm... – Antes que o emissário Kree erguesse a voz em protesto, Dorreck fez um sinal para que ele se sentasse. – O próximo?
- Imagino Lorde Dorreck... – Agora uma garota, trajando uma estranha, porém bela armadura translúcida que cobria seu corpo por completo, ainda que fosse possível vê-lo, se erguia, chamando para si as atenções dos demais emissários. – Se o senhor apenas espera nossa vez para que faça conosco o mesmo que fez com Allane, deixando-nos tão constrangidos quanto ele...
- E você, jovem Shiar... Seria?
- Peço perdão pela minha indiscrição... – Ficando claramente constrangida, a garota tratou de se apresentar devidamente. – Sou Leilane, de Shiarinar, o bloco de dominação Shiar, antigamente conhecido como África. – Não irei me alongar nos pormenores de nossas conquistas, bem como da produção de metal que descobrimos em alguns antigos países, que foram devidamente esvaziados, formando nossas famosas fábricas metalúrgicas. Isso todos já sabem...
Todos se ajeitaram em suas confortáveis poltronas. Realmente os Shiar, segundo a visão de seus "colegas" haviam ficado com uma das piores áreas do mundo, onde aliás, ainda existia o que muitos chamavam de última cidade humana da Terra, o local conhecido como Wakanda, assunto que a emissária e todo o seu povo preferiam evitar, tentando se sentar logo em seguida. Sabendo disso Dorreck fez uma última pergunta:
- Me diga antes, minha jovem de sapiência tão evidente... É a primeira vez que vem a essa reunião e, pelo que me lembro o emissário anterior ainda vive... Fico aqui imaginando o motivo de tal mudança... Princesa... Seria algo relacionado aos Wak...
- Eu... E-eu... – Pega de surpresa, a emissária ficou sem palavras, voltando a ser o centro das atenções, ela se viu sem saída, amaldiçoando o anfitrião. – Sim... É verdade... Pedi a minha mãe, a imperatriz Rayand, que me enviasse, pois já estava cansada de ser mantida quase como uma prisioneira no palácio real... Mas estou aqui como emissária e devo ser tratada como tal... A situação sobre a última cidade humana permanece inalterada.
- Pode ter certeza de que eu jamais deixaria de tratá-l de modo diferente... Princesa... mas avise seu povo que chegará o dia que o restante de nós irá "ajudá-los" com esse problema... – Antes que a mesma desse uma resposta Dorreck se voltou para outro emissário. – Agora... Acredito que seja a sua vez não é?
- Sim... – Agora era uma estranha criatura que se erguia, vestido com grossos panos de cor acinzentada, deixando pouco mais que seus olhos e estranhas partes de seu corpo à mostra, o emissário não deixou transparecer se o asco geral dos demais presentes o incomodara. – Sou Ruunk, de Aranckar, o bloco de dominação Espectral, a Europa Ocidental. Nossa tentativa de entender a magia terrestre continua a passos lentos, pois a mesma é selvagem e imprevisível, o que tem dificultando seu domínio...
- Assim como a última cidade humana, que permanece livre não é?
- Sim... – Por detrás da cortina de magia negra, que impedia os demais de ver outros detalhes de seu rosto, ainda era possível detectar o ódio pelo anfitrião. – Ainda assim acreditamos que teremos novidades em breve, sobre nosso sucesso.
- Sim, claro... Espero que sejamos avisados quando essa revolução acontecer... O próximo?
- A Falange a tudo mantém sobre controle... – Sem aviso o emissário, que todos sempre se esforçam ao máximo para evitar, se ergueu fazendo o que ele acreditava ser um relatório satisfatório. – Tudo o que é entregue à Falange é mantido sob controle...
Silêncio geral.
- Bem... Então acredito que o antigo Japão, que foi convertido em nossa área penal, onde mandamos todos os indesejados, sejam eles humanos ou não, esteja com tudo sob controle... Mesmo com as histórias de que um grupo de remanescentes dos japoneses, que muitos entre nós considerávamos uma raça quase extinta, permanece livre da influência da Falange, causando grandes estragos... Alguns falam sobre uma equipe de robôs antigos que os estão ajudando...
- A Falange a tudo assimila, o que ainda não tiver sido assimilado, não tardará a ser...
- Hum... Eloquente como sempre... Acho que podemos continuar...
- Pois bem... Sou Wallurian, de Badoonariar, o bloco de dominação Badoon, outrora conhecido como Europa Oriental. Nossas colônias de reprodução continuam a fornecer os melhores escravos, que são enviados aos seus blocos... – Antes mesmo que Dorreck abrisse a boca, o imenso emissário de pele reptiliana e quatro braços se adiantou ao aliado. – Ao que parece parte da magia do bloco Espectro chegou às nossas terras o que parece ser a fonte de poder usada por um pequeno grupo de rebeldes, mas como os demais blocos, nós sabemos que é uma dor de cabeça passageira, que logo será devidamente eliminada.
- Eu sou o representante do bloco de dominação da Ninhada... – Como sempre o emissário da estranha raça, cujos membros eram tão enormes quando os Badoons, porém com corpos avermelhados translúcidos, que mostravam os ossos de seus hospedeiros, não disse um nome pelo qual pudesse ser chamado, nesse ponto, eles são os mais parecidos com a Falange. – A antiga Oceania se mostrou um local apropriado para o crescimento de nossas naves Acanti, a antiga população está quase que totalmente transformada em novos zangões, mas esse problema será resolvido futuramente, quando chegarem os lotes que encomendamos dos Badoons...
- Bem... Se já terminamos, ordenarei que sirvam os alimentos e...
- Não está se esquecendo de nada Lorde Dorreck? – A princesa Leilane fica exultante com a chance de devolver ao anfitrião a mesma indiscrição de antes. - Afinal alguns “boatos” incomuns têm chegado de suas terras...
- Pois muito bem... – O imperador Skrull, devido a anos de domínio da “arte” da diplomacia, não deixa transparecer a raiva que a interrupção da jovem Shiar causa, continuando a falar com o mesmo tom calmo e controlado. – É fato que a antiga América do Norte era conhecida pela sua capacidade de gerar novos superseres e a erradicação desses foi a nossa meta principal, que nós conseguimos atingir em pouco mais de dez anos.
- Até onde ouvimos, os “boatos” dão conta de que, recentemente, o local onde vocês, imprudentemente, mantinham todo tipo de informação e objetos ligados ao que os humanos chamam de “Era Heróica” foi invadido e vários itens foram roubados... Isso é apenas um “boato” Imperador Dorreck?
O Skrull sentia o ódio pela jovem Shiar crescendo no peito a cada vê que a mesma insinuava, no tom de voz que estava usando, que tais “boatos” na verdade eram informações conseguidas através de espionagem, prática comum adotada desde o começo da colonização, um modo de evitar que um povo obtivesse vantagens desleais para com o outro.
- Não... Não é um boato, princesa... – Agora era hora de tentar o trunfo que ele preparara para um momento como aquele, onde Dorreck não poderia deixar transparecer fraqueza. - De fato alguns itens de menor importância e quase nenhum poder verdadeiro foram levados, mas o esquadrão de Aranhas já está perseguindo os ladrões... Em breve tal ousadia será paga com a morte... – Aproveitando os momentos de silêncio que suas palavras causaram, Dorreck toma a palavra, lançando sua cartada. – Mas creio que temos um assunto mais urgente a tratar... Gostaria de saber quando foi a última vez que seus governos conseguirem fazer contato com seus respectivos impérios.
A pergunta cai como uma bomba no salão, fazendo com que todos os emissários abaixem suas cabeças, ninguém querendo ser o primeiro a falar.
- Entendo... Imagino que todos estão preocupados com tal fato, o que, de longe, deve diminuir a importância de nossas divergências... Portanto sugiro que agora a refeição seja feita e que logo depois cada um leve para seus superiores essa informação... Se realmente não conseguimos nos comunicar com nossos impérios algo de muito grave deve estar acontecendo.
O imperador Dorreck deixa suas palavras no ar fazendo com os presentes a remoesse dentro de si, para logo em seguida bater palmas, sinalizando que era hora da refeição ser finalmente servida.
Os escravos humanos logo tomam conta do salão, levando pratos diferenciados para cada emissário, pratos esses típicos do planeta natal de cada um, mas logo um mal estar se espalha, quando é colocado diante do enviado da Falange um enorme domo de metal.
Todos já sabiam do que se tratava e, na maioria das reuniões o “prato” trazido para a Falange só era servido quando todos os demais já estavam de saída, dado a natureza do mesmo.
Um rosto infantil surgiu no peito do emissário da Falange e deu um sorriso sincero, demonstrando a alegria que o ser tecno-orgânico sentia por achar que finalmente havia sido aceito pelos demais.
Quando ele ergueu o enorme domo de metal o motivo da repulsa dos outros emissários se tornou obvio.
Encima de uma bandeja de prata se encontrava uma bela jovem humana, devidamente amarrada com tiras de metal, pronta para ser assimilada pela Falange, o que era uma sensação extremamente dolorosa e resultava em gritos terríveis das vítimas.
Quando alguns emissários davam sinais de que não comeriam e já começavam a se levantar de seus lugares, algo inusitado aconteceu, assim que a Falange se aproximava da humana.
- Hoje não sugapus... – A garota ergueu a cabeça e em seguida uma energia luminosa encobriu se corpo crescendo até ofuscar a visão de todos os presentes.
Quando cada um votou a enxergar, ainda que precariamente, viram que a garota agora se encontrava livre, em pé no centro da mesa, poucos centímetros de distância da estátua de Dorreck. Ela vestia o que parecia ser um uniforme que remetia aos tempos da era heróica.
- Pela humanidade!!! – Antes que qualquer um dos presentes esboçasse uma reação, a humana disparou um raio contra a estátua, desaparecendo em um novo clarão de energia logo em seguida.
- Ultraje!!!! Nunca antes uma reunião foi interrompida dessa maneira!!!
- Isso não pode ficar assim...
- Essa é sua idéia de segurança?
Um estranho barulho fez todos ficarem quietos e se voltarem para a estátua de Dorreck, que estranhamente apenas agora parecia reagir ao raio que acabara de atingi-la, se abrindo de forma estranha e revelando que em seu interior havia um projetor holográfico.
Sem nenhum aviso o aparelho começou a funcionar e logo todos estavam olhando para uma imponente figura.
- Usurpadores da Terra... – A voz do homem ressoava poderosa pelo salão. Seus trajes, nas cores preta, azul, branco e vermelho, assim como a garota que fugira a poucos instantes, remetia aos uniformes típicos da era heróica. – Por tempo demais vocês exerceram a sua covarde dominação, sem enfrentar uma verdadeira oposição... Nos roubaram nossos direitos mais básicos, tentaram nos exterminar e hoje nos tratam como menos que animais... Pois esse tempo acaba agora... Que o recado de hoje seja ouvido por todos vocês usurpadores: Embarquem em suas naves e deixem a Terra para os humanos. Fiquem e morram.
A imagem holográfica desapareceu e somente então os emissários das raças que atualmente dominam o planeta perceberam o estranho som ritmado que vinha da base da estátua.
- Não!!!! – Dorreck, por estar mais perto viu a bomba antes que os outros – Fujam!!! É uma...
A explosão, que devastou os cinco primeiros andares do outrora Edifício Baxter, interrompeu a frase do Imperador Skrull e pôde ser vista por toda a cidade de Nova York.
Não muito longe dali, o homem que estava na projeção holográfica, tendo sob os pés a roupa de escravo que usara para plantar a bomba, sorria, ao ver como seu plano havia funcionado tão bem.
Ao seu redor algumas outras pessoas, todos trajando uniformes, esperam pelas palavras de seu líder. A mais ansiosa era a garota que havia tido grande participação no plano.
- Espalhem a todos os demais... Deem um jeito de entrar em contato com os outros grupos de rebeldes... Digam a todos...
Os presentes sabiam que ele faria uma pausa dramática para que todos pudessem saborear o que ele iria dizer a seguir.
- Finalmente a ofensiva de retomada da Terra começou.
Apenas o início.
A constante degradação a que o homem submeteu o planeta finalmente obteve sua resposta, na forma de uma natural mudança no eixo planetário da Terra, o que forçou a todos os superseres a se unirem, sendo heróis ou vilões, para evitar a quase extinção da humanidade.
Foram semanas de trabalho árduo, enquanto vastas áreas eram evacuadas, sendo levadas para outras, que logo estavam em perigo também, as maiores mentes entre os super-cientistas do mundo buscavam um meio de reverter a desgraça.
Ao final do processo eles conseguiram evitar o fim da humanidade, sendo todos aclamados como grandes heróis e com a promessa de um futuro brilhante.
Não foi o que aconteceu.
Enquanto a humanidade se esforçava para recomeçar nosso planeta foi alvo de uma invasão.
Skrulls, Shiar’s, Krees, Espectros, Ninhada, Falange e Badoons.
Todos já haviam falhado separadamente em dominar o planeta, na maioria das vezes por causa dos heróis terráqueos, mas agora eles haviam decidido formar uma aliança como nunca havia sido vista no universo, todos reunidos para vencer um inimigo comum.
Primeiro caíram os aliados e simpatizantes da Terra, desde a corporação Nova, até os habitantes de Titã, a lua habitada de Saturno.
Em seguida a invasão começara.
Sendo pegos de surpresa, em apenas poucos meses o planeta fora conquistado e os continentes devidamente divididos entre representantes das raças, que deveriam fazer os preparativos para a imediata colonização.
A humanidade perdeu e como são os vencedores que escrevem a história, um novo capítulo do planeta Terra, agora rebatizado como União, começou.
Mas não seria sempre assim e agora, quase cem anos depois da conquista, a humanidade parece prestes a se rebelar.
O que quase ninguém mais sabe é que algo ainda pior está por vir.
O selo SM orgulhosamente apresenta:
Um novo mundo.
Por João Norberto da Silva.
Por João Norberto da Silva.
Cidade de Nova York, centro do império Skullaria, do Bloco de dominação Skrull, dois de Janeiro de 2099, no calendário humano.
No que, há quase cem anos foi o Edifício Baxter, agora era a sede da família Real de Dorreck, Imperador Skrull da décima oitava geração de imperadores da região anteriormente conhecida como América do Norte.
Como o costume, após o ano novo humano, cujo calendário foi mantido para facilitar a transição entre o antigo e o novo regime, uma reunião se dá com representantes de toda a União Alienígena.
Dorreck encerrava mais cedo suas atividades e com extremo desgosto, já que não poderia mandar um representante para a reunião, uma vez que, como a mesma se daria em seus domínios, ele mesmo deveria comparecer.
Por mais que ele saiba, pelos registros históricos, que a conquista do planeta não teria sido possível sem essa união, nos atuais dias tranqüilos, ele só via aquele protocolo como uma chateação, já antevendo os assuntos que seriam levantados, mas ele também sabia que se a frágil aliança fosse desfeita esse mundo não resistiria a uma luta entre as potências.
Um assunto, entretanto, lhe era por demais importante, era só questão de saber quando surgiria o momento exato.
Num imenso salão que serviria para a reunião daquela vez, vários escravos humanos terminavam os preparativos. Muitos dos humanos que detinham algum tipo de poder e influência os usaram como moeda de barganha para terem um lugar ao Sol quando a invasão terminou, mas a grande maioria foi logo convertida em algo que seria mais útil aos novos senhores da Terra, ou melhor, à União.
Um detalhe que Dorreck apreciava em particular era a imensa estátua que representava ele mesmo numa pose de vitória sobre os corpos de vários heróis do passado. Essa era uma constante sempre que a família imperial Skrulls recebia os emissários.
- Cuidado com isso escória... – Um dos escravos, um enorme homem cujas roupas mal escondiam seus músculos e sua pele negra, aumentou o cuidado com a estátua. – Isso mesmo criatura estúpida... Assim você vive por mais tempo... Agora saia daqui... Tenho outros detalhes a acertar...
O escravo saiu rapidamente, sem deixar que o Dorreck visse o sorriso que ele trazia nos lábios.
No horário combinado os emissários foram chegando e tomando seus lugares, disposto em uma enorme mesa que fazia cada um ficar a uma distância segura do outro, para evitar possíveis lutas, mas sem impedir que cada um fosse bem ouvido pelos demais.
- Peço a todos sua atenção. – Quando o último convidado se sentou, Dorreck chamou para si a atenção de todos, ele queria que a reunião fosse a mais breve possível. – Para que nossa refeição possa ser servida logo, peço a cada um que se apresente e dê um relato breve de como está a situação em seu bloco... Acredito que, assim como eu, todos se encontram ansiosos para voltar para suas casas e famílias...
Todos assentiram e o que estava mais próximo de Dorreck, após limpar a garganta, conseguindo a atenção dos demais, se ergueu.
- Sou Allane-Zaell, de Kree-Lar, o bloco de dominação Kree, outrora a região conhecida como América do Sul. – Dorreck não escondeu o ligeiro asco que sempre sentia na presença de um membro da raça que os Skrulls sempre consideraram seus piores inimigos, até conhecerem os terráqueos, é claro. – A situação em nossas terras permanece estável, como foi relatado na reunião do ano passado. Nosso estado militar mantém os animais terráqueos controlados e nossa tecnologia superior continua a extrair a água limpa de lençóis freáticos em quantidade suficiente para a demanda de seus blocos.
- E quanto aos boatos... – Dorreck tomava para si a palavra, uma prerrogativa de ser o anfitrião e o único regente que estava na reunião. – Como são chamados mesmo... Ah, sim... Manchas Solares? Tenho ouvido de meus... Contatos... Que eles tem causado uma série de problemas...
- Esses... – Allane-Zaell fora instruído por Rans-Hell, o próprio líder de Kree-Lar, a tomar cuidado com a língua perniciosa de Dorreck. – Esses terroristas são nada mais que um empecilho que logo estará esmagado sob nossas botas como o animal que os terráqueos chamam de baratas...
- Sim... Claro, claro, mas que eles têm causado uns grandes incômodos, isso eles têm... – Antes que o emissário Kree erguesse a voz em protesto, Dorreck fez um sinal para que ele se sentasse. – O próximo?
- Imagino Lorde Dorreck... – Agora uma garota, trajando uma estranha, porém bela armadura translúcida que cobria seu corpo por completo, ainda que fosse possível vê-lo, se erguia, chamando para si as atenções dos demais emissários. – Se o senhor apenas espera nossa vez para que faça conosco o mesmo que fez com Allane, deixando-nos tão constrangidos quanto ele...
- E você, jovem Shiar... Seria?
- Peço perdão pela minha indiscrição... – Ficando claramente constrangida, a garota tratou de se apresentar devidamente. – Sou Leilane, de Shiarinar, o bloco de dominação Shiar, antigamente conhecido como África. – Não irei me alongar nos pormenores de nossas conquistas, bem como da produção de metal que descobrimos em alguns antigos países, que foram devidamente esvaziados, formando nossas famosas fábricas metalúrgicas. Isso todos já sabem...
Todos se ajeitaram em suas confortáveis poltronas. Realmente os Shiar, segundo a visão de seus "colegas" haviam ficado com uma das piores áreas do mundo, onde aliás, ainda existia o que muitos chamavam de última cidade humana da Terra, o local conhecido como Wakanda, assunto que a emissária e todo o seu povo preferiam evitar, tentando se sentar logo em seguida. Sabendo disso Dorreck fez uma última pergunta:
- Me diga antes, minha jovem de sapiência tão evidente... É a primeira vez que vem a essa reunião e, pelo que me lembro o emissário anterior ainda vive... Fico aqui imaginando o motivo de tal mudança... Princesa... Seria algo relacionado aos Wak...
- Eu... E-eu... – Pega de surpresa, a emissária ficou sem palavras, voltando a ser o centro das atenções, ela se viu sem saída, amaldiçoando o anfitrião. – Sim... É verdade... Pedi a minha mãe, a imperatriz Rayand, que me enviasse, pois já estava cansada de ser mantida quase como uma prisioneira no palácio real... Mas estou aqui como emissária e devo ser tratada como tal... A situação sobre a última cidade humana permanece inalterada.
- Pode ter certeza de que eu jamais deixaria de tratá-l de modo diferente... Princesa... mas avise seu povo que chegará o dia que o restante de nós irá "ajudá-los" com esse problema... – Antes que a mesma desse uma resposta Dorreck se voltou para outro emissário. – Agora... Acredito que seja a sua vez não é?
- Sim... – Agora era uma estranha criatura que se erguia, vestido com grossos panos de cor acinzentada, deixando pouco mais que seus olhos e estranhas partes de seu corpo à mostra, o emissário não deixou transparecer se o asco geral dos demais presentes o incomodara. – Sou Ruunk, de Aranckar, o bloco de dominação Espectral, a Europa Ocidental. Nossa tentativa de entender a magia terrestre continua a passos lentos, pois a mesma é selvagem e imprevisível, o que tem dificultando seu domínio...
- Assim como a última cidade humana, que permanece livre não é?
- Sim... – Por detrás da cortina de magia negra, que impedia os demais de ver outros detalhes de seu rosto, ainda era possível detectar o ódio pelo anfitrião. – Ainda assim acreditamos que teremos novidades em breve, sobre nosso sucesso.
- Sim, claro... Espero que sejamos avisados quando essa revolução acontecer... O próximo?
- A Falange a tudo mantém sobre controle... – Sem aviso o emissário, que todos sempre se esforçam ao máximo para evitar, se ergueu fazendo o que ele acreditava ser um relatório satisfatório. – Tudo o que é entregue à Falange é mantido sob controle...
Silêncio geral.
- Bem... Então acredito que o antigo Japão, que foi convertido em nossa área penal, onde mandamos todos os indesejados, sejam eles humanos ou não, esteja com tudo sob controle... Mesmo com as histórias de que um grupo de remanescentes dos japoneses, que muitos entre nós considerávamos uma raça quase extinta, permanece livre da influência da Falange, causando grandes estragos... Alguns falam sobre uma equipe de robôs antigos que os estão ajudando...
- A Falange a tudo assimila, o que ainda não tiver sido assimilado, não tardará a ser...
- Hum... Eloquente como sempre... Acho que podemos continuar...
- Pois bem... Sou Wallurian, de Badoonariar, o bloco de dominação Badoon, outrora conhecido como Europa Oriental. Nossas colônias de reprodução continuam a fornecer os melhores escravos, que são enviados aos seus blocos... – Antes mesmo que Dorreck abrisse a boca, o imenso emissário de pele reptiliana e quatro braços se adiantou ao aliado. – Ao que parece parte da magia do bloco Espectro chegou às nossas terras o que parece ser a fonte de poder usada por um pequeno grupo de rebeldes, mas como os demais blocos, nós sabemos que é uma dor de cabeça passageira, que logo será devidamente eliminada.
- Eu sou o representante do bloco de dominação da Ninhada... – Como sempre o emissário da estranha raça, cujos membros eram tão enormes quando os Badoons, porém com corpos avermelhados translúcidos, que mostravam os ossos de seus hospedeiros, não disse um nome pelo qual pudesse ser chamado, nesse ponto, eles são os mais parecidos com a Falange. – A antiga Oceania se mostrou um local apropriado para o crescimento de nossas naves Acanti, a antiga população está quase que totalmente transformada em novos zangões, mas esse problema será resolvido futuramente, quando chegarem os lotes que encomendamos dos Badoons...
- Bem... Se já terminamos, ordenarei que sirvam os alimentos e...
- Não está se esquecendo de nada Lorde Dorreck? – A princesa Leilane fica exultante com a chance de devolver ao anfitrião a mesma indiscrição de antes. - Afinal alguns “boatos” incomuns têm chegado de suas terras...
- Pois muito bem... – O imperador Skrull, devido a anos de domínio da “arte” da diplomacia, não deixa transparecer a raiva que a interrupção da jovem Shiar causa, continuando a falar com o mesmo tom calmo e controlado. – É fato que a antiga América do Norte era conhecida pela sua capacidade de gerar novos superseres e a erradicação desses foi a nossa meta principal, que nós conseguimos atingir em pouco mais de dez anos.
- Até onde ouvimos, os “boatos” dão conta de que, recentemente, o local onde vocês, imprudentemente, mantinham todo tipo de informação e objetos ligados ao que os humanos chamam de “Era Heróica” foi invadido e vários itens foram roubados... Isso é apenas um “boato” Imperador Dorreck?
O Skrull sentia o ódio pela jovem Shiar crescendo no peito a cada vê que a mesma insinuava, no tom de voz que estava usando, que tais “boatos” na verdade eram informações conseguidas através de espionagem, prática comum adotada desde o começo da colonização, um modo de evitar que um povo obtivesse vantagens desleais para com o outro.
- Não... Não é um boato, princesa... – Agora era hora de tentar o trunfo que ele preparara para um momento como aquele, onde Dorreck não poderia deixar transparecer fraqueza. - De fato alguns itens de menor importância e quase nenhum poder verdadeiro foram levados, mas o esquadrão de Aranhas já está perseguindo os ladrões... Em breve tal ousadia será paga com a morte... – Aproveitando os momentos de silêncio que suas palavras causaram, Dorreck toma a palavra, lançando sua cartada. – Mas creio que temos um assunto mais urgente a tratar... Gostaria de saber quando foi a última vez que seus governos conseguirem fazer contato com seus respectivos impérios.
A pergunta cai como uma bomba no salão, fazendo com que todos os emissários abaixem suas cabeças, ninguém querendo ser o primeiro a falar.
- Entendo... Imagino que todos estão preocupados com tal fato, o que, de longe, deve diminuir a importância de nossas divergências... Portanto sugiro que agora a refeição seja feita e que logo depois cada um leve para seus superiores essa informação... Se realmente não conseguimos nos comunicar com nossos impérios algo de muito grave deve estar acontecendo.
O imperador Dorreck deixa suas palavras no ar fazendo com os presentes a remoesse dentro de si, para logo em seguida bater palmas, sinalizando que era hora da refeição ser finalmente servida.
Os escravos humanos logo tomam conta do salão, levando pratos diferenciados para cada emissário, pratos esses típicos do planeta natal de cada um, mas logo um mal estar se espalha, quando é colocado diante do enviado da Falange um enorme domo de metal.
Todos já sabiam do que se tratava e, na maioria das reuniões o “prato” trazido para a Falange só era servido quando todos os demais já estavam de saída, dado a natureza do mesmo.
Um rosto infantil surgiu no peito do emissário da Falange e deu um sorriso sincero, demonstrando a alegria que o ser tecno-orgânico sentia por achar que finalmente havia sido aceito pelos demais.
Quando ele ergueu o enorme domo de metal o motivo da repulsa dos outros emissários se tornou obvio.
Encima de uma bandeja de prata se encontrava uma bela jovem humana, devidamente amarrada com tiras de metal, pronta para ser assimilada pela Falange, o que era uma sensação extremamente dolorosa e resultava em gritos terríveis das vítimas.
Quando alguns emissários davam sinais de que não comeriam e já começavam a se levantar de seus lugares, algo inusitado aconteceu, assim que a Falange se aproximava da humana.
- Hoje não sugapus... – A garota ergueu a cabeça e em seguida uma energia luminosa encobriu se corpo crescendo até ofuscar a visão de todos os presentes.
Quando cada um votou a enxergar, ainda que precariamente, viram que a garota agora se encontrava livre, em pé no centro da mesa, poucos centímetros de distância da estátua de Dorreck. Ela vestia o que parecia ser um uniforme que remetia aos tempos da era heróica.
- Pela humanidade!!! – Antes que qualquer um dos presentes esboçasse uma reação, a humana disparou um raio contra a estátua, desaparecendo em um novo clarão de energia logo em seguida.
- Ultraje!!!! Nunca antes uma reunião foi interrompida dessa maneira!!!
- Isso não pode ficar assim...
- Essa é sua idéia de segurança?
Um estranho barulho fez todos ficarem quietos e se voltarem para a estátua de Dorreck, que estranhamente apenas agora parecia reagir ao raio que acabara de atingi-la, se abrindo de forma estranha e revelando que em seu interior havia um projetor holográfico.
Sem nenhum aviso o aparelho começou a funcionar e logo todos estavam olhando para uma imponente figura.
- Usurpadores da Terra... – A voz do homem ressoava poderosa pelo salão. Seus trajes, nas cores preta, azul, branco e vermelho, assim como a garota que fugira a poucos instantes, remetia aos uniformes típicos da era heróica. – Por tempo demais vocês exerceram a sua covarde dominação, sem enfrentar uma verdadeira oposição... Nos roubaram nossos direitos mais básicos, tentaram nos exterminar e hoje nos tratam como menos que animais... Pois esse tempo acaba agora... Que o recado de hoje seja ouvido por todos vocês usurpadores: Embarquem em suas naves e deixem a Terra para os humanos. Fiquem e morram.
A imagem holográfica desapareceu e somente então os emissários das raças que atualmente dominam o planeta perceberam o estranho som ritmado que vinha da base da estátua.
- Não!!!! – Dorreck, por estar mais perto viu a bomba antes que os outros – Fujam!!! É uma...
A explosão, que devastou os cinco primeiros andares do outrora Edifício Baxter, interrompeu a frase do Imperador Skrull e pôde ser vista por toda a cidade de Nova York.
Não muito longe dali, o homem que estava na projeção holográfica, tendo sob os pés a roupa de escravo que usara para plantar a bomba, sorria, ao ver como seu plano havia funcionado tão bem.
Ao seu redor algumas outras pessoas, todos trajando uniformes, esperam pelas palavras de seu líder. A mais ansiosa era a garota que havia tido grande participação no plano.
- Espalhem a todos os demais... Deem um jeito de entrar em contato com os outros grupos de rebeldes... Digam a todos...
Os presentes sabiam que ele faria uma pausa dramática para que todos pudessem saborear o que ele iria dizer a seguir.
- Finalmente a ofensiva de retomada da Terra começou.
Apenas o início.
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