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Esquadrão M #1



Começamos a conhecer aqui um grupo de heróis - e amigos - com instinto para a aventura.

Liderados por Temporal, um jovem com a habilidade de controlar o tempo-espaço, o Esquadrão M tem de enfrentar o temível Cronnus, que tem os mesmos poderes e a o mesmo rosto de Temporal. Aqui começa uma viagem para conhecermos cada integrante do grupo.


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6 de Maio de 1982. Aldeia Carerê, alto do Rio Negro, Amazonas, Brasil.
O capitão Mendes ainda não consegue acreditar no que aconteceu naquele dia. Maldita idéia desses professores em descumprir as ordens dos oficiais militares e entrarem naquele lugar demoníaco. Após tudo que aconteceu lá dentro – Mendes não quer nem lembrar, ou talvez não possa – o grupo formado pelo casal Arnaldo e Suzane de Oliveira, professores de antropologia e arqueologia de Curitiba, Maria Isabel Alves, bióloga catarinense, Dr. Ronaldo Muniz, médico paulista, o tenente Daniel Moreira, do Rio de Janeiro, e o piloto do avião José “O Lobo” dos Anjos acorda na aldeia dos índios onde a expedição fica sitiada. Todos estavam naquele lugar quando tudo aquilo aconteceu. O capitão Mendes só se lembra que depois de um clarão assustador ele apagou e só acordou aos lado dos índios, que cuidavam do grupo com suas ervas e rituais.
Depois que os índios constatam que todos estão bem, após ficarem por dois dias inteiros desacordados, eles se afastam e deixam o grupo sozinho por algum momento. Todos se entreolham, mas ninguém tem coragem de perguntar se tudo que viram e ouviram dois dias atrás foi algum tipo de sonho ou ilusão, ou se era a mais pura verdade. Porém, mesmo sem palavras, todos concluíram que era verdade, pois encontraram nas suas bagagens estranhos artefatos que, agora todos se lembram, tiraram do lugar antes de fugirem feito loucos.
São peças de barro e metal, um pouco de ouro e pedras preciosas, artefatos arqueológicos de um valor inestimável para a história e cultura do Brasil. Talvez as provas definitivas de que existiu uma grande civilização pré-colombiana em território brasileiro, mais sofisticada e avançada que o povo marajoara e que, em muito se assemelha aos Incas peruanos. Isso pra não citar, com medo de parecer exagero, os sumérios e os egípcios. Mas o medo que agora toma aquele grupo os impede de levar essa descoberta a tona. Tudo que viram e ouviram naquele lugar os iria assombrar por anos.
— Temos que destruir essas peças. — disse o capitão Mendes, com sua típica seriedade.
— Não! Não podemos! Esses artefatos são preciosos demais para desaparecem assim! — protestou o professor Arnaldo.
— Ouviram o que disse aquela... aquela coisa?! Não podemos mostrar isso pra ninguém! — disse o tenente Moreira.
— Pois é... mas bem que essa bacia de ouro garantiria minha aposentadoria. — falava o Lobo enquanto examinava uma das relíquias.
Após mais alguns minutos de debates, eles decidiram então que cada um poderia levar consigo uma ou outra peça, mas que nunca iriam mostrar aquilo pra ninguém e nem contar sua origem. Resolvem decidir quem fica com qual peça através de um sorteio. Lobo conseguiu sua peça de ouro e mais umas pedras que sem dúvida lhe garantiriam uma vida melhor, enquanto os outros também ficaram com peças de certo valor comercial. A peça mais rica talvez fosse um grandioso cetro que ficou de posse do casal Oliveira. Um cetro de prata com cerca de dois metros de altura com o que parece ser um M numa ponta. O capitão Mendes ficou com uma peça que todos os outros se sentiram aliviados em não tê-la. Trata-se de uma estatueta da divindade adorada por aquela antiga civilização. De barro, sem nenhum valor, mas muito assustadora.
Mendes guardou o objeto pensando em nunca mais tirá-lo da bolsa. Ver aquela imagem novamente o traria amargas recordações. Como se não bastasse a dor em seu olho esquerdo que estava piorando a cada dia.
Aquele grupo nunca mais se reuniu.

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Universo Nova Frequência
Anderson “Aracnos” Oliveira
Versão definitiva.

Episódio 1. O Presente.

Um edifício majestoso se ergue em meio a outros prédios não menos imponentes no chamado centro novo de São Paulo, palco das empresas milionárias e de corporações internacionais. Este edifício em especial, é a sede de uma das corporações. A sede da Corporação. Uma organização para-militar não governamental secreta, com o objetivo de pesquisar novas tecnologias e manter a paz. Porém esta última idéia tem encontrado diversos empecilhos. Novos tempos mostraram novos desafios para a Corporação, que para suprir necessidades de novos agentes pacificadores, não se fez de rogada para ter em suas fileiras super seres. Isso não é lá uma novidade. Mesmo antes do incidente em Israel alguns anos atrás, eles já conheciam e recrutavam tais super seres. Só que tudo em segredo.
Mas nada disso é sabido pelos transeuntes que passam pela rua, preocupados com seus afazeres da grande metrópole, só se detêm quando um ensurdecedor estrondo se faz ouvir do alto da torre, e todos param para olhar e vêem uma nuvem de fogo subir aos céus enquanto os destroços começam a cair rumo ao chão. Desesperadas, as pessoas correm para todos os lados enquanto as pontas de vidro e metal caem em sua direção. Mas antes dos destroços atingirem suas cabeças, milagrosamente, o tempo pára.
— Você foi longe demais, desgraçado!! — seu nome é Simon Smith. Mas quando veste um traje preto e usa seus dons de controle do tempo, é chamado de Temporal. Em meio a destroços de uma explosão interrompida no seu universo pausado, ele emerge dos escombros, ferido e irado. Ao redor, seus amigos do Esquadrão, resgatados naquele estado pausado enquanto seu antagonista maior caminha diante deles até ficar frente a frente com Simon.
— Ah... te deixei bravo! O bom moço ficou bravo! — ironiza o inimigo, enquanto cruza os braços e faz seu sobretudo branco pender até o chão. Disposto a responder à altura a gozação, Temporal ameaça dar um soco no vilão, mas ele desiste, temendo nas conseqüências que isso poderia causar.
— Acha que se me tocar toda a existência terá um fim? Idiota! — diz o algoz que de súbito leva a mão ao pescoço de Temporal e o ergue do solo. — Ainda não entendeu, Simon... eu NÃO sou você! Eu sou CRONNUS!! CRONNUS!!
Mas Simon não crê. Pois aquele homem de branco tem seu rosto, sua voz, seus poderes. Porém Cronnus nutre um ódio insano sobre Simon e tudo por que ele luta. Fingindo ser Temporal, Cronnus invadiu a torre da Corporação e essa luta começou entre ele e o Esquadrão...

Sará fácil passar pela segurança, pensava Cronnus que, vestindo roupas normais, entrava na torre pela manhã, sendo saudado pelos vigias e recepcionistas. Forçando um sorriso amarelo ele passa pelo saguão e vai até o elevador.
— Bom dia, senhor Simon! — saúda o ascensorista.
— Hã... bom dia... Jaime. — Cronnus lê seu nome no crachá. — Por favor, me leve até meus amigos.
— Prá já! Subindo! — e apertando os botões, o funcionário leva o elevador até um dos mais altos andares. Quando as portas se abrem, Cronnus se depara com um amplo corredor com portas de ambos os lados, todas emplacadas. Treinamento. Dormitórios um e dois. Cozinha. Acessórios, etc. Uma em particular lhe chamou a atenção. A porta no final corredor, a maior e mais atraente. De vidro, onde certamente não havia maior segurança, pois era a sala de recreação.
Abrindo as portas, ele vê um enorme salão. A sua frente, uma grande janela com vista para os outros prédios. A sua esquerda, dois ambientes distintos. O mais perto da entrada é um terminal do que ele julga ser o computador central. O paraíso para os amantes da tecnologia. E lá estava Paulo dos Anjos, o Máximo numa confortável poltrona de couro. Depois havia um aquário, embutido na parede, indo do chão até o teto e extenso até a janela, cheio de peixes e coisas marinhas que Cronnus não saberia distinguir. Dentro dele estavam Igor Moreira, o Maritimus e Sandy Alves alimentando os animais. Ela com um traje de mergulho e ele só de sunga.
Do outro lado, agora vindo da janela para a entrada, via uma biblioteca com centenas de livros organizados numa estante que, assim como o aquário, cobria toda a parede. Anexo, escrivaninhas e bancos, e numa delas estava a bela Ângela de Oliveira, a Harpia lendo um enorme livro e fazendo anotações. Depois, um grande estofado e uma parede de vidro saparam o ambiente, cercando uma área que trazia uma grande televisão de plasma com aparelhagem de som e vídeo do mais moderno. Deitada no sofá estava Mônica Muniz, aFlamy, com uma panela de brigadeiro do lado, assistindo desenhos animados. Ao seu lado dormia um gato branco.
Eles lhe receberam sorrindo. Máximo queria lhe mostrar o novo jogo que projetou. Flamy o chamava para assistir seus desenhos com ela. Harpia largava seu livro enquanto os outros saíam do aquário. Cronnus teve inveja. Como Temporal era querido.
— O Anderson falou que vai fazer uma reunião sobre aquele assunto. — disse Ângela entre as conversas do grupo. Anderson é o diretor da Corporação. É ele quem coordena os passos do Esquadrão. Cronnus na hora pensou que seria bom dar um fim nele também. — Simon, não vai dizer nada? — Ângela esperava uma resposta.
— Hã... mas que assunto é mesmo? — Cronnus não fazia idéia do que se tratava.
— Sobre revelar nossa existência pra mídia. — disse Igor.
— É, como fez a Brigada Extrema e aqueles gringos... — disse Paulo.[1]
— Ah, mas aquele Resgate ficou ainda mais lindo agora que revelou a identidade dele! — exclamou Mônica se abanando com um papel.
— Então Simon. — era Sandy se aproximava dele, passando sua mão em sue peito. — Ele quer discutir se devemos ser apresentados ou não. As conseqüências disso e tal...
— Você devia se lembrar, Simon... — Ângela foi a primeira a desconfiar de que havia algo errado. — Tudo bem com você?
Mas seria tarde. E quando o verdadeiro Simon apareceu, todo o Esquadrão já estava subjugado, pego num ataque traiçoeiro...


— O que... você... quer?! — balbucia Temporal enquanto o outro o sufoca.
— Eu quero tudo!! TUDO!! — sua voz reflete insanidade. Seus olhos brilham como o fogo da vingança. Cronnus aperta o pescoço de Temporal como se apertasse uma espinha. Porém uma dor em suas costas o fez soltá-lo rapidamente.
Se voltando, Cronnus vê os outros membros do Esquadrão. Quem o atacou foi Harpia, usando seu cetro de prata. A sua esquerda Máximo com suas mãos brilhando como raios e Sandy, totalmente convertida em areia. À direita Flamy, com os olhos e cabelos convertidos em fogo e Maritimus, empunhando seu tridente. Todos dispostos a defender seu líder e amigo.
— Ah, vocês... os amiguinhos de Temporal. Seus inseparáveis escudeiros! — Cronnus se aproxima do grupo com um jeito zombeteiro. — Então, antes de acabar com Simon... vou esfolar cada um de vozes!
— Pois tente, imbecil! — provoca Harpia, segurando firmemente seu cetro e já fazendo apontar suas asas. Subindo num vôo baixo, ela mais uma vez ataca Cronnus com seu cetro, mas este se defende com as mãos.
Em seguida Maritimus usa seu dom de controlar a água e faz o aquário se romper, vindo em seguida a congelar a água em volta de Cronnus. Mas este se livra fazendo um teleporte, atacando Maritimus pelas costas e lhe roubando seu tridente. Com a arma na mão, ataca Sandy que se defende dissipando a areia de seu corpo de modo que o tridente não a toca. Porém, por um descuido, toca na água que se espalha pelo salão e perde estabilidade, ficando lenta e pesada, sendo enfim atingida por Cronnus.
Flamy o ataca com uma labareda nunca antes vista, tamanha sua força. Usando os dons mágicos do tridente, Cronnus bloqueia o fogo, caminhando na direção da garota, até estar próximo o bastante para perfurá-la com a arma. Porém um raio disparado por Máximo o atinge em cheio.
— Frite, maldito!! — grita Máximo enquanto Cronnus se contorce. Molhado, a eletricidade lhe causa maior dano.
— Pare Máximo! — intervém Temporal, gritando do lugar onde está. — Não somos como ele! Não somos assassinos!
— Ele tem razão! — Flamy toca o ombro de Máximo e fala com suavidade para acalmá-lo. Assim, Máximo cessa a energia, deixando Cronnus de joelhos sobre o chão.
— Vamos prendê-lo. — diz Sandy ainda voltando a forma humana, com a ajuda de Temporal que a abraça, enquanto todos se aproximam do trêmulo vilão.
— Que tipo de prisão pode prender alguém que viaja no tempo? — questiona Maritimus. — Nenhuma desse mundo, com certeza.
— Quando fomos ao espaço com o Resgate[2], na sua nave havia uns tubos que conseguiram prender Simon... — diz Harpia. — Se ainda existir algo daquela tecnologia com ele, podemos--
— Idiotas...! — começa a dizer Cronnus. — Deviam ter me matado quando tiveram chance!
E, num ato de loucura, Cronnus usa seu poder para fazer o tempo, até então paralisado, voltar ao normal. Com isso, os destroços da explosão atingem a rua e ferem os pedestres e a explosão naquele andar prossegue. O teto se abala, os heróis são atingidos em cheio. Num ato que não levou mais do que treze centésimos de segundo, mas que lhe pareceu ser vários minutos, Cronnus pega Temporal e o tira dali, deixando todos os outros sucumbirem ao fogo e, em seguida, ao desabamento do teto. Como se visse tudo de um outro ângulo, Temporal pode ver toda a torre da Corporação desabar, como desabaram as torres gêmeas em sua cidade natal.
Sem entender como Cronnus conseguiu provocar tamanha destruição, Temporal apenas lamenta pelas vidas de seus amigos que escapam pelos seus dedos, assim como dos inocentes apanhados na explosão. A nuvem de pó alcança um raio de quinhentos metros quadrados enquanto o caos se propaga pela região. Tudo isso, Temporal vê como se estivesse tendo uma visão. Então ele se pergunta, se ele mesmo estaria morto, tendo uma daquelas famosas experiências fora do corpo. Mas não, e a prova de que está vivo vem com um tapa na cara dado por Cronnus.
— Acorda pra vida, infeliz!
— Onde estamos? O que você fez?! — questiona Temporal, agora não vendo mais nada, apenas um vazio como o espaço sideral, porém sem estrelas nem nada. Apenas vácuo.
— Estamos fora do tempo. Mas você, melhor do que qualquer um, devia saber. — Cronnus caminha ao seu redor.
— Estamos indo para a Cidade do Tempo? — pergunta Temporal nunca retórica, pois ele reconhece aquele caminho. E antes mesmo que Cronnus lhe responda com algum insulto, eles vêem a entrada do lugar.
A Cidade do Tempo. A encruzilhada de todas as épocas e realidades. Um ponto fora do Universo onde os tempos se cruzam. É semelhante a um grande museu, onde cada galeria é um ponto distinto do Universo e cada quadro é uma janela para uma época diferente, no passado, presente e futuro. Daqui, pode-se ir do Japão feudal para o período cretáceo e depois para uma megalópole do século quarenta e dois em pequenos passos.
Em seu centro, há uma grande ampulheta, onde a areia que já caiu é o passado, e cada “grão”, do tamanho de uma tela de quinze polegadas, reflete um código milenar. A areia que passa pelo funil é o presente, e a que ainda há de cair é o futuro. Um corredor leva ao funil, e ao seu lado está um grande computador, feito de peças de todas épocas, como engrenagens de uma máquina à vapor, uma tele de holografia, um teclado como de uma máquina de escrever e cercado por colunas de pedra esculpida.
O acesso a Cidade do Tempo é extremamente restrito. Para guardar esse lugar santo, existem os guardiões do tempo. Seres galáticos, como anjos, ou até mais antigos, vestidos de vestes brancas e negras, com semblante de grande sabedoria. Eles deram a Temporal, em retribuição aos seus feitos (passados e futuros), acesso livre ao lugar. E agora, o vendo em companhia de Cronnus, os guardiões se sobressaltam.
— Unidade terráquea autodenominada Simon Smith, o que está havendo aqui? Quem é este? — diz o guardião a frente do grupo.
— Guardiões... eu--
— Então vocês são os Guardiões do Tempo? Hmm... — Cronnus os observa com atenção. — Interessante. Nunca imaginei que seres tão próximos de Deus fossem tão patéticos!
— Unidade terráquea autodenominada Simon Smith, como ousa trazer para este recanto sagrado tal indivíduo? — se sobressaltam os guardiões
— Sinto muito. — diz Temporal. — Ele matou meus amigos e me trouxe aqui. — em seguida, os guardiões olham para a grande ampulheta, onde com sua ciência de decifrar os códigos, assistem os fatos ocorridos com o Esquadrão.
— Verdade. — diz o guardião líder. — Você, unidade terráquea autodenominada Cronnus, está violando as mais altas leis do Universo. Retire-se pacificamente, ou então--
— Então o quê, cabeçudo? — interrompe Cronnus, largando Temporal de lado e se aproximando dos guardiões.
— Detenha-se, senão seremos obrigados a destruí-lo. — os olhos dos guardiões começam a brilhar e de suas mãos surgem massas de energia.
— Isso veremos! — Cronnus então ativa seu visor holográfico e causa uma explosão que se espalha pela cidade.
Um grande tremor faz as construções ruírem. A areia da ampulheta começa a correr no sentido contrário, indicando que Cronnus está fazendo o tempo retroceder. Indo mais e mais rápido, aumentando a força dos tremores, criando novas explosões, Cronnus força seus poderes ao extremo. Temporal é pego por uma explosão e fica longe, sem poder detê-lo. Os guardiões também são atingidos, e a força do tempo retrocedendo os atinge como se aquilo os machucasse.
— Está retrocedendo todas as épocas! — lamenta o guardião. — Setenta milhões... trezentos e vinte milhões... dois bilhões... seis bilhões de anos!! Ele está voltando ao começo de tudo... antes mesmo de nós, Guardiões do Tempo, antes do próprio tempo... existir. — então os guardiões começam a ficar transparentes até desaparecerem por completo. Visto o ocorrido, Cronnus pára.
— Ah... isso dói. Lembre-me de não fazer mais isso. — diz ele numa cidade em ruínas. Temporal, caído no chão com alguns ferimentos, o olha com assombro.
— Seus poderes são muito elevados. Eu nunca teria força para fazer isso. Se deve ao seu visor, não é? Essa tecnologia é muito superior a minha.
— Eu sou superior a você. Em tudo. E agora que tudo está destruído. Chegou a sua vez. — Cronnus o levanta pela roupa dizendo: — e quando você sair do meu caminho. Irei reconstruir tudo a minha maneira.
— Q-quem é você?
— Sou alguém te de odeia profundamente...
— Por quê?!
— Ah, isso sim é uma boa pergunta. Mas não sei se você merece descobrir. — Cronnus o larga. — Você é tudo que eu não sou. Tudo que eu nunca quis ser. Você é o bem, eu sou o mal. Somos dois opostos. É assim que funciona o Universo. De opostos. Bem e mal. Luz e escuridão. Certo e errado. Você e eu.
— Desgraçado! Eu vou acabar com você!
— Ah, não vai... Você é o mocinho (tá certo que o mocinho sempre vence no final), mas você não vai me matar. Não consegue fazer isso. E, então, se você não me matar, não poderá me impedir. Daí, mesmo que me lance nos confins do Universo ou me tranque numa outra dimensão, eu voltarei e matarei mais pessoas. — Cronnus dá um soco em Temporal que o joga longe. — Você se acha um coitadinho, não é? Você perdeu sua mãe quando tinha onze anos? Eu nunca tive uma mãe!! — ele chuta Temporal ainda caído.
— Você vai pagar pelo que fez aos meus amigos!! Eu juro!!
— Ah, ainda está choramingando pelos amiguinhos! Que meigo! Acho que vou lhe dar um presente... Vou deixá-lo vê-los uma última vez antes de morrer. — Cronnus pega Temporal pelo braço e, ativando seu visor, o leva para o computador ao lado da grande ampulheta.. — Venha, vamos dar um passeio.
— O que vai fazer?
— Você verá. — Cronnus começa a mexer na máquina, que ainda funciona mesmo após a destruição da cidade, e então uma forte luz começa a emanar da ampulheta. Em seguida ele programa algo no seu visor, que brilha na mesma intensidade. — Preciso de energia!
— É isso! Você se nutre com a própria energia cronal da Cidade do Tempo! Como não pensei nisso antes!
— É claro. Você é um idiota! Não merece ser o senhor do tempo. Esse posto será meu agora. Mas antes, como disse, vamos fazer uma viagem. — com seu visor abastecido, Cronnus faz surgir algemas tecnológicas que prendem Temporal. Em seguida ele retira o visor deste e o quebra com a mão.
— Não!! Me solte!
— Cale-se! Está com saudade dos seus amigos? Pois iremos revê-los uma última vez. — Então, ativando o visor, Cronnus e Temporal somem da cidade, voltando a ressurgir em um novo ambiente. Um lugar deserto, com uma cidade na distância, algumas poucas árvores por perto. — Reconhece esse lugar? — Temporal olha em volta, e mesmo sobre o forte sol, reconhece a mesquita de Al-Aqsa.
— É Israel. Mas o qu--
— E quem é aquele homem? — Cronnus aponta para perto dos campos, onde está um homem caminhando.
— Sou... sou eu!
— Isso... foi aqui onde sua busca começou. Após a luta que se deu nesse chão, chamada pelo público de Alvorada dos Heróis, você decidiu que ira buscar novos heróis. Lembra?
— Sim.
— Então, agora iremos ver onde você encontrou esses heróis. Venha. — então Cronnus passa a caminhar por outra direção, levando Temporal consigo, até os dois sumirem em pleno ar.
Assim começa uma viagem pelos tempos.

Continua...
_________________________
[1] – Isso aconteceu na série clássica do Resgate, de João Norberto em breve em eBook.




Esquadrão M: Extras:
O PRECURSOR

Por: Anderson Oliveira (escrito originalmente em 2005)

CAPÍTULO 1
Porque é onde encontraremos Simon Smith.

Cidade de Nova York, bairro do Brooklin, treze anos atrás:
— Simon! Simon...! Venha cá, meu filho.
— Sim mamãe!
— Vá até a farmácia, meu remédio está acabando. Tome, é todo o dinheiro que temos... não o perca. Agora vai... e tome cuidado.
Essa é minha mãe. Antes de eu nascer, ela era uma grande bailarina. Se apresentou no Municipal, fez muito sucesso. Mas isso acabou quando ela conheceu meu pai. Eu não me lembro dele, ele nos abandonou quando eu tinha poucos meses. Não sem antes gastar todo o dinheiro da minha mãe com bebida e drogas.
Moro nesse bairro há pouco tempo... nós éramos do Bronx. Ah... eu sou Simon, Simon Smith... o sobrenome não é do meu pai. Ele sumiu antes de eu ser registrado. Hoje tenho treze anos e a minha vida não tem sido nada fácil. Primeiro porque mamãe tá doente... eu não sei direito o que é, mas ouvi o médico dizer que não pode ser curada... ela toma remédios só pra permanecer viva... eu acho.
Segundo porque a vida de um garoto negro da periferia de Nova York não é brincadeira. Tenho que tomar muito cuidado com as gangues. Umas querem que eu faça parte delas, as outras esperam eu aceitar pra me matar. Mas eu tento me livrar delas... de todas elas.
Caminho até a farmácia onde devo comprar o remédio pra minha mãe. Perto de lá tem uma banca de jornais... meu lugar preferido, pois é lá onde posso comprar gibis... isso é, quando sobra dinheiro... o que não acontece há muito tempo.
Gosto muito de histórias de super-heróis. Queria que eles existissem de verdade... aí a vida não seria tão ruim. Antes, quando era mais novo, eu acreditava que eles existiam... Uma vez fui com meu avô ao Queens e pensei que poderia ver Peter Parker por lá! Besteira de criança!
Bem, cheguei na farmácia... é melhor voltar logo com o remédio da mamãe. Na volta, passo naquela banca de jornais. O jornaleiro, Sr. Johnson, me chama:
— Ei pequeno Simon! Como vai?
— Olá Sr. Johnson!
— Veja Simon, tenho uma revista em quadrinhos que achei que gostaria de ver.
— Desculpa Sr. Johnson, mas não posso comprar.
— Tudo bem, meu jovem... digamos que é um presentinho meu!
— Oh... obrigado!! — ele me dá a revista, eu saio correndo contente.
É um número especial dos X-Men. Vou folheando a revista no caminho mesmo. Eu gosto dos X-Men, porque eles são poderosos e sofrem descriminação, mas mesmo assim usam seus poderes para salvar aqueles que os descriminam. Nossa... como deve ser legal ser um mutante!
Chego em casa... é uma casa pequena e humilde. Mamãe está deitada na cama, a TV está ligada. Escondo o gibi debaixo da roupa, não quero que ela pense que eu comprei. Estranho... ela não me gritou quando a porta se abriu. Está em silencio...
Me aproximo, ela parece estar dormindo, mas não é isso que meu coração acusa... Tento acordá-la, ela não reage... Meu Deus!! Mamãe...! minha mãe morreu!!

Fim do Capítulo 1

Na próxima edição um novo capítulo de O PRECURSOR.




DOS ARQUIVOS DE AURORA, COMPUTADOR CENTRAL DA CORPORAÇÃO

FICHA TÉCNICA

TEMPORAL


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1. Dados físicos:

Nome Verdadeiro: Simon Smith
Cidade Natal: Nova York, NY, EUA.
Etnia: Afro americano
Cabelos: raspados, natural são pretos.
Olhos: Castanhos escuros
Altura: 1,92 m
Peso: 77,57 Kg
Outras características: Nenhuma evidente
Personalidade: Temporal guarda no passado a culpa por um delito e vive seus dias para poder remediá-lo. Por isso pode-se dizer que ele é idealista e luta pelo bem de todos ao seu redor. Na convivência social é um sujeito tímido, mas divertido e perspicaz.
Escolaridade: Licenciado em Física e Engenharia Mecatrônica pela Universidade de Nova York.
Parentes conhecidos: Anna Smith (mãe falecida)
Profissão: Professor e pesquisador
Base de Operações: Sede da Corporação, São Paulo, Brasil
Afiliação: Esquadrão M

2. Dados vitais:

Poderes/Habilidades: Temporal tem controle sobre o tempo-espaço continuum. Apenas com a força do pensamento (antes limitado a controle de sua respiração) ele pode paralisar o tempo e fazer viagens ao passado e ao futuro. Viaja também pelo espaço, simulando o que, visto de fora, parece um teletransporte. Com uso de aparelho que ele mesmo inventou, consegue ampliar seus poderes, ampliando assim o tempo e a “distância” da viagem pelo fluxo cronal.
Armas: Dispõe de duas pistolas 45 mm Taurus.
Outros acessórios: Display Cronal.
Descrição da roupa: Temporal usa calça jeans, camisa de algodão, botas e luvas de couro, tudo na cor preta em diferentes tons. Sobre as botas traz preso caneleiras e joelheiras de carbono na cor cromada. Usa um sobretudo sem mangas de couro preto.
Ponto fraco: O uso de seus poderes é limitado a necessidade de descanso periódico. Se usa muito seus poderes, precisa descansar por determinado tempo antes de usá-los novamente.

3. Níveis de força:

Força: 1
Inteligência: 3
Velocidade: 1
Tecnologia: 5
Projeção de energia: 0
Agilidade: 1

______________
* 1 é o nível de um ser humano comum.
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